sexta-feira, 24 de dezembro de 2010

Desisto...


Pronto, rendo-me...confesso que sou incapaz de gerir esta história das mensagens de Boas Festas, as que entram as que saem, as que ficam pendentes....

Neste momento já não sei a quem mandei, a quem respondi ou a quem ainda falta responder, mas, com sinceridade...

BOAS FESTA PARA TODOS....

quinta-feira, 23 de dezembro de 2010

Le Ménage Impossible....


Toda a gente sabe que cavaco Silva não é propriamente santo da minha devoção, já o escrevi várias vezes e não o escondo mesmo em período pré-eleitoral, mas as afirmações de Manuel Alegre no debate na TVI roçam o cúmulo do ridículo.

É verdade que até há uns tempos atrás tinha alguma simpatia por Manuel Alegre. Pela sua independência face aos interesses instalados e pela sua verticalidade de posições. Mas, nos últimos tempos e desde que teve de gerir o apoio o Bloco de Esquerda e do PS perdeu completamente essa postura, passando a evidenciar posições dúbias, ziguezagueantes, tentando um exercício impossível de compromisso entre a critica social, a defesa do actual governo e a reafirmação dos princípios socialistas que sempre disse defender.

Manuel Alegre perdeu o encanto do intelectual que afirmava as suas convicções acima de todos os interesses. Manuel Alegre transigiu, claudicou aos interesses eleitoralistas e fê-lo por desespero de causa. Todos sabíamos, e Manuel Alegre também sabia, que cavaco Silva será reeleito. Não se esperava de Manuel Alegre que ganhasse ou sequer que conseguisse forçar uma segunda volta, apenas que fosse a voz do inconformismo, de alguma utopia e do sonho que também fazem falta na vida politica, mas não a voz do absurdo e da acusação gratuita e desprovida de qualquer senso.

Se o FMI tiver de entrar em Portugal a culpa é do Governo e dos Deputados que o suportam no Parlamento, entre os quais Manuel Alegre, não do Presidente da República, por muito colaboracionista e calculista que Cavaco tenha sido na tentativa de manter uma base de apoio social suficiente ampla para garantir a sua reeleição.

A verdade é que também a sociedade portuguesa limitou Cavaco Silva, quando tudo e todos vieram aos gritos a dizer que o Governo não podia cair e que o orçamento tinha de passar. Cavaco, que quer ser reeleito, pouca margem tinha para agir de modo diferente daquele como agiu.

Nesta noite Manuel Alegre esteve mal e mal continuará enquanto não se livrar das coleiras que o PS e o Bloco lhe puseram ao pescoço. Afinal, parece que sempre há um preço para todas as consciências. Cavaco, ao menos, continua igual si próprio...

segunda-feira, 20 de dezembro de 2010

Sentido de Estado II

Na ultima sexta-feira acompanhei a visita de Pedro Passos Coelho a Barrancos. Foi uma deslocação cheia de simbolismo a um dos mais pequenos e dos mais pobres concelhos de Portugal, onde a interioridade faz sentir os seus efeitos de forma particularmente agressiva.
Na calorosa recepção nos Paços do Concelho onde o Presidente da Câmara, António Tereno, fez uma exposição detalhada das enormes dificuldades que enfrenta no dia-a-dia, teria sido muito fácil a Pedro Passos Coelho cair na tentação de prometer a solução absoluta dos problemas do Concelho por parte de um futuro, cada vez mais certo e próximo, governo do PSD.
Mas não. Mais uma vez Pedro Passos demonstrou que está na política com verdade e com honestidade, que não anda a fazer promessas eleitoralistas e nem empenha a sua palavra com o que não tem a certeza de poder cumprir.
Demonstrou que conhece bem os problemas da interioridade e evidenciou uma notável sensibilidade para os problemas económicos e sociais que as populações destas zonas enfrentamos, mas tudo o que prometeu foi uma atenção e enfoque diferente em relação ao interior de Portugal, reconhecendo que se queremos efectivamente ter um país desenvolvido não podemos continuar a ignorar e a ostracizar uma faixa enorme do nosso território e população.
Conheço o Pedro Passos há quase 25 anos, nunca lhe ouvi promessas demagógicas ou eleitoralistas e sei que tem a coragem para fazer as mudanças e as reformas necessárias ao harmonioso desenvolvimento de Portugal, sem se preocupar que interesses instalados incomoda ou que consequências políticas dai advirão.
Em Barrancos esteve igual a si próprio e cada vez estou mais certo de que, ao contrário do que temos hoje, teremos um Primeiro Ministro que honrará a sua palavra e que em lugar de promessas vãs, irá primar pela acção.

sábado, 4 de dezembro de 2010

30 anos



Faz hoje 30 anos, mais ou menos por esta hora, recebi pela televisão a notícia da morte de Francisco Sá Carneiro. Foi a minha primeira experiência de perca e de morte e talvez por isso nunca esqueci a terrível sensação que me provocou.

Não vou aqui repetir o primeiro post que publiquei neste Blog sobre a influência de Sá Carneiro na formação das minhas opções politicas, só quero deixar uma mensagem de estupefacção e de revolta por 30 anos depois ainda subsistirem muito sérias dúvidas sobre a causa da sua morte e não se ter seriamente levado até às últimas consequências as diversas investigações que foram sendo pseudo desenvolvidas ao longo dos anos.

Esta é uma mancha negra na história da investigação, da justiça e da democracia neste país. Voltou a falar-se de reabrir a investigação, se o fizerem, que seja uma investigação séria e conclusiva para lá de qualquer suspeita, porque de outro modo continuaremos a duvidar e a suspeitar das instituições e da justiça em Portugal.

quarta-feira, 24 de novembro de 2010

Eu já tinha avisado...



Depois do que vi hoje, parece-me evidente que o Benfica precisa mesmo de ir fazer compras à reabertura do mercado em Janeiro...e não é só de jogadores...se é que me faço entender.

sábado, 20 de novembro de 2010

OTAN



Já é conhecido que todos os "órfãos" do antigo Bloco de Leste querem o fim da OTAN. Alguns por mero despeito, outros como prémio de consolação, outros ainda porque não perceberam que o sonho imperialista soviético está definitivamente enterrado e continuam numa linha estratégica de combate às organizações e ideologias que se opuseram à URSS, pelo simples facto de que essa era a sua razão de existir e nunca conseguiram encontrar novas metas e motivações após a queda da ditadura soviética.

A verdade é que a esmagadora maioria dos manifestantes anti-otan, ou anti-nato, não são pacifistas puros, são apenas opositores ideológicos ou alguns nem sequer isso, apenas se limitam contestar como meio de afirmação individual.

Se todas as 100 ou mais organizações que convocaram a manifestação desta tarde fossem pacifistas puros já tinham ido para alguns países do médio oriente protestar contra os governos que apoiam o terrorismo internacional, para o Irão e para a Coreia do Norte protestar contra os respectivos programas nucleares ou ainda para a Rússia cada vez que faz incursões militares nos países vizinhos ou mesmo contra os autonomistas internos.

Não senhor, a maioria deles, tal como os militantes anti-globalização, mas isso são contas de outro rosário, não são o que pretendem parecer, são meros fantoches instrumentalizados por poderes moribundos que pretendem assim subsistir num mundo no qual já não têm lugar.

Estas manifestações são simplesmente ridículas e hipócritas.

quarta-feira, 17 de novembro de 2010

Futebol



Duas notas sobre futebol.

Uma primeira para a excelente exibição da Selecção Nacional que , apesar de ser um jogo particular, presenteou a campeã da Europa e do mundo com 4 golos sem resposta. E ainda por cima 3 foram marcados por jogadores que actuam em Portugal e que há bem pouco tempo nem iam à selecção. Depois ainda havia quem se admirasse de eu estar sempre a malhar num determinado senhor...

A segunda sobre o vídeo de promoção da candidatura ibérica à organização do mundial de futebol. Espero que tenha sido uma alucinação minha, mas era capaz de jurar que vi imagens da Cidade do Porto com o título Oporto...

Lá que os ingleses sejam incapazes de escrever correctamente o nome da "Invicta", apesar dos muitos séculos de história em comum é problema deles, agora que nós façamos figura de parolos e saloios e admitamos que num vídeo oficial se escreva mal o nome do Porto já é inadmissível.

Quem aprovou isso devia ser demitido e obrigado a repetir o ensino básico...

segunda-feira, 8 de novembro de 2010

Quem Sabe...

Há um velho provérbio que diz que: "Quem sabe faz, quem não sabe ensina" e poucas vezes se aplicou tão correctamente quanto se aplica agora à quase totalidade dos comentadores, analistas e pseudo-génios da economia que opinaram sobre as consequências da aprovação, ou não, do orçamento sobre os juros da dívida externa. Afinal, temos orçamento, os juros continuam a subir e estão quase nos psicológicos 7%, que Teixeira dos Santos afirmou como a barreira para recorrer ao Fundo de Emergência da UE e ao FMI.

Durante esse tempo andei eu a pregar os peixes, porque de nada serve contrariar um pouco de estupidez que esteja na moda, afirmando que os juros cobrados pelo financiamento à nossa economia pouco ou nada seriam afectados se o orçamento fosse chumbado, porque o problema era outro.

Mais, afirmei que este orçamento era tão mau para a confiança dos mercados financeiros como em termos internos e expliquei que o que importa aos analistas não estava garantido no orçamento.

Repito, com este orçamento Portugal irá continuar a aumentar o seu endividamento externo e entrará num período de recessão, o que significa que iremos dever mais e produzir menos, logo teremos menos com que pagar, o que aumenta o risco de incumprimento e consequentemente os ditos juros, que afinal reflectem esse mesmo risco de incumprimento.

Para cereja em cima do bolo temos o actual Governo e o seu Ministro das Finanças que não transmitem qualquer confiança aos mercados, bem pelo contrário, têm contra si todo um historial de incapacidade de controlo da despesa pública, que é afinal o grande problema financeiro do país.

Confesso que estou curioso com as interpretações que os nossos comentadores, políticos, jornalista e outros afins vão inventar hoje para tentar disfarçar a sua ignorância...

domingo, 7 de novembro de 2010

Os Pecados de Jesus....


Estamos no intervalo do jogo entre o Porto e o Benfica e como já aqui escrevi várias vezes acho que Jorge Jesus não tem a consistência emocional necessária para enfrentar os grandes desafios. Hoje assistimos a mais uma clara demonstração desse facto.

Independentemente da grande qualidade dos jogadores e do excelente posicionamento da equipa do Porto, a verdade é que a mudança de estrutura na equipa base do Benfica abriu um buraco permanente no lado esquerdo da defesa, por onde, invariavelmente, se criaram as oportunidades e os golos do Porto.

Fábio Coentrão fora do seu lugar habitual e num lugar onde nunca rendeu, nem vai render por mais que Jesus insista, um Sidnei sem ritmo nem forma para fazer o lugar que lhe foi destinado, em resumo uma defesa que já tem apresentado preocupantes sinais de instabilidade completamente desestruturada por acção e vontade do treinador.

A grande diferença é que hoje, enquanto Villas-Boas colocou em campo as suas melhores pedras e nos lugares onde melhor rendem, Jesus, como de costume nos grandes desafios, lembrou-se de inventar para marcar o seu cunho pessoal no jogo e com os resultados habituais.

Villas-Boas preocupou-se com com a capacidade de construir jogo da equipa do Porto...Jesus também, em lugar de se preocupar com a da sua própria equipa.

domingo, 31 de outubro de 2010

The Thing

É público e notório que não tenho qualquer simpatia e muito pouco respeito por Francisco Louçã. Isso não se deve às diferenças ideológicas que tenho em relação ao Bloco de Esquerda, pois tenho as mesmas ou maiores em relação ao PCP e no entanto respeito as suas posições e convicções, mas sim devido à falta de honestidade intelectual de Louçã.

Há uns tempos atrás, Louçã e os seus apaniguados andavam com ares de superioridade intelectual e moral a atirar barro para a ventoinha tentando sujar tudo e todos que estivessem na sua frente. Depois, alguns pequenos casos no seio do próprio Bloco demonstraram que tinham tantos telhados de vidro como todos os outros partidos e que afinal não eram os guardiões impolutos da moralidade.

Hoje, Louçã, no seu melhor estilo arrogante veio acusar o PSD de ter encenado todo o processo negocial para ajudar a candidatura de Cavaco Silva, personagem que como também todos sabem não é propriamente santo a quem eu reze.

Na teoria, a acusação de Louçã até poderia ter alguma validade, não fora o pequeno facto de que quem mudou a proposta inegociável e reatou as negociações ter sido o PS e o Governo.

Recordemo-nos que na Quarta-feira o PS apresentou ao PSD uma última proposta dizendo que era inegociável e que o PSD recusou tal proposta. Depois, na Quinta-feira Sócrates afirmou que haveria um novo esforço para conseguir um acordo e foi o Ministro da Finanças que tomou a iniciativa de apresentar a nova proposta ao PSD.

Tudo isto foi público, portanto Louçã ignora ostensivamente a verdade dos factos para falaciosa e demagogicamente vir acusar o PSD de estar apenas a tentar favorecer a recandidatura de Cavaco Silva. Quando muito, poderia era acusar o PS e o Governo.

Esta é a completa falta de honestidade intelectual e de seriedade que me faz abominar a criatura...
Nota: Como tenho muito respeito por quem me honra ao ler este blog não coloco qualquer fotografia da dita criatura...

Orçamento IV

Para espanto de todos e se calhar do próprio quando ouviu o que disse, ficámos a saber, pela voz de Francisco Assis, líder parlamentar do PS, que os alegados 500 milhões de euros que o PSD conseguiu poupar aos bolsos dos contribuintes serão compensados por cortes na despesa pública. Então se era possível cortar mais 500 milhões de euros na despesa pública e assim evitar mais sacrifícios aos portugueses porque é que o Governo não o tinha já feito na sua proposta de Orçamento?

Se alguém ainda tinha dúvidas sobre a falta de vontade do Governo para emagrecer o Estado e cortar na despesa pública, Francisco Assis acabou de vez com essa questão. Talvez agora percebam porque é que eu ando a aqui a gastar o meu latim a afirmar que o Orçamento não vai ser cumprido e não vamos atingir os 4,6% de défice em 2011. Não é só porque vamos ter um mau Orçamento, mas essencialmente porque temos um mau Governo.

sábado, 30 de outubro de 2010

Sentido de Estado



Quem, como eu, conhece Pedro Passos Coelho há mais de vinte e cinco anos e acompanhou de muito perto sua actividade política percebe bem a sua postura enquanto Presidente do PSD.

Quando foi eleito, Pedro Passos não viu uma simples oportunidade de ser Primeiro-ministro, viu sim, essencialmente, uma oportunidade de influenciar desde logo o futuro de Portugal de acordo com as suas convicções.

Desde o PEC II, em Abril, até agora à questão do Orçamento de Estado, Pedro Passos Coelho nunca adoptou as posturas que a estratégia política calculista mais aconselharia e que era de não se comprometer com qualquer que fosse o caminho escolhido pelo Governo. Tal postura teria sido fácil, quer por o Governo nunca revelar o verdadeiro estado das contas publicas, quer, agora, com a consensualização nacional de que é preferível aprovar um mau orçamento do que viver por duodécimos. Em qualquer caso, a abstenção do PSD, sem negociações, teria sido facilmente justificada e politicamente bastante cómoda.

Mas não é esse o caminho de Pedro Passos Coelho. O que o motiva é como conseguir melhorar a vida das pessoas ou pelo menos evitar sacrifícios desnecessários aos portugueses, porque ao contrário do que sempre se tentou vender sobre ele, é alguém muito preocupado com as consequências sociais das medidas económicas, em especial em relação aos mais desprotegidos. Mesmo sabendo e reafirmando que este é um mau orçamento, fez tudo o ao seu alcance para minorar os terríveis efeitos sobre as famílias e sobre a economia.

O acordo que Pedro Passos autorizou, com eventual sacrifício político próprio, acabou de proteger a esmagadora maioria das famílias de uma autêntica sangria fiscal, que aumentaria exponencialmente a pobreza e diminuiria violentissimamente o rendimento disponível dos portugueses, desde as classes mais pobres até à classe média. Gostem ou não de Pedro Passos Coelho, vários milhões de portugueses ficaram hoje a dever-lhe muito.

Esta postura reforça a enorme confiança que já tinha em Pedro Passos Coelho. Se o líder da oposição demonstra tal sentido de estado, mesmo com prejuízo da sua imagem e sem calculismos em relação à sua futura eleição como Primeiro-ministro, essa é uma garantia de como será a sua postura enquanto governante, a postura que Portugal precisa e com urgência.

quinta-feira, 28 de outubro de 2010

Orçamento III

Quando começa a ser claro para todos os que ainda tinham dúvidas que o Governo nunca pretendeu conseguir efectivamente um acordo sobre o Orçamento para 2011, os juros da dívida portuguesa voltaram a subir e veio tudo quanto é analista, pseudo-analista e membro do Governo interpretar isso como o resultado da falha das negociações entre o PSD e o Governo sobre o Orçamento de Estado para 2011.
Errado, a subida dos juros afectou muitos outros países, incluindo a Alemanha e até, comparativamente, Portugal não foi muito penalizado nesta subida, sendo o spread comparado com o alemão até mais favorável a Portugal, do que era há um mês atrás.
É claro que com a qualificação da maioria dos nossos analistas, não é de estranhar que esse facto tenha passado despercebido e prossiga a desinformação que tem sido constante neste processo. Já as afirmações dos nossos Governantes, bom, essas, ou consusbtanciam a confirmação da incompetência que todos lhe reconhecemos, ou então, simples má fé e deliberada falta à verdade, o que também não seria nada surpreendente.

quarta-feira, 27 de outubro de 2010

Aiii

Pois, parece que é altura de todos aqueles, desde comentadores a líderes partidários, que afirmavam que as conversações entre o PSD e o Governo eram uma mera encenação política, morderem a língua e pedirem desculpa.
Haverá algum que tenha essa dignidade?

quarta-feira, 20 de outubro de 2010

Orçamento II

A estratégia de crescimento do Governo subjacente à proposta de Orçamento de Estado para 2011 é a do costume: Exportações.

Este chavão ficou na moda no início da década e ninguém se questiona se faz algum sentido ou sequer se é exequível. É o típico bloqueio intelectual que as modas ideológicas tem o condão de provocar até nas mais brilhantes mentes.

Já começo a ficar cansado de dizer que não podemos orientar a nossa estratégia de crescimento e de desenvolvimento exclusivamente para as exportações.

Andamos nisto há dez anos e sem qualquer resultado, bem pelo contrário, há dez anos que não crescemos acima da média da UE, porque não temos capacidade concorrêncial global, mas sim apenas em pequenos clusters.
A nossa estratégia tem de passar por uma forte aposta no turismo e globalmente no mercado nacional, na substituição de importações por produção nacional, baseada numa boa relação qualidade/preço e nas vantagens competitivas que advêm de menores custos logísticos.

Quanto tempo vai levar até que os nossos ilustres governantes e muitos dos meus brilhantes colegas economistas percebam isto? Mais dez anos?

terça-feira, 19 de outubro de 2010

Orçamento I


Não acredito que vá escrever apenas um post sobre o Orçamento de Estado para 2011, mas cá vai o primeiro.

Do que já consegui apurar, o Governo quer reduzir em 3% o défice, sendo que o aumento de impostos e cortes de deduções fiscais contribuem com 2,6% e a redução da despesa apenas com 0,4%.

Daqui podem retirar-se desde já duas conclusões:

a) Vamos ter um período de recessão, isto é a economia vai contrair e não crescer como o Governo defende, o que significará mais desemprego, mais pobreza e consequentemente mais recessão económica, pelo inevitável efeito da contracção do consumo privado. Por outro lado a inexistência de poupança vai obrigar a maior endividamento externo, porque continua a haver necessidade de financiar a economia portuguesa, por não se reduzir a despesa significativamente.

b) O Governo não quer ou não sabe como reduzir a despesa e portanto pretende manter a sua estratégia de redução do défice através do aumento de impostos, o que não é sustentável a médio e longo prazo, porque não é possível continuar a aumentar os impostos indefinidamente.

Até ao presente o Governo mostrou-se incapaz de cortar a despesa, esse é o verdadeiro problema do nosso país e as agências de rating sabem isso. Os mercados internacionais não estão preocupados com os impostos, o que observam e avaliam é o crescimento, o endividamento e o nível de despesa, logo um orçamento que quase não reduz a despesa e provoca recessão, o que vai provocar necessidade de financiamento externo, não irá tranquilizar os operadores financeiros, bem pelo contrário, irá indicar-lhes que vamos claramente no caminho errado.

Se este orçamento passar, daqui a seis meses estaremos numa situação bem pior do que aquela em que estamos agora, o que de resto também é verdade se compararmos com a situação de há seis meses atrás. O caminho é o mesmo, para o abismo, para o tal abismo de que Lacão gosta de falar e Sócrates se recusa a ver.

segunda-feira, 18 de outubro de 2010

Tudo tem limite...


Sempre ouvi dizer que tudo tem limites, menos a presunção humana e realmente de pois de ler as declarações do Presidente da Associação Sindical do Juízes em que advoga que as reduções de subsídios propostas pelo governo só vão afectar os juízes porque estes incomodaram os boys do PS no processo Face Oculta, fiquei sem dúvidas sobre esta matéria.

É surpreendente que o Presidente da Associação Sindical dos Juízes tivesse alguma esperança de que os cortes de custos propostos pelo Governo para a função pública não fossem também aplicados aos juízes, tanto mais quando se trata de uma classe profissional muito bem remunerada em comparação com a média nacional. Todos reconhecemos a importância e o poder inerente às funções, mas daí a pensar que poderiam não ser afectados é já uma presunção e tanto.

Não, meu caro senhor, os juízes poderão ter os seus salários e subsídios diminuídos porque todos os funcionários públicos, onde os senhores se incluem, terão de pagar a incompetência deste governo e deste Primeiro-ministro que, afinal, há pouco mais de um ano os portugueses confirmaram no poder. Temos o que escolhemos e, portanto, o que merecemos.

sábado, 16 de outubro de 2010

Vergonha....

Na altura em que escrevo ainda não foi oficialmente apresentada a proposta de Orçamento de estado para 2011, mas pelo que já foi noticiado e não desmentido, parece que a dita proposta limita as deduções fiscais, incluindo também as relacionadas com a saúde, o que só por si já é muito mau. Mas pior ainda é que essas limitações são em percentagem do salário bruto conduzindo a uma inaceitável injustiça social. O que o Governo propõe é que quem menos recebe, os mais pobres, os pensionistas, são os que menos podem deduzir, enquanto que os mais ricos podem fazer deduções maiores.
É este o conceito de protecção social do Partido Socialista que anda aos gritos armado em paladino dos pobres, enquanto que na prática é quem mais regalias sociais tem tirado precisamente aos mais desprotegidos? Que raio de justiça social é esta? Alguém me explica?

quinta-feira, 14 de outubro de 2010

Lacão Dixit

Este governo é pródigo em frases infelizes, para além das acções é claro. No momento em que o PS diz que quer um entendimento com o PSD para aprovar o orçamento, e note-se que eu escrevi "diz que quer", o Ministro dos Assuntos Parlamentares, supostamente quem tem a principal responsabilidade de promover esse entendimento, vem no dia em que se inicia essa tarefa acusar o líder do PSD de "ter vontade de caminhar à beira do abismo".
Por sorte para Lacão, Pedro Passos Coelho não responde a acusações de baixo nível, mas eu que não sou líder do PSD, nem tenho o bom feitio do Pedro Passos, sempre posso dizer ao Sr. Jorge Lacão que a beira do abismo em que Pedro Passos Coelho tem vontade de caminhar chama-se Portugal e foi o Governo do Sr. Jorge Lacão e do Sr. Sócrates que nos conduziram a essa beira do abismo, preparando-se agora para nos lançar nele se ninguém tiver a coragem de os travar.
Sobre o orçamento, como escreve sempre um grande amigo no final dos seus post's, depois falamos.

sexta-feira, 8 de outubro de 2010

¿Por qué no se callan?



Nos últimos dias alguns destacados militantes do PSD têm vindo a publico aconselhar o partido e o líder a viabilizar o orçamento de estado para 2011.

Conhecendo-os, como eu e muitos os conhecemos, sabemos bem os motivos que a cada um assiste para vir tomar essa posição e temos também a certeza que não é o superior interesse de Portugal que os move.

Nem podia ser, relativamente a um orçamento de estado que não é conhecido ainda, logo...que tal manterem a boquinha fechada antes que alguém perca a paciência e vos diga umas quantas verdades?

sexta-feira, 1 de outubro de 2010

A Tentação do Abismo



O desespero nunca foi bom conselheiro e este (des)Governo está desesperado perante a sua própria incompetência.

Durante meses, o Governo e o Primeiro Ministro andaram a tentar esconder o verdadeiro descalabro em que se encontram as contas públicas, tentando assim camuflar a sua própria incapacidade de refrear o aumento incontrolado da despesa do estado.

Desde o Sector Empresarial do Estado, leia-se as empresas públicas, passando pelas fundações que em lugar de serem fundos privados são pagas por todos nós, continuando em investimentos perfeitamente desnecessários por parte do estado em obras sem qualquer proveito imediato ou previsível para o país, até à multiplicidade de organismos, institutos e outras entidades que vivem à conta dos nossos impostos e não servem para nada que valha a pena, continuou o aumento da despesa de tal modo que o défice, apesar do aumento de impostos, é agora maior que no início do ano.

Perante este quadro dantesco, apresenta o Governo um novo conjunto de medidas de austeridade, em relação às quais apenas temos a certeza de que novos aumentos de impostos, directos e indirectos, poderão ser concretizados, porque a redução da despesa estrutural é apenas um vago conjunto de generalidades desconexas e sem estratégia, focando-se na redução de regalias sociais, voltando assim a penalizar o contribuinte.

Este pacote de medidas é incoerente e não se integra em qualquer estratégia que não seja a de arrecadar desesperadamente dinheiro para os cofres do Estado. A esmagadora maioria das medidas são efectivamente aumentos de impostos e em toda linha, desde o IRC, IRS, afectando neste caso especialmente os pensionistas, comparticipações sociais, de saúde, o famigerado novo código contributivo que vai matar o que resta de micro e pequenas empresas deste país, para não falar do aumento do IVA que naturalmente vai reduzir a receita fiscal, aumentar a economia paralela e atirar para a falência mais uns milhares de empresas e para o desemprego umas dezenas de milhar de trabalhadores, que por sua vez irão fazer aumentar os custos do subsídio de desemprego, tornando esta medida duplamente penalizadora para as contas públicas. Se a isto acrescermos a redução dos salário líquidos, teremos o perfeito cenário de crise social e de aumento descontrolado da pobreza.

Nunca qualquer país saiu de uma crise sem promover o crescimento económico e este pacote é precisamente a antítese do que seria necessário para tal desiderato, porquanto é redutor desse mesmo crescimento e apenas se limita a tentar satisfazer o voraz apetite esbanjador do estado.

Mais do que nunca, perante estas bases para o novo orçamento, estou convicto que impedir este governo de continuar a aumentar a despesa, chumbando o orçamento para 2011, é um imperativo de interesse nacional e a nossa última hipótese de salvação. Se deixarmos isto continuar, os sacrifícios que teremos de fazer no futuro serão verdadeiramente dramáticos e assistiremos provavelmente à pior crise económica e social desde a grande depressão, nos anos 30 do século passado.

terça-feira, 28 de setembro de 2010

O Drama



Nos últimos dias muita tinta tem corrido sobre a possibilidade de o próximo orçamento de estado não ser aprovado.

Sócrates diz que se demite, o Presidente que tal não lhe passa pela cabeça e um conjunto de pseudo sábios alertam para as funestas consequências internacionais de uma crise politica no país, em especial os custos do financiamento internacional, o já famoso rating da República que, apesar de termos orçamento no corrente ano, não pára de se agravar, dada a má governação que nos flagela.

É óbvio para todos que será preferível termos um orçamento de estado aprovado para 2011, mas não um qualquer orçamento como alguns idiotas da nossa praça tentam fazer crer.

Nesta matéria estou totalmente em consonância com Pedro Passos Coelho. O acordo feito em Maio deste ano já previa um aumento de impostos para 2011 e previa também uma redução da despesa, em parcelas iguais. A verdade é que a primeira parte está a ser atingida, porque os portugueses cumprem e pagam os seus impostos, mas a segundo não, porque o Governo não cumpre e não reduz o desperdício do estado, nem faz as reformas necessárias para cortar a despesa.

Como em tudo na vida, há momentos para transigir, mas outros há em que é necessário dizer não e com este incompetente governo é altura de dizer basta. Não podemos admitir novos aumentos de impostos e por duas razões fundamentais:
Primeiro, não é uma solução sustentável quando o problema é a despesa e não as receitas do estado. De pouco servirá um novo aumento de impostos para 2011 se não se controlar a despesa, apenas resultará na necessidade de mais um novo aumento de impostos para 2012. Isso não é solução, de pouco serve atacar os sintomas se não atacarmos a origem da doença.
Segundo, a carga fiscal que as famílias e as empresas aguentam já está além dos limites, significa isto que novos impostos vão resultar em percas de receita e num estrangulamento absoluto da economia, afundando definitivamente o país na maior crise económica e social das últimas décadas. Tudo o que é demais é prejudicial.

Neste momento tudo está nas mãos do Governo e do Primeiro Ministro, ou cumprem aquilo com se comprometeram com o PSD e com os portugueses, reduzindo a despesa do estado e têm um orçamento, ou reconhecem a sua incompetência e mantêm as propostas de subida de impostos e o orçamento correrá o risco de ser chumbado.

Em todo o caso, dada a gritante incapacidade do Governo, o facto de não haver um novo orçamento poderá até não ser muito má notícia, é que pelo menos não podem continuar a aumentar a despesa do estado e a estrangular-nos com impostos...

quinta-feira, 23 de setembro de 2010

O Dia da Asneira

Ontem foi o Dia Europeu Sem Carros, mas por cá mais parece que foi o Dia da Asneira, tal a quantidade de disparates que foi dita neste país do sol à beira-mar plantando.
Desde o futebol até às questões do orçamento e da governabilidade ouvimos toda a sorte de sandices, em que cada qual abriu a boca e deixou falar o espírito.
Seria impossível referir aqui toda a santa asneira que foi dita, mas algumas merecem uma pequena nota.
Começo por aquela coisa de inenarrável do Peres Metelo, que veio dizer, contra tudo e todos, que afinal está tudo bem com a evolução das contas publicas, fazendo mais um dos seus acostumados fretes, para não dizer outra coisa, ao PS. Curiosamente, foi hoje desmentido pelo próprio Ministro das Finanças. Não percebo porque é que a TVI insiste em pôr vetusto senhor a comentar economia e finanças...ou se calhar até percebo se nos lembramos das mudanças na TVI há um ano atrás...
No futebol , o treinador do Porto, que até aqui vinha mantendo um comportamento decente, veio imiscuir-se na questão da arbitragem do jogo entre o Benfica e o Vitória Sport Clube, que para quem não sabe é o verdadeiro nome do chamado Vitória de Guimarães. Não percebi o que é que Villas-Boas tem a ver com esse assunto?Será que tem medo que os árbitros não continuem a prejudicar vergonhosamente o Benfica?
Depois foi o Presidente do Tribunal de Contas, em infelicíssimo momento, a vociferar que era melhor um mau orçamento do que não ter orçamento nenhum. Será que o senhor não sabe que se não houver novo orçamento é utilizado o actual por duodécimos? Isso significaria que, pelo menos, não vai haver aumento da despesa. Então o Presidente do Tribunal de Contas considera preferível um orçamento que afunde ainda mais o país a manter o actual, que apesar de mau parece ser melhor do que o governo se prepara para apresentar? Ó senhor, tome lá juízo.
No meio de tudo isto continuam a degladiar-se os "pró" e "contra" intervenção do FMI, cada qual com argumentos piores que o anterior, seja qual for a ordem em que se leiam, tentando obter alguma notoriedade ao cavalgar mediatização desta questão.
Para cereja em cima do bolo, Pedro Santana Lopes, por quem é publico e notório que tenho grande simpatia, veio dizer que fazia falta um governo de salvação nacional e que o Presdiente deveria actuar. Eu sei, todos sabemos, que Santana Lopes tem todos os motivos para acertar contas com Cavaco Silva e também que não perde ocasião de ir saldando as ditas, mas desta vez o tiro saiu completamente fora do alvo e foi despropositado. O que Portugal precisa é de um governo...e ponto final.
No meio de tudo isto salvou-se Paulo Bento ao dizer que a selecção não pode pedir nada aos portugueses sem antes mostrar trabalho e resultados. Valha-nos alguém com bom senso neste mar de disparates e que espero que mantenha no futuro como seleccionador, para não ter de lhe dedicar alguns posts com ao Carlos Queiroz.
Enfim, há dias assim...

sexta-feira, 10 de setembro de 2010

Assim...


Independentemente da vergonhosa arbitragem que merecia a despromoção da equipa de arbitragem para os campeonatos distritais, nem vou repetir o que já disse sobre este Benfica e as opções de Jorge Jesus...

Parece-me é que por este andar ainda vai haver outro treinador disponível para ser seleccionador nacional dentro de pouco tempo...Se é que me faço entender.

Adeus...

Leva saudades que é coisa que cá não deixas....

terça-feira, 7 de setembro de 2010

Descalabro!

Há pouco tempo atrás escrevi aqui que Carlos Queiroz é um parolo, para quem o requisito fundamental para um jogador ser convocado para a selecção é jogar no estrangeiro. Talvez porque Queiroz nunca fez carreira digna de nota por cá e acha que foi além fronteiras que reconheceram o seu valor, logo transpõe essa capacidade de reconhecimento para os jogadores, isto é, se um clube estrangeiro contrata um jogador português é porque esse jogador é o melhor.
Qualquer pessoa percebe que esta lógica tem falhas fatais, em particular quando temos no campeonato nacional excelentes jogadores portugueses e que estão em bom momento de forma, representando opções muito mais adequadas que as escolhas da famigerada equipa técnica da selecção. Vejam o que foi preciso acontecer para que Queiroz percebesse que o Miguel não tinha condições para ser o lateral direito. Se for assim com cada asneirada de Queiroz, nem daqui a vinte anos voltamos a apurar-nos para uma competição de selecções.
Já nem vou falar das opções estratégicas e da incapacidade de as corrigir ou sequer de fazer substituições a tempo de alterar alguma coisa.
Temos de encarar a realidade. E essa realidade é que não temos o lote de bons jogadores que já tivemos noutros tempos e com o tipo de limitações que o bloqueio psicológico de Queiroz provoca, nem sequer conseguimos apresentar os melhores, portanto mais vale que nos habituemos a que, enquanto persistirem estas condicionantes e não houver a coragem de correr com o Queiroz, a nossa selecção voltará a ser uma selecção de segunda linha.
Sem dramatismos, esta é uma selecção sem chama nem glória e como sempre cada qual deita-se na cama que faz.

Criatividades...

Gosto bastante de filmes de "capa e espada" e portanto, apesar de algumas criticas, não pude deixar de ver o Robin Hood, versão 2010, de Ridley Scott.

Todos sabemos que os argumentistas têm de usufruir de algumas liberdades de adaptação, sob pena de não se poderem fazer "remakes" ou adaptações cinematográficas de livros e tanto mais liberdade têm para dar largas à sua imaginação quando se trata de personagens de ficção.

Neste caso o filme conta com elenco de bons actores, embora peque desde o início por se ter feito um argumento para o actor principal e não para a personagem, o que enche o ecrã com Russel Crowe e não com Robin Hood e os restantes personagens, esses então não têm qualquer substrato ou profundidade. Já agora, só por curiosidade, a tradução literal seria o Robin da Capa e não dos Bosques.

Mas o pior deste filme, que pretende ser sério e não uma simples adaptação criativa da história, é precisamente a história, quer a do argumento, quer a história real. Quando se enquadram personagens de ficção na história, tem de se respeitar essa mesma história e os acontecimentos como eles ocorreram e é aqui que o filme perde a já de si pouca coerência de um argumento cheio de absurdos e muito pouco sólido. Contém tantos erros históricos que nem a criatividade do argumento os pode justificar, apenas a ignorância dos argumentistas.

Só a título de exemplo, Ricardo I, o Coração de Leão, morre efectivamente em França, no cerco de Challus, não ao regressar da Terceira Cruzada, mas já depois de ter voltado a Inglaterra e na tentativa de reconquistar a Normandia. A Magna Carta não foi escrita por um mason e foi assinada pelo Rei João I, de cognome João Sem Terra, perante a revolta dos nobres e dos burgueses mas em 1215, não em 1199 e sem ameaça de invasão francesa, que só ocorreu um ano depois. Não havia modernos barcos de desembarque de tropas no século XII como os da imagem. Enfim a lista segue por aí adiante, até ao ponto em que as distâncias entre os locais onde o filme decorre seriam impossíveis de percorrer no espaço de tempo considerado no filme. Bom, se fosse de automóvel seria possível, mas a cavalo e a pé...

É pena que se tenha perdido uma boa ocasião de fazer um bom filme, assim fica mais uma versão, embora nitidamente inferior a outras já realizadas, apenas a boa qualidade da imagem e boa interpretação dos actores não tornam este filme uma comédia de má qualidade.

segunda-feira, 6 de setembro de 2010

Memória Futura




Confesso que estou tão baralhado como qualquer outro cidadão português quanto ao processo Casa Pia. Nunca escrevi as minhas opiniões, ou melhor, sensações quanto à inocência ou culpabilidade dos arguidos, agora condenados ou absolvidos, nem em relação a outros que não foram pronunciados.

Fico a aguardar a publicação da sentença para perceber os fundamentos do que foi dado como provado, já que a súmula absurdamente não esclarece. Seria aceitável que a mesma não fundamentá-se as absolvições, agora as condenações é incompreensível

Para "memória futura" ficam mais absolvições do que condenações em relação às centenas de crimes alegadamente cometidos que depois se resumem a menos de uma dúzia dados como provados, se exceptuarmos Carlos Silvino, que confessou todos os crimes.

Para "memória futura" ficam anos e anos de investigações e quase mil testemunhas ouvidas,que em conjunto quase não conseguem provar nada ou claramente muito pouco, em relação ao que se pretendia provar e que deixam muitas dúvidas quanto à exactidão de algumas acusações e quanto a se deveria haver mais pessoas no banco dos reús.

Para "memória futura" ficam sérias dúvidas quanto a alguns dos locais onde se deram como provados crimes, perante identificações confusas, inexactas e mesmo incoerentes dos mesmos.

Para "memória futura" fica a necessidade de ajustamentos em catadupa à Lei Penal que claramente indiciam a má preparação da Lei portuguesa para lidar com situações desta complexidade.

Para "memória futura" fica um processo que se arrastou e arrastou consigo o bom nome de pessoas e o sofrimento das vítimas por tempo além do que seria humanamente aceitável.

Para "memória futura" ficam demasiadas dúvidas e suspeitas.

Para "memória futura" fica em causa o sistema judicial português, desde a investigação até à sentença.

Este filme de terror ainda não acabou e pode ter um fim ainda pior do que o realizado até aqui.

Para memória futura fica este post.

sábado, 4 de setembro de 2010

Hope...

A minha séria intenção era só voltar a escrever aqui , lá para 12 ou 13, fazer aqui o mês de férias que não me foi possível fazer na realidade, mas e há sempre um mas, o que vi ontem em Guimarães foi mau demais para ser verdade. Como até me considero ponderado, advogo que esperemos por terça-feira antes de tirar mais conclusões, mas a nossa selecção parece ir de mal a pior.
Só desejo que na terça-feira não tenha de repetir tudo o que já aqui disse sobre as tácticas e sobre as escolhas dos jogadores, ficava muito feliz se a nossa selecção me calasse no jogo contra a Noruega.

quinta-feira, 12 de agosto de 2010

Apontamentos




Como aqueles que fazem o favor de passar por aqui de vez em quando já devem ter notado, ultimamente não tenho tido grande actividade, ou para ser mais exacto, tenho tido muito pouca actividade no blog. Não fui de férias, infelizmente ainda não, mas como já aqui escrevi, por vezes tenho de escrever por obrigação, por isso no blog só escrevo quando me apetece.
E hoje apetece-me deixar aqui algumas pequenas notas.

A primeira é sobre a recusa da audição ao Governo sobre a evolução da execução orçamental pedida pelo PSD. Não se trata de um problema menor, trata-se de averiguar a eficiência dos sacrifícios que nos foram pedidos e impostos. Embora estejamos da Silly Season, mas esta postura dos restantes partidos parece-me "silly" demais, diria mesmo irresponsável. Em Outubro pode já ser tarde demais...ou se calhar por isso mesmo.

A segunda nota é sobre a Ministra da Educação. Até agora estava a safar-se bem numa pasta que invariavelmente "carboniza" os seus detentores. Creio que não há ministérios mais ingratos que a Saúde e a Educação. Mas, como estava a dizer, até agora as coisas não iam mal, ainda para mais se tivermos em conta a Ministra anterior, bastava um pouco de bom senso para fazer boa figura, mas parece que o bom senso se acabou e aquela proposta peregrina de acabar com as retenções veio demonstrar que mais uma vez não temos ninguém na educação capaz de perceber a importância da mesma para o futuro do país e que a preparação dos nossos jovens para um mundo cada vez mais exigente não se faz com facilitismos. É pena, a senhora até parecia minimamente competente.

Finalmente e porque tenho o terrível defeito, em politica, de ter memória, estou a aguardar o comentário do Vitalino Canas sobre os processos Estalinistas em curso no PS para alegadamente expulsarem cem militantes sem sequer os ouvir...
Há, pois, ainda tinha umas coisinhas as a dizer sobre o Procurador-Geral da República, mas a eurodeputada Ana Gomes já disse tudo.

segunda-feira, 26 de julho de 2010

A Revisão

O PSD apresentou uma proposta de revisão constitucional para ser debatida e discutida que está a causar uma polémica comparável ao esforço do PS para empolar algumas das propostas lá contidas.
Talvez este não seja o momento ideal para criar uma polémica que na realidade só afasta as atenções da continuação da má governação do PS, mas para quem conhece Pedro Passos Coelho como eu o conheço, sabe que não faz propostas por ser conveniente ou oportuno, mas sim por ser necessário.
Nesta proposta há duas questões que estão a ser mais visíveis. A Saúde e o Emprego.
No emprego a questão tem a ver com o substituir "justa causa" por "razão atendível" como motivo para despedimentos. Em qualquer caso é uma questão de terminologia e as "razões" ou "causas" terão sempre de ser definidas por Lei, portanto tudo se resume a uma questão terminologia, não há aqui qualquer alteração substancial. Para quem conhece sabe que há "justas causas" definidas na Lei que são mais "razões atendíveis" do que propriamente causas justas, mas, como já disse, esta é uma matéria de exactidão na linguagem e apenas isso.
Na saúde a proposta é que deixe de estar na Constituição que esta é "tendencialmente gratuita", coisa que de qualquer modo todos sabemos que não é, pelo contrário, cada vez as dificuldades financeiras dos estados tornam a saúde mais cara. Podemos continuar com esta norma indicativa que mais não é do que letra morta na constituição ou colocar lá uma norma imperativa que o PSD propõe e que é que a ninguém podem ser negados cuidados de saúde por incapacidade económica.
Curiosamente ainda não ouvi ninguém, nem políticos, nem comentadores, nem sequer jornalistas dar ênfase a esta proposta. Porque será? Não será mais importante termos o acesso aos cuidados de saúde garantido pela constituição independentemente de ter ou não dinheiro do que uma norma indicativa que nenhum governo cumpre porque não há dinheiro para cumprir?
Depois há mais um conjunto de alterações que decorrem da evolução natural da sociedade e da necessidade de a modernizar, mas essas ficam para outro post...um destes dias.

quarta-feira, 7 de julho de 2010

Deve ser do calor...

A Federação Portuguesa de Futebol ainda não despediu o Queiroz, talvez porque fez um péssimo acordo de contratação. Não se contrata um treinador por 4 anos, com um mundial a meio. Acho que alguém os devia processar por gestão danosa ou incompetência gritante...Só de pensar que os meus impostos servem para pagar àquele tipo, fico a ferver...

Sócrates acusa a UE de ultraliberalismo no caso da Golden Share da PT...por acaso até acho que a UE sofre desse mal, mas apenas na área financeira, no restante parece demasiado interventiva na vida privada, na esfera das opções pessoais dos cidadãos, mas isso é assunto para outro post. Apesar do coro de apoio nacional, talvez por algum sentimento anti-castelhano que ainda temos nos genes, eu também tenho, confesso, neste caso o uso da Golden Share nada teve que ver com os interesses de soberania do país, a única situação em que devia ser usada, na minha modesta opinião claro, mas sim com interesses meramente financeiros, logo a UE tem alguma razão em estar irritada e Sócrates faz o que sempre fez, quando alguém lhe leva a contrária... ataca e ofende, normalmente de forma desastrada, como acontece quando não se tem razão.

Cada vez se nota mais o desespero de Sócrates, o homem sabe que está a queimar em fogo lento, para usar uma terminologia adequada à situação meteorológica, e que já é inevitável que fique completamente esturricado, mas pior que isso, também sabe que não renascerá das cinzas com a Fénix.

Bom, vou ficar mais uns tempos sem escrever nada porque, francamente, cada vez percebo menos este país...deve ser do calor...

terça-feira, 29 de junho de 2010

Sem honra, nem glória...

Uma selecção nervosa, sem ambição e mais preocupada em defender. Mostramos essencialmente muita pressa de perder a bola, com um Ronaldo que se deixou antecipar nove em cada dez vezes e se acha muito estrela para defender e correr às bolas, preferindo cair cada vez que lhe tocam. Com um buraco permanente no lado direito da defesa e sem opções no banco graças às escolhas de Queiroz. Foi aliás por termos um central a defesa direito que se abriu o buraco por onde perdemos o jogo. Boa Queiroz, podias ter posto um guarda-redes.

No princípio da segunda parte tirámos o único ponta de lança, como se estivessemos a ganhar 7-0, voltando a reeditar uma solução que já se tinha provado não funcionar, Ronaldo não é um ponta de lança, nem sequer está em boa forma.

Enfim nada a dizer, afinal já estava tudo dito há muito tempo...Parece que o jogo com a Coreia é que foi um acidente de percurso, apesar de nos ter dado esperança, foi apenas isso, a esperança que guardamos sempre no fundo do baú.

Três notas positivas, Eduardo e Fábio Coentrão, pelas exibições ao longo do mundial e Hugo Almeida pela forma como influenciou a equipa sempre que jogou. O resto ficaram-se pela mediania. Notas negativas...bom, nem vale a pena fazer a lista.

Só espero que despeçam o Queiroz, para podermos esquecer este pesadelo, cheio de opções erradas e falta de ambição.

segunda-feira, 21 de junho de 2010

A Frio....




A selecção transfigurou-se. As entradas de Simão, Hugo Almeida e Tiago não foram alheias a esta alteração da postura da equipa. Até Ronaldo, na segunda parte, conseguiu jogar mais para a equipa do que para si, notável. Em qualquer caso continuo a achar que Carlos Queiroz fez más escolhas para a Selecção, Deco, Liedson, Paulo Ferreira, Danny e mesmo Miguel, já demonstraram não estar nas condições exigíveis para integrar esta equipa, resta saber quantos outros haverá, que ainda não mostraram as suas habilidades ou falta delas.

Mas em qualquer caso foi um bom jogo e um resultado espectacular, em especial depois dos Coreanos terem manifestado a vontade de vingar 1966...pode ser que daqui a 40 anos consigam, até porque a vingança, ao que se diz, é um prato que serve frio...por agora em vez de 5 a 3, averbaram 7 e a seco... por causa das coisas, porque a semente da língua é a primeira que se paga... ;)

terça-feira, 15 de junho de 2010

Pois...



O importante era não perder, como fez questão de enfatizar Paulo Ferreira, sério candidato ao título de pior em campo neste jogo, embora com a feroz concorrência de Liedson, Deco e Danny.

Não me choca que o rapaz tenha dito isso, afinal era a única coisa positiva que podia dizer, já o que me choca é que tenha sido essa a filosofia com que a equipa entrou em jogo. Pior foi o que disse aquela coisa inenarrável do Queiroz, que tínhamos ganho um ponto frente a um favorito. A Costa do Marfim um favorito???? Este tipo é inacreditável, para não reconhecer que perdemos dois pontos, eleva a Costa do Marfim a favorito.

Pouca ambição, pouco esforço, muitos jogadores em baixa forma, perderam 90% das bolas disputadas, deixaram-se antecipar com uma facilidade chocante, uma estratégia incompreensível, Ronaldo a esquecer-se regularmente que havia mais 9 jogadores de campo para além dele e a fazer macaquices várias em lugar de passar a bola em condições...enfim o desastre que se viu.

Carlos Queiroz, que um dia disse que em Portugal se dá demasiada importância à selecção, provincianismo de que ele próprio obviamente não padece, tendo em conta que depois das más escolhas que fez para levar ao mundial, continua a colocar em jogo jogadores em baixa forma, insiste nas suas opções com uma arrogância completamente injustificada, pois ainda não fez nada de notável na sua carreira para poder ter tal postura e infelizmente para todos nós ainda não é desta que fará.

No entanto devo dizer que a culpa não é inteiramente dele, é também da Federação, que não teve a coragem, como outras tiveram, de trocar o seleccionador quando os maus resultados começaram a aparecer ainda na fase de apuramento.

Agora, confesso, as minhas expectativas máximas são que os resultados desta equipa não nos envergonhem demasiado. Pelo menos isso...

domingo, 13 de junho de 2010

Curiosidade...


Depois de ler a proposta de conclusões da Comissão Parlamentar de Inquérito ao caso PT/TVI confesso que não fiquei com grandes dúvidas sobre a exactidão das conclusões.

Se por princípio ninguém acreditava que o Governo não soubesse de uma operação dessa envergadura tendo a administração da PT exameada de boys, os resultados das audições vêm confirmar um conjunto de contradições entre os ouvidos na comissão e indicar claramente que o Primeiro Ministro mentiu quando disse não saber nada sobre o caso e que o Governo não interferia na orientação empresarial da PT.

Mais fica claro que o objectivo era acabar com o Jornal de Sexta, apresentado por Manuela Moura Guedes e que a manobra já havia sido tentada antes através da TagusPark, mas saiu gorada a tentativa.

O que me deixa curioso neste momento é saber, se a proposta de conclusões for aprovada na próxima semana, o que acontece a um Primeiro Ministro que é considerado oficialmente um mentiroso? Será que nada? Até esse ponto de degradação já chegámos?

sexta-feira, 11 de junho de 2010

Portugal



O discurso do Presidente da República parece não ter agradado a muita gente. Os candidatos às presidenciais já assumidos e alguns líderes partidários parecem não ter gostado da afirmação de que chegámos a uma situação insustentável.

Sócrates esteve todo o dia com cara de poucos amigos, não sei se pelo discurso se pelos apupos com que foi recebido pela população, mas em qualquer caso é melhor que se vá habituando, porque apenas os boys não o criticam abertamente e vamos ver até quando.

Devo dizer que não sou propriamente um fã de Cavaco Silva, espero pouco dele, discordo dele em muitas coisas e tenho muitas reservas em relação ao seu comportamento, presente, passado e também futuro, mas desta vez e neste particular tenho de concordar com o que disse, embora discorde do que veio imediatamente a seguir sobre mais entendimentos de regime. Já todos vimos que o PS e Sócrates não os cumprem, nem estão de boa fé. A estabilidade política não é um fim em si mesmo, é um instrumento e como todos os instrumentos só é benéfico se for bem aplicado.

Chegámos mesmo a uma situação insustentável e por culpa deste Primeiro Ministro e dos governos que ele liderou, mas não só. Chegámos a esta situação insustentável também por culpa dos muitos analistas que andaram a proteger Sócrates durante anos, por culpa de Vítor Constâncio que tudo fez para ajudar a esconder o descalabro das contas públicas e também por culpa do Presidente da República que nunca é capaz de chamar os "bois pelos nomes" e fica-se sempre por insinuações vagas e indefinidas, desde a história das escutas até à actual situação financeira, passando pelo desnorte generalizado do Governo, nada é dito com clareza e que não dê azo a várias interpretações, tudo é dúbio, tudo é ambíguo.

Outro Presidente, menos preocupado com a sua própria reeleição já tinha dito claramente aquilo que este apenas insinua, mas Cavaco não o fará, o seu passado é bem elucidativo em relação a estas matérias.

Sou daqueles que ainda não se esqueceu do famoso artigo da "boa e da má moeda", até porque, infelizmente, estamos a sentir e a pagar a peso de ouro a boa moeda que Cavaco Silva defendeu no final de 2004.

Este ano, embora a nossa história seja motivo de orgulho indiscutível, as nossas perspectivas não são efectivamente animadoras, já nem sequer a selecção de futebol nos motiva. Esperam-nos anos de sacrifícios e problemas graves e quanto mais tempo este governo estiver em funções mais negro será o nosso futuro.

terça-feira, 1 de junho de 2010

Vencemos mas..

Não estou convencido. Creio que é claro que há uns quantos jogadores no campeonato nacional que têm tanta ou melhor qualidade, muito mais ritmo competitivo e estão em bem melhor forma que algumas das escolhas de Queiroz...mas isso deve ser defeito meu que não sofro do provincianismo de achar que os melhores jogadores de Portugal estão todos no estrangeiro...

segunda-feira, 24 de maio de 2010

Devolução de "coisa defeituosa"

Desculpem a minha ignorância nestas coisas das regras e timings da FIFA, mas não era possível despedir o Queiroz por indecente e má figura e devolvê-lo onde para onde ele estava e aproveitar para reformular seriamente a selecção???

É que isto continua assim vamos passar uma vergonha monumental no mundial...

quarta-feira, 19 de maio de 2010

Já chega...




Depois da entrevista de ontem de José Sócrates fiquei com a firme e inabalável convicção de que manter este Primeiro Ministro e este Governo em funções é pior para o país do que abrir uma crise política e avançar para eleições legislativas.

Digo isto porque é claro que este Governo não vai ser capaz de efectuar os cortes na despesa que são fundamentais para equilibrar o país e, em Outubro ou Novembro deste ano, vamos ter tomar mais medidas de austeridade.

Ficou claro que o Primeiro Ministro ainda não percebeu que o problema é a despesa e que não pode continuar a assumir compromissos com novas obras públicas desnecessárias, que vão onerar o orçamento português a partir de 2013, porque está assim a comprometer todo o esforço que vamos fazer até lá e quando chegarmos a essa altura teremos um brutal aumento da despesa, insuportável para o país.

É claro que o problema do país não se esgota nem se resolve neste orçamento e neste ano, pelo que adiar a queda deste Governo não é uma solução de estabilidade a longo prazo, porque manter este Governo não é uma possibilidade a longo prazo, assim mais vale resolver já o assunto e termos um novo Governo que conduza os esforços de recuperação de Portugal durante os próximos anos em que o problema do défice e da dívida pública se vai colocar e que não comprometa o futuro do país com novas despesas que não podemos permitir-nos.

Adiar o inevitável não é parte da solução, é parte do problema.

quinta-feira, 13 de maio de 2010

Bummm....

A teimosia e a obstinação do Primeiro Ministro trouxe-nos a esta triste situação.

Há mais de 10 meses que se sabia que a situação do défice era catastrófica, no entanto por razões eleitoralistas isso foi sempre negado pelo Governo, até hoje. Há apenas uns dias Sócrates garantia na Assembleia da República que não iria aumentar o IVA, hoje, como já é habitual nele, deu o dito por não dito.

A situação é insuportável, a este ponto chegámos e agora já não há nada a fazer que não inclua subir impostos, porque é necessário aumentar as receitas de imediato e só temos seis meses para fazer o que deveria ser feito num ano ou mais.

No entanto só isso não é suficiente, é fundamental reduzir a despesa e ainda não se percebeu muito bem como se vão cortar despesas exactamente e em particular se se vão manter os grandes investimentos públicos sem qualquer rentabilidade imediata, como é o caso do TGV.

Uma coisa sabemos, o imposto dos bens essenciais vai subir 20% e isso é uma carga muito pesada, demasiado pesada, para os mais pobres, para os pensionista, que gastam o seu parco rendimento em comida e medicamentos e são eles quem vai sofrer o impacto mais pesado, pois os produtos que compõem a quase totalidade do seu cabaz de compras vão subir brutalmente.

Aquilo que foi anunciado hoje vai estrangular o crescimento da nossa economia e tenho dúvidas que a redução da despesa seja efectivamente concretizada e se assim não acontecer, tudo isto não será suficiente e poderemos vir a ter ainda outras más surpresas no orçamento para 2011.

Sócrates prefere afundar o país a reconhecer a sua incompetência e foi recusando a realidade com discursos demagógicos, e agora, perante um ultimato da União Europeia, tem de tomar medidas muito mais violentas para os portugueses do que se tem começado a actuar há oito ou dez meses atrás.

Uma questão fica por verificar, é a reacção dos mercados monetários internacionais a estas medidas, para saber se este Primeiro Ministro e este Governo ainda têm alguma réstia de credibilidade externa, porque interna...estamos falados.

segunda-feira, 10 de maio de 2010

Vergonha...


As reacções de intolerância de alguns adeptos do FCP e do Sporting de Braga são francamente vergonhosas. Chama-se a isto mau perder, chama-se a isto vandalismo. Todos os campeonatos têm casos e mais casos, mas a verdade é que o FCP não se pode queixar de ter perdido o campeonato por causa da suspensão do Hulk, pois enquanto ele esteve suspenso só perdeu um jogo e mesmo que o tivesse ganho não ganhava o campeonato. O mesmo para o Braga, sobre a suspensão do Vandinho, mais, o Braga perdeu o campeonato contra o FCP no Porto e contra o Nacional, hoje na Madeira.

O FCP é tetra campeão, isso ninguém lhe tira e é natural que mais tarde ou mais cedo perdesse um campeonato. Mas infelizmente já estamos habituados aos comportamentos violentos de alguns adeptos do Porto que envergonham o grande historial desse clube e o esforço e dedicação dos jogadores e da equipa técnica do FCP.

O Braga teve uma prestação fantástica, os seus adeptos deveriam estar orgulhosos e a festejar o segundo lugar, não a tentar estragar a festa dos adeptos do Benfica, nem a vandalizar a Casa do Benfica em Braga. O problema nestas coisas é que há gente apoia um clube não por gostar dele, mas para ser contra outro clube e pelos vistos essa falta de carácter começou a expandir-se em Braga.

Estes regionalismos bacocos e provincianos, tipo norte contra o sul, ou todos contra Lisboa, apesar do Benfica ser na realidade um clube de âmbito nacional tendo em conta a dispersão dos seus sócios e simpatizantes, são um exemplo acabado e indesmentível da enorme falta de cultura e de princípios que caracteriza a sociedade portuguesa.

Enfim, tristes figuras...

domingo, 9 de maio de 2010

sexta-feira, 7 de maio de 2010

As regras do jogo...

A má fé do executivo de José Sócrates é cada vez mais patente. Como foi dito e sabido, Pedro Passos Coelho fez uma declaração de princípio em relação ao PEC, onde garantiu que o PSD estaria disponível para viabilizar a recuperação do défice, desde que todas as despesas não essenciais e todos os compromissos não assumidos fossem adiados.

Significa isto que quando o Governo se prepara para avançar com TGV e com o novo aeroporto está a assumir novos compromissos, após as declarações do PSD, fazendo com que quando as medidas concretas do PEC forem à Assembleia estes serão compromissos já assumidos. Isto é má fé e é fazer batota em relação à boa vontade e ao sentido de responsabilidade e defesa dos interesses nacionais expresso pelo Presidente do PSD.

A situação do país é complicada. Verificamos uma crescente desconfiança dos mercados financeiros em relação à capacidade de Portugal honrar os seus compromissos externos, ora num contexto destes ir aumentar a despesa em obras públicas com uma rentabilidade de médio prazo inexistente é obviamente agravar ainda mais essa desconfiança e consequentemente do preço do dinheiro que o país compra.

O comportamento do Governo é miserável. Por um lado, a honra e a boa fé e por outro, a situação económica e financeira de Portugal, exigiam que não fossem assumidos novos compromissos, pelo menos até haver um acordo concreto em relação ao PEC, porque os mercados sabem bem que o PS não tem maioria absoluta na Assembleia e logo precisa de estabelecer acordos para que o PEC seja credível e realmente executado.

O mais grave é que o Governo sabe isso e continua a agravar propositadamente a situação do país, deixando cada vez menos espaço de manobra para um acordo como PSD em relação ao PEC e provavelmente é isso mesmo que Sócrates pretende, abrir uma crise política em que se possa fazer de vítima, bater com a porta alegando que não o deixam implementar o PEC e portanto não pode governar.

Há três razões que poderiam justificar o porquê de José Sócrates querer precipitar uma crise política:
Primeiro, sabe bem que Pedro Passos Coelho não quer eleições agora, que ainda se está a afirmar, depois sabe bem que este Governo é incapaz de resolver os problemas do país e quanto mais tempo estiver no poder, pior será a sua situação eleitoral e finalmente também sabe que dentro do próprio PS se começa a preparar em surdina a sua substituição e que se o governo só cair dentro de um ano ou ano e meio pode não ser ele a disputar as próximas eleições. Deste modo Sócrates nada tem a perder num cenário de eleições antecipadas, enfrentará um adversário ainda não completamente consolidado, será ele a ir a votos e ainda alimenta a esperança de se poder vitimizar e conseguir contrariar a derrota que já se anuncia.

Se assim for, estou certo que Sócrates tentará esticar a corda até partir...veremos.

segunda-feira, 3 de maio de 2010

Tiques...



Estive quase a não fazer escrever este post.

E estive quase porque ainda é cedo para cantar vitórias ou ter certezas. Porque, em circunstâncias normais, ainda há muito caminho para percorrer, muitas batalhas que vencer e muitos obstáculos que ultrapassar num terreno perfeitamente minado pelas condições socioeconómicas e pela pressão dos mercados monetários internacionais. Estou a falar das intenções de voto, segundo as últimas sondagens, darem já uma vantagem de 4 ou 5 pontos percentuais ao PSD.

A sério, ainda é cedo e ainda há muito que fazer, mas são de certeza boas notícias, auguram um muito bom começo para Pedro Passos Coelho e abrem uma perspectiva de esperança para este país. Para além disso, francamente, devolvem-me alguma confiança nos portugueses, porque tenho como certo e sabido que por muito má que viesse a ser Manuela Ferreira Leite como Primeiro Ministro, Sócrates é e será sempre imensuravelmente pior e portanto quem se queixa da actual situação e não votou PSD nas últimas eleições legislativas, só tem o que merece e o que escolheu, por directa ou indirectamente, ter colocado José Sócrates de novo no poder.

Mas nem era este o motivo do post, mas já se sabe as palavras, ou as ideias, são como as cerejas, umas puxam as outras...

O que realmente acho curioso é a pouca divulgação dessas sondagens, se alguém fizer uma pesquisa na net dificilmente encontrará mais do que duas ou três referências nos sites de comunicação social, o que é exemplificativo do controlo existente e ainda revela o apoio encapotado, ou não tanto, de que o actual Primeiro Ministro sempre gozou, globalmente, junto da comunicação social, só sendo incomodado quando era por demais impossível não o fazer e mesmo assim, muitas perguntas óbvias ficaram sempre por fazer!

Enfim, são ainda tiques do regime, embora felizmente já comece a cheirar a fim de festa...

domingo, 2 de maio de 2010

Já estou farto deste gajo...

A sério, já enjoa! Nos jogos fundamentais o homem nitidamente não sabe estar à altura das circunstâncias. Foi assim em Liverpool, foi assim no Porto. Muda os esquemas de jogo e as posições, insiste em manter o Cardoso que nada fez durante 90 minutos senão empatar a equipa, faz substituições tarde e a más horas...que diabo, alguém que despeça o homem, com esta equipa até eu era campeão!

quarta-feira, 21 de abril de 2010

Notas soltas....



Até pode parecer que as nuvens de cinzas do vulcão islandês, cujo nome é impronunciável, me envolveram e por isso já há umas semanas que não escrevo nada...mas não. Simplesmente escrever é para mim um prazer e os prazeres não se fazem por obrigação e como não creio que tenha de provar nada a ninguém, só escrevo aqui quando me apetece.

Por isso apenas quero deixar apenas algumas notas:

A primeira é sobre Pedro Passos Coelho, direi que está a começar com o pé direito, as propostas alternativas ao PEC do Governo colheram o apoio unânime dos analistas independentes. Ainda agora começou e já demonstra maior capacidade de solucionar os problemas do país que do que o Governo que lá está há cinco anos. Óptimo, pois é essa a esperança de cada vez mais portugueses.

A segunda para o Glorioso, parece que Jesus decidiu começar a pôr em campo alguns jogadores que têm ficado sistematicamente no banco, independentemente do momento de forma. Ainda resiste a fazer alterações a tempo e horas, mas já é um começo.

Finalmente alguém me explica que diabo anda o Infarmed a fazer ao proibir a utilização de um medicamento fundamental para prolongar a vida em doentes com cancro metastático? Será só por causa do preço do medicamento ou também dos custos associados ao prolongamento da vida desses doentes? Que raio de país se está a tornar o nosso! É à custa da vida das pessoas que querem combater o défice? Isto merecia uma exoneração colectiva e um processo por crimes contra a humanidade!

sexta-feira, 9 de abril de 2010

Pois, mas....




É habitual dizer-se que não se pode ganhar sempre e a realidade, mais tarde ou mais cedo, acaba por confirmar esta expressão popular.

Esta mesma frase poderia aplicar-se ao Benfica que hoje não ganhou, mas há perder e perder...

Ninguém tem dúvidas que Jorge Jesus é um bom treinador, reconhece-se-lhe inclusivamente grandes dotes estratégicos, mas hoje mais uma vez demonstrou que nem sempre está à altura das circunstâncias.

Ir para um jogo desta importância com a defesa toda trocada, insistir em colocar a jogar um conjunto de "craques" nitidamente em baixo de forma, leia-se Cardoso ( que não acertou um passe como de resto vem fazendo há mais de um mês e o golo foi sorte pura porque se a bola não se desviasse no defesa ia para as mãos do guarda-redes), leia-se Aimar, que nos últimos jogos perde 80% das bolas que lhe passam, leia-se Ramirez, completamente esgotado ao fim de 20 minutos, parece-me já tentar demasiado a sorte. Como foi tentar a sorte obrigar Luisão a jogar nitidamente diminuído. Isto para não falar daquela mania absurda de rodar os guarda-redes, era apenas uma questão de tempo até Júlio César dar barraca num jogo decisivo.

E como se não fossem suficientes estes disparates, a criatura leva 70 minutos e 3 golos para perceber que a estratégia não está a funcionar e para mexer na equipa, o que, aliás, já se tornou num irritante e absurdo hábito, que apenas denota uma teimosia pouco inteligente.

O Liverpool até poderia ter ganho por 10 golos, mas pelo menos que o Benfica não se tivesse posto a jeito.

sábado, 27 de março de 2010

Portugal Primeiro


Pedro Passos Coelho ganhou as eleições para Presidente do PSD com mais de 60% dos votos.

Este expressivo resultado é muito importante para calar todos aqueles brilhantes analistas que afirmavam do alto das suas mentes superiores que o PSD era um partido dividido e quem quer que fosse o vencedor destas eleições seria sempre um líder a prazo por não ter a maioria do partido consigo.

De igual modo, os candidatos que perderam fizeram um voto de confiança e lealdade ao novo líder que garantiu ir convidá-los para uma participação activa na primeira linha do combate pelo futuro deste país, dando um excelente exemplo de promoção da unidade interna, coisa que com ele não fizeram outros.

O velho desporto partidário do "tiro ao líder" parece começar a ficar ultrapassado, quer pelos resultados, quer pela postura anunciada daqueles que teriam alguma legitimidade para o fazer. Espero que outros, que não tiveram a coragem de ir a votos, alguns que nunca tiveram nem terão essa coragem, saibam perceber destes resultados e destas afirmações que esse tempo passou e que este partido voltou conscientemente a colocar os interesses de Portugal em primeiro lugar, relegando as tricas internas para obscuro lugar em que merecem estar.

Conheço o Pedro Passos há mais de 25 anos, confio pessoal e politicamente nas suas capacidades, apoiei activamente a sua candidatura e depositei nele a confiança para mudar o rumo do partido e fundamentalmente do país e nessa batalha estarei profundamente empenhado, dando quanto o meu humilde contributo possa servir.

Hoje recuperei a esperança. Esperança que o meu partido percebeu que só unidos em torno do muito que temos em comum poderemos reconquistar a confiança dos portugueses e com ela recuperar o caminho do progresso e do bem-estar para Portugal.

O PSD deu hoje um grande exemplo de maturidade e de responsabilidade ao eleger um líder com uma tão expressiva margem, precisamente quando tal se impunha como determinante para o futuro do partido e do país.

Hoje voltei a ter orgulho de ser o militante 10925 do PSD.