quinta-feira, 30 de abril de 2009

H um N zero


Só para que conste já estou a ficar farto da saloiice criada à volta da gripe suína. Vai acontecer tal qual como a gripe aviária em que Portugal deve ter sido o país do mundo com mais falsos alarmes por habitante e sem um único caso real. Cada vez que um pássaro morria, lá se enchiam as televisões e os jornais de grandes alarmes e alaridos.

Agora já vamos pelo mesmo caminho, todos os dias há alguém em observação por ser uma caso suspeito, provavelmente devido a ter sintomas respiratórios mais fortes que o normal ou por conhecer alguém que conhece alguém que pensou em ir ao México e a seguir lá vem mais alguém do governo ou da saúde dar uma conferência de imprensa a informar a comunicação social da grande novidade. Horas depois esvazia-se o balão, afinal era uma gripe comum e Portugal respira de alívio embora, por falta de máscara, ponha a mão na boca por precaução.

Como anda tudo tão preocupado à procura do vírus h1n1, aqui fica uma foto do mesmo, pode ser que o encontrem a fazer compras no Chiado ou pela cor talvez lá para os lados de Alvalade ;)


domingo, 26 de abril de 2009

Da Corrupção e de outras campanhas...



Este folhetim do combate à corrupção já começa a ser ridículo e a abrir ou a evidenciar brechas numa altura em que tal é muito complicado, em particular no PSD onde francamente há quem perdesse uma boa ocasião para estar calado, ou, de uma vez por todas, para aprender onde deve falar e onde não deve. Apesar de até concordar com Rui Rio quanto à azáfama de ultima hora para mostrar quem é mais anti-corrupção, a verdade é que o Primeiro Vice-presidente do PSD tem de saber que há locais e momentos onde pode e deve dizer tudo e há outros em que deve estar calado.

Em primeiro lugar o enriquecimento só é ilícito se for obtido por meios ilícitos, logo por meios já puníveis pelo nosso sistema penal, portanto ou há crime ou não há crime, não vale a pena andar aqui a inventar o que já foi inventado. Consequentemente se alguém arranjou uma fortuna por meios ilegais terá de responder perante a justiça pela utilização desses meios e perante o fisco por não ter declarado os rendimentos.

Não é com a inversão do ónus da prova que se combate a corrupção. Quem acusa tem de provar, ninguém tem de provar ser honesto ou inocente, essa é uma presunção em qualquer estado de direito digno desse nome e se começamos a ceder espaço quanto às liberdades e garantias individuais, qualquer dia começamos a admitir um estado policial noutras matérias e acreditem que haverá sempre excelentes motivos e justificações repletas de boas intenções, daquelas com que o inferno está cheio.

Não se resolve a corrupção com a limitação ou a perca de garantias e liberdades individuais nem é admissível que a ineficácia da investigação seja suprida pondo em causa tais liberdades, para combater a corrupção há que reforçar as capacidades e os meios de investigação e tornar transparentes os processos de decisão aos mais diferentes níveis da administração. O problema é que estas medidas iriam tirar poder aos "donos dos quintais" que deixariam de poder fazer "jeitos" e portanto mais vale agravar penas e impostos para os muito poucos que tenham o azar de vir a ser apanhados. Afinal alguém tem de ser sacrificado em nome das aparências.

Tudo o resto é ano eleitoral, dentro e fora dos partidos, se é que me entendem...

quarta-feira, 22 de abril de 2009

A Teoria da Conspiração




Não vou aqui comentar a entrevista de José Sócrates, apenas reforcei a firme satisfação de nunca ter votado na criatura!

Igual a si próprio usou e abusou da demagogia negando as realidade e justificando o injustificável. Neste particular foi especialmente notável a sugestão de que o caso Freeport nasceu de um conluio entre dirigentes do PSD e inspectores da Polícia Judiciária.

Sabemos que já começou a campanha eleitoral mas ofender a inteligência dos portugueses já me parece demais e intolerável. Não sei, mas quero saber, como todos os portugueses, se realmente José Sócrates está implicado neste caso, agora, sugerir que tudo não passa de uma conspiração interna PSD/PJ com os dados e os factos que tem sido públicos resultantes da investigação das autoridades inglesas parece-me o cúmulo da desfaçatez e uma forma de se vitimizar e simultaneamente atacar em todas as frentes tal como uma fera assediada quando percebe que não tem por onde escapar.

Esta foi uma enorme demonstração de fraqueza, talvez das mais evidentes que Sócrates mostrou até hoje. Estou curioso para onde irá evoluir este assunto, será que o passo seguinte é denunciar uma conspiração PSD/PJ/Governo Inglês?

segunda-feira, 20 de abril de 2009

O Desafio




Já há algum tempo que não escrevo por aqui. A vontade e a inspiração não têm sido muitas e mesmo quando alguma surge, há assuntos mais urgentes a tratar e lá vou adiando o post.

Tenho seguido com atenção, como seria de esperar, a constituição da Lista do PSD para as Eleições Europeias, embora saiba a pouca importância que a esmagadora maioria do eleitorado lhes dá e a pouca consciência global da influência do Parlamento Europeu no nosso futuro colectivo.

Devo dizer que mal conheço Paulo Rangel, como resto a esmagadora maioria dos portugueses, mas isso não é motivo para o depreciar, no mínimo respeito e admiro a coragem em aceitar um desafio como este, num momento decisivo, num combate desigual, onde as coisas tanto lhe podem correr bem sem que seja consequência de mérito seu, como lhe podem correr mal apesar dos seus méritos.

Ou muito me engano, ou, como habitualmente, vai discutir-se tudo nas Europeias, menos a Europa e isso causa grandes dificuldades a quem queria debater e transmitir uma mensagem ligada ao contexto eleitoral. Isto porque se é verdade que os analistas e os jornalistas vão estar atentos ao que os candidatos digam sobre a Europa e daí irão tirar conclusões e criticar ou elogiar, os eleitores por seu lado estão muito mais preocupados com a situação nacional e será a essa mensagem que vão estar atentos.

Portanto, quem quiser ganhar votos terá aqui um grande problema, ou fala para os analistas e pode ter boas críticas, mas os eleitores não se irão rever no seu discurso ou fala para os eleitores e os analistas vão acusá-lo de não ter ideias sobre a Europa, o que lhe vai causar perca de votos. O sucesso estará no equilíbrio entre estes dois alvos e não é um equilíbrio fácil, por isso não invejo Rangel, mas espero que ele consiga, até porque é mais ou menos público que foi uma aposta pessoal de Manuela Ferreira Leite e ela não sairá incólume do resultado que ele obtiver, seja em que sentido for, tendo de seguida de disputar umas eleições Legislativas decisivas para ela e apesar de ser também público que não a apoiei nas eleições internas do PSD, não me resta a menor dúvida que será muito melhor governante que Sócrates e portanto nem preciso de olhar para o cartão de militante para desejar que ela vença as Legislativas.