sexta-feira, 31 de julho de 2009

Sem palavras...

Fiquei a saber que se fosse um presidiário, para além de viver à conta dos impostos que outros pagam após ter cometido crimes contra essa mesma sociedade que me sustentaria, pagaria pelo serviço Meo aproximadamente 10% do que qualquer outro cidadão cumpridor da lei.

Já tinha ouvido dizer que o crime compensa, mas nunca pensei que este país chegasse ao absurdo de institucionalizar a expressão.

Isto lembra-me uma velha anedota, que se contava no tempo da outra senhora. O Ministro da Educação acabava de sair do gabinete de Oliveira Salazar e encontra o Ministro da Administração Interna que ia a entrar. Pergunta-lhe ao que vai e o Ministro da Administração Interna diz-lhe que vai pedir dinheiro para por televisões nas prisões, ao que o Ministro da Educação lhe diz: - Nem te estafes, acabei de lhe pedir o mesmo para as escolas e ele mandou-me passear. Apesar disso o Ministro da Administração Interna entra no gabinete e sai de lá uns minutos depois com um grande sorriso e diz ao colega: - Já está, aceitou e autorizou a despesa. Indignado, o Ministro da Educação volta e entrar no gabinete e manifesta o seu descontentamento a Salazar: - Parece impossível, Senhor Presidente do Conselho, nega às crianças o que depois vai dar aos criminosos! Salazar responde-lhe: - Ouve lá, então tu achas que se isto der a volta que nos mandam para a escola???

Que mais se pode dizer????

quinta-feira, 30 de julho de 2009

Outra Vez????



Acompanhei com toda a atenção a apresentação do Programa do PS para os próximos quatro anos.

José Sócrates voltou a prometer este mundo e o outro, como se não tivesse (des)governado este país nos últimos quatro anos e não fosse o principal responsável pelo lamentável estado a que este país chegou. Confesso que a única imagem que me veio à cabeça foi a do vendedor de banha de cobra a seguir o manual de bem enganar o próximo!

Com a desfaçatez que o caracteriza, Sócrates fez de conta que nada tem a ver com o passado e com o presente de Portugal, tentou passar uma esponja sobre as promessas não cumpridas e sobre as anunciadas reformas que em nada melhoraram este país, pelo contrário, causaram graves desigualdades, aumentaram a pobreza, o desemprego e a injustiça social.

Não posso deixar de fazer uma simples pergunta: Se José Sócrates tem tantas e tão boas propostas, porque é que não as colocou já em prática? Não é ele Primeiro Ministro com maioria parlamentar? Pelos vistos as boas propostas apenas existem no universo das promessas, quando passadas à prática resultam nos desastres que infelizmente temos o azar de conhecer e experimentar na pele.

Espero sinceramente é que este senhor nada tenha a ver com futuro de Portugal, ou não teremos grande futuro!

sábado, 18 de julho de 2009

A Diferença...


Embora respeite e muito o trabalho feito por Alberto João Jardim enquanto Presidente do Governo Regional da Madeira, em especial a forma como tem sabido defender os interesses da Madeira e potenciar o seu desenvolvimento, confesso que não sou propriamente fã do seu modo de dizer as coisas.

Mais uma vez, nesta questão da proibição de partidos com ideologias fascistas consagrada na constituição, Alberto João Jardim conseguiu criar uma polémica que deu enorme visibilidade a um texto, uma proposta de revisão constitucional, que se não fora isso, passaria quase incógnito à esmagadora maioria dos portugueses.

É claro que a Jardim nunca lhe passou pela cabeça ilegalizar o PCP, mas ao seu estilo soube aproveitar o que sabia de antemão serem as reacções ao texto, ao propor que à ideologia fascista se juntasse a comunista. É paradoxal que tenham sido os seus principais adversários quem na realidade lhe fez o jogo e deu enorme projecção a declarações nitidamente armadilhadas e que ele, ao fim do dia, depois da notoriedade adquirida, esvaziou bem ao seu estilo. Mas o tempo de antena já fora conseguido e ele foi a noticia do dia.

E se é verdade que em Portugal apenas tivemos como experiência de ditadura a ideologia fascista, como Miguel Sousa Tavares fez questão de recordar, noutros países da Europa e do mundo essa experiência alarga-se à ideologia comunista, como Miguel Sousa Tavares fez questão de omitir, o que não significa que todos os partidos comunistas prossigam fins ditatoriais, em especial os europeus.

Logo Jardim tem razão ao dizer que o que a Constituição deve proibir são as ditaduras, sejam de esquerda ou de direita. Por outro lado Miguel Sousa Tavares saiu tremido desta fotografia, a sua necessidade de criticar Jardim, de estar sempre contra ele, vai o extremo de lhe toldar o intelecto e de o levar a fazer figura de imbecil ao defender que porque só tivemos uma ditadura de direita a constituição nada deve dizer quanto às de esquerda... Realmente Sousa Tavares ainda tem de comer muito pão para chegar aos calcanhares de Jardim e mais uma vez acabou por lhe seguir o jogo.


sexta-feira, 10 de julho de 2009

Os Idiótes


Nestas alturas de campanhas eleitorais e de preparação de listas surge com maior fulgor uma espécie em franca expansão e que são aqueles "que não querem saber de política". São pessoas muito sérias e honestas que preferem criticar os que se apresentam aos actos eleitorais, acusando-os de "quererem tacho" em lugar de se concorrerem eles, já que se consideram tão sérios e honestos garantindo assim, seguramente, que os lugares de intervenção pública ficariam bem entregues.

Mas não, estes cidadãos, que são sérios e honestos, não estão para perder um minuto do seu tempo em defesa do interesse colectivo e da coisa pública, antes preferem criticar e vilipendiar os outros, definidos como menos sérios e menos honestos, que sacrificam o seu tempo, muitas vezes as suas famílias, a sua vida, para intervir na sociedade, transformá-la e melhorá-la.

É pena que cidadãos tão exemplares guardem as suas virtudes para si próprios e não as coloquem ao serviço da sociedade, que se limitem a criticar os outros que têm a coragem de se expor e tentar resolver os problemas que nos afectam.

O mais notável ainda destes cidadãos, sérios e honestos, é que fazem com a maior facilidade e com toda a certeza juízos de intenção. Para eles quem se mete em política é porque tem interesses obscuros. Talvez não seja boa política medirmos os outros pelas nossas próprias bitolas, talvez não seja muito ajuizado considerarmos que o nos faria ter uma determinada atitude é exactamente o que faz os outros tomá-la. Talvez não seja muito sério e honesto apenas criticar e nada fazer para contribuir para a mudança, talvez não seja muito sério e honesto acusar os outros com base no nosso próprio quadro motivacional.

Na antiga Grécia, o berço da democracia, as pessoas que não tinham intervenção pública, que não intervinham nos assuntos do estado, da cidade, da sociedade, que não se interessavam por política, eram chamados de "idiótes", o que deu origem à nossa palavra "idiota". Curioso não é?

quinta-feira, 2 de julho de 2009

O Gesto...


Já houve um ministro que caiu por contar uma anedota, desta vez foi por um gesto.

O gesto é grave e é feio, mas pior do que isso é o clima que permitiu ao ministro estar à vontade para fazer tal gesto.

Em anteriores legislaturas o quase exclusivo de alguns episódios de falta de nível e de arrogância era de Francisco Louçã, que armado em detentor exclusivo da honestidade e da verticalidade atirava "lama para a ventoinha" tentando sujar todas as outras forças políticas, como se o Bloco de Esquerda não tivesse mais do evidentes e suficientes "telhados de vidro" para Louçã estar calado nessas matérias. Mas Louçã, na sua arrogância, ignorava essas fraquezas e punha em causa a honestidade e as intenções de toda a gente, como de resto continua a fazer.

Nesta legislatura surge uma novidade e é o "animal feroz" José Sócrates e o seu governo por arrastamento, que ajudaram Louçã a baixar definitivamente o nível do debate político. Se no passado havia algum pudor em mentir descaradamente, nestes últimos quatro anos o governo fê-lo insistentemente no parlamento e ao país, o que levou a que a utilização da ofensa pessoal e de termos menos dignificantes como "mentiroso" passasse a ser um lugar comum na nossa Assembleia.

É neste clima de completa falta de nível e de respeito que surge o gesto polémico de Manuel Pinho, confirmando que é altura de mudar a sério os protagonistas da nossa política e que o estilo trauliteiro de Louçã, Sócrates e companhia tem de ser definitivamente afastado do Parlamento, sob pena de achincalharmos a sede da democracia em Portugal e de transformar o debate político num concurso de baixaria e de "verborreia" em lugar de se discutir o que realmente interessa ao país.

É por estas e por outras que cada vez mais defendo a eleição uninominal dos deputados em lugar de listas onde uns são eleitos à boleia de outros, sem responsabilização directa ou sequer indirecta, das figuras que fazem no Parlamento. A Assembleia da República tem de ser um lugar de debate sério e elevado onde qualquer deputado ou governante se sinta envergonhado de faltar à verdade, mas esse nível de exigência tem de começar a ser imposto por todos nós, eleitores.