quinta-feira, 17 de fevereiro de 2011

sábado, 12 de fevereiro de 2011

O Teatro...


Francisco Louçã deve estar mesmo com um medo terrorífico de novas eleições. Assim decidiu "fugir para a frente" com o anúncio de uma moção de censura do Bloco, que mais não é do que uma tentativa vã de evitar uma moção de censura que o PSD possa votar a favor com isso provocar a queda do Governo.

Na sequência do post anterior, os desenvolvimentos recentes deixaram claro que nem o PCP, nem o CDS ou o PSD iriam apresentar uma Moção de Censura ao Governo antes de ter os resultados económicos do 1º Trimestre, que se antecipam tão maus como tudo aquilo que se pode esperar deste governo. Arrisco mesmo vaticinar que neste primeiro trimestre apenas as despesas com pessoal e os apoios sociais reduziram a despesa, em tudo o resto irá manter-se o regabofe do despesismo socialista à custa dos sacrifícios dos portugueses.

Mas voltando ao assunto, Louçã está de tal modo desesperado que fez aquele teatro todo para justificar uma moção de censura que sabe não irá ser aprovada e assim tentar dar mais uns meses de governação a Sócrates e de salário a alguns dos seus deputados que não serão reeleitos nas próximas eleições porque a votação do Bloco deve descer em flecha.

O problema é que já toda a gente percebeu tudo não passou nem passa de uma encenação entre Sócrates e Louça. Portanto vai ser uma manobra falhada, dado que os outros partidos da oposição já começam a dizer que independentemente do modo como votarem a moção do Bloco, reservam-se o direito de apresentar mais tarde, uma moção própria por motivos diferentes.

A avaliar pelos últimos resultados eleitorais e estratégicos, parece que as manobras de Louçã começam a resultar em falhanços consecutivos e com Sócrates como co-autor e Special Guest Star, ainda pior.

terça-feira, 8 de fevereiro de 2011

Como Lenine ensinou...

O PCP coloca em cima da mesa a possibilidade de avançar com uma moção de censura ao Governo.

Esta atitude era expectável, só pensei que tardasse mais umas semanas, perante a desastrosa estratégia do Bloco de Esquerda, assumida pela infelicíssima declaração de Louçã na noite das Presidenciais, que já aqui comentei, ao vir fanfarronar de peito inchado, armado em paladino da esquerda, que tudo faria para que o PS se mantivesse no Governo, o mesmo PS que acusa diariamente de ter politicas de direita.

Perante um catastrófico erro estratégico de dimensões tão colossais, bíblicas diria mesmo, seria surpresa que o PCP não aproveitasse a ocasião para matar dois coelhos de uma cajadada. Por um lado para ir buscar descontentes do PS, que os há às centenas de milhar e muitos nunca votarão PSD nem Bloco, dada a actual colagem ao PS por parte de Louçã e também os desiludidos do próprio Bloco que crescem de dia para dia, pelo mesmo motivo.
Desde há muito que o PCP identificou o Bloco como o seu inimigo mais mortal, pior que o PS, que apesar de todo o esforço ao longo de anos, não conseguiu esvaziar o PCP como Mário Soares sempre sonhou. O Bloco, em muito menos tempo conseguiu infligir maiores percas ao PCP, em especial em eleições legislativas. A questão fundamental aqui é que não há espaço para dois partidos receptores dos descontentes pontuais da ala esquerda do PS, que quando estão zangados com a governação socialista, votam ainda mais à esquerda. Esta divisão de atractividade entre o Bloco e o PCP impede qualquer dos partidos de crescer de modo significativo e de fixar votos, a não ser que um aniquile o outro e era isto que o Bloco, com o charme de "esquerda caviar", vinha fazendo ao captar mais descontentes do PS que o PCP e ficando sistematicamente acima dos comunistas nas eleições. O PCP percebeu que neste confronto com o Bloco não haverá empate, algum vai relegar o outro para votações marginais, mais tarde ou mais cedo.

Mas surge a ocasião e parece que ainda há quem se lembre dos velhos ensinamentos politico-estratégicos de identificar o adversário mais fraco para nele concentrar o ataque no momento exacto e por isso tenho de tirar o chapéu ao PCP, pois vai ser demolidor ver Louçã a atacar o governo de manhã e depois a explicar porque vota contra a moção de censura à tarde ou então dar o dito, na noite das eleições, por não dito, em qualquer caso, uma figura triste...

domingo, 6 de fevereiro de 2011

Coincidências...


Nos últimos dias tenho estado a analisar a tipologia e a orientação estratégica da informação revelada pela Wikileaks. Confesso que fiquei surpreendido, sendo objectivos do site a denúncia da actos de guerra, tortura, da violação dos direitos humanos, atentados à liberdade individual e à liberdade de expressão, por não encontrar uma única referência a países como a China, Cuba, Rússia e às várias ditaduras e organizações islâmicas extremistas...

Estranho, não é?

terça-feira, 1 de fevereiro de 2011

O Mostrengo


Estive a ver com alguma atenção o Acordo Ortográfico que tivemos a infelicidade de assinar. E digo isto porque, apesar de concordar com a necessária e salutar evolução da língua, existem limites de bom senso que devem ser respeitados.

Estou convicto que nem os mais conservadores defendem a imutabilidade da forma de escrever e falar o nosso idioma, é algo tão natural como a natural evolução da sociedade, com a introdução de novas palavras e com a correcção de formas gráficas obsoletas e de consoantes mudas. Outra coisa muito diferente é mudar o idioma por decreto.

A primeira coisa que me chamou a atenção é que não há uma homogeneização da grafia e da fonética entre o Português de Portugal e do Brasil. Muitas palavras continuam a ser escritas e pronunciadas de forma diferente, pelo que me pergunto qual a eficácia real deste acordo?

Mas o mais grave é que palavras homógrafas, passam a ser indistintas na forma gráfica. E isto é uma aberração.

A queda da acentuação, que era o que distinguia a forma de pronunciar palavras homógrafas não é uma concertação linguística, mas sim uma alteração à língua portuguesa e por decreto.

Por exemplo, "para" e "pára" ou "pélo", pêlo" e "pelo" passam a escrever-se sem acento e portanto só depois de contextualizar a frase será possível saber, ou até talvez não, como pronunciar correctamente a palavra, o que é completamente absurdo.

Sempre aprendi que a comunicação deve ser precisa e objectiva, de modo a transmitir correctamente a mensagem, ora este tipo de confusões vem contrariar a regra e lançar confusão nas nossas principais formas de comunicação, a oral e a escrita. Estão a imaginar-se a ler um texto e a ter de voltar atrás e dizer, "opss, desculpem, afinal não era para mas pára"?Ridículo!

Uma coisa é a evolução natural da língua, outra bem distinta é a parolice dos nossos negociadores que para terem um pouco mais de conteúdo acordaram alterações que vêm desvirtuar a língua de Camões, como tanto gostam de lhe chamar, mas que pelos vistos pouco respeitam.