sábado, 26 de dezembro de 2009

Boas Festas




Simplesmente quero desejar Boas Festas e um magnifico ano de 2010 a todos os que têm a paciência de passar por aqui e perder uns minutos a ler o que vou escrevendo...se outros motivos não houvessem, só por isso bem merecem ;)

terça-feira, 15 de dezembro de 2009

Será verdade...

Mandaram-me dois mails com supostas transcrições das conversas entre Armando Vara e José Sócrates. Não sei se é a sério ou se é a brincar, mas se for a sério... aqueles meninos têm de lavar a boca com sabão azul e branco ;). Sempre ouvi dizer que há duas coisas que, por mais que nos esforcemos, não se adquirem: inteligência e charme. Parece que é verdade.
Aguardemos para ver o que aparece nas notícias nos próximos dias...

Imperdível

Vale mesmo a pena ler o artigo de opinião de Mário Crespo no JN. Com a coragem e com o desassombroa que já nos vem habituado, assina mais uma brilhante crónica.
Nota: como parece que o link não funciona, vejam a página de Opinião do Jornal de Notícias e escolham Mário Crespo, o artigo intitula-se "O palhaço".

domingo, 13 de dezembro de 2009

Treinador de Bancada...



Quem me conhece bem sabe que não sou propriamente fanático da bola. Sou benfiquista e nem tenho nenhum azar especial ao Sporting, desde que se mantenha atrás do Benfica, pode ganhar todos os jogos...como aliás as restantes equipas, embora confesse que quanto ao Clube do Sr. Pinto da Costa a coisa já um pouco diferente, mas só por causa do dito cavalheiro com quem embirro solene e religiosamente.

Dito isto há duas ou três coisinhas que gostava de dizer ao Sr. Jorge Jesus, pois como todos os portugueses que gostam de futebol também tenho os meus momentos de treinador de bancada.

Primeiro, o Braga é, até ao momento, a melhor equipa do campeonato, embora sem V.ª Ex.a como treinador.

Segundo, embora possa ser uma má decisão financeira, creio que é altura de deixar o Di Maria uns jogos no banco, é aquilo de ser vendido por muitos milhões deu cabo da cabeça ao miudo.

Terceiro, há jogos que não são para o Cardoso, não sei se já notou mas tem mais avançados e por falar nisso, há lá pelo menos dois que fazem sempre pior figura que o Nuno Gomes, basta ver os minutos jogados e os golos marcados e as assistências, portanto mesmo que financeiramente seja recomendável dar-lhes alguma visibilidade, para os resultados desportivos não me parece boa ideia. Já agora o que aconteceu ao Shaffer? O rapaz até cruzava bem. Está com gripe A?

Por último, quando as coisas não estão a correr bem, não vale a pena esperar pelos 75 minutos para fazer substituições...logo aos 10 minutos muitas vezes já é tarde.

Só para terminar, não me chateia terem empatado como Olhanense, são uma equipa "modesta" mas têm o mesmo direito à vida que os ditos grandes, mas sofrer um golo do Toy, isso já é humilhante! Aquela defesa precisa de levar uns bons puxões de orelhas e já agora, ainda que defendam à zona, pelo menos definam quem marca os avançados da outra equipa, porra!

E tenho dito.

domingo, 29 de novembro de 2009

Magister Dixit

Segundo noticiou a TSF, José Sócrates afirmou no seu discurso na Cimeira Ibero-Americana que os portugueses andam distraídos em termos de inovação e conhecimento.

Concordo! Que outra explicação haveria para o termos eleito Primeiro-ministro outra vez? Só se fossemos estúpidos!

quarta-feira, 18 de novembro de 2009

Sem palavras...



Voltei do Brasil e encontro o país submerso em mais uma crise de desconfiança face ao comportamento da justiça.

Assim resumindo o assunto, o Supremo Tribunal de Justiça manda destruir escutas telefónicas de conversas entre o José Sócrates e Armando Vara, as seis já analisadas pelo Procurador-Geral da República, de entre as onze existentes. As cinco restantes serão analisadas nos próximos dias e provavelmente terão o mesmo destino.

Confesso que começo a ficar com vontade de voltar para o Brasil. Embora envergonhado, confesso que me sentia por lá mais seguro do que começo a sentir neste país, onde as atitudes da justiça em relação a questões que envolvem o actual Primeiro-ministro começa a levantar muitas suspeitas e onde o comportamento desse mesmo Primeiro-ministro, incapaz de esclarecer cabalmente o seu comportamento, em cada vez mais casos, ainda levanta mais desconfianças. O que espera Sócrates para pedir a divulgação das escutas? Se não há nada de comprometedor...

Mas não nos podemos queixar, democracia cada povo e cada país tem o que merece, tem o que escolheu, ainda que, como escreveu Sá de Miranda : "M´espanto às vezes, outras m´avergonho"

sexta-feira, 6 de novembro de 2009

Tranquilamente...



Paulo Bento demitiu-se. Já se vinha adivinhando que isso iria suceder, apesar da sua sempre tranquilidade ao abordar o tema.

Não sou Sportinguista, nem costumo comentar assuntos de futebol, até porque acho que é uma opção tão subjectiva, emotiva e tão arrebatadora que não há nada a dizer quanto ao clubismo.

Mas francamente , entre escrever sobre o debate do Programa do Governo e a saída de Paulo Bento, este parece-me um tema de maior actualidade e bem mais interessante do que aquela tristeza que se ouviu em São Bento. Por lá é que o "treinador" se devia ter demitido, mas como sempre em democracia o povo terá o que escolheu.

Mas neste caso só gostava de fazer um pouco de justiça a Paulo Bento, repito não sendo adepto do Sporting e até achando ridículo o penteado do senhor e o uso e abuso da "tranquilidade", mas sem fanatismos, devo dizer que a culpa dos maus resultados do clube não é do treinador.

A diferença é que este ano "Liedson não resolve", ninguém resolve pelo Liedson, porque alguns dos que pontualmente resolviam saíram do clube e os melhores jogadores estão em baixa forma e as novas aquisições ainda não provaram a sua qualidade. Depois também é verdade que a sorte não tem ajudado muito.

O Paulo Bento é o mesmo Paulo Bento do ano passado e dos outros anos anteriores, a equipa é que não é exactamente a mesma e os jogadores tem momentos de forma diferentes.

Claro que é mais barato satisfazer a sede de sangue dos adeptos dando-lhes a cabeça do treinador do que de uma boa parte da equipa, se vem que que me parece que se tem de começar incluir nos contratos dos jogadores profissionais clausulas de rescisão com justa causa referentes a maus desempenhos em campo, se assim fosse acho que muito boa gente punha as barbas de molho e futebol ganhava muito.

Bom, em resumo, a culpa dos maus resultados é da equipa e do momento de baixa forma que os seus elementos atravessam, Paulo Bento foi apenas o bode expiatório, como acontece com muitos treinadores, se bem que haja também muitos casos em que são eles que merecem ir para a rua por opções estratégicas e humanas erradas. Aqui não me parece ser o caso.

sábado, 31 de outubro de 2009

De volta




Tomaram posse esta noite os novos órgãos autárquicos municipais, Câmara e Assembleia. Eu voltei à Assembleia Municipal ao fim de 16 anos.

Já tinha feito um mandato de 1989 a 1993, depois estive 4 anos fora dos órgãos, voltei em 1997 até 2005, como Vereador, depois novo interregno de 4 anos e agora de volta à Assembleia.

Embora saiba que não detenho qualquer poder real para influenciar os destinos do concelho, dada a existência de uma maioria absoluta na Assembleia, creio que reviver esta experiência vai ser interessante, até mesmo porque a Assembleia é o órgão de excelência para o debate político e estratégico, permitindo esgrimir argumentos e ideias de modo bem mais apaixonado que na Câmara Municipal.

Enfim, veremos como corre.

domingo, 11 de outubro de 2009

Eleições



Com esta dose dupla de eleições ainda nem tinha tido tempo para deixar aqui algumas reflexões sobre o assunto.

Quanto às legislativas já sabemos que todos ganharam, embora eu tenha uma opinião um pouco diferente. Nas Legislativas o PS cumpriu a sua parte para perder as eleições, veio para os 36% que é o mínimo que esse partido normalmente tem, apenas por duas vezes desceu daí, aquando do fenómeno PRD e em 1991 na segunda maioria absoluta de Cavaco Silva. O PSD é que não conseguiu chegar acima disso e portanto só se pode queixar de si próprio. Em 2002, o PS perdeu as eleições com 38% porque o PSD conseguiu chegar aos 40%. Por aqui estamos conversados. O Bloco e o CDS-PP clamaram alto e bom som que tinham tirado a maioria absoluta ao PS, o que é verdade, mas foi também pela dispersão de votos que o PS ganhou, se os eleitores que provocaram a subida do CDS e do Bloco, nitidamente um voto de castigo contra o PS, tivessem concentrado o seu voto no PSD, o PS teria perdido as eleições, mas entendamo-nos, mais uma vez foi o PSD que não conseguiu cativar esse eleitorado descontente com o PS. Agora temos um governo sem maioria liderado por um Primeiro-ministro estruturalmente prepotente e arrogante, o que não é uma boa combinação para a governabilidade do país. Parece-me que daqui as dois anos lá iremos de novo a votos, mas posso estar enganado, veremos.

Hoje decorrem as eleições autárquicas, francamente não sei o que irá suceder em Moura. Tenho a minha opinião, formada com base nas observações e percepções, muitas vezes contraditórias, que fui tendo ao longo desta campanha. Do pouco que quero dizer, saliento que o nível de exigência do eleitorado está a aumentar e que, mais numas freguesias do que noutras, mas sempre com o mesmo sentido evolutivo, as coisas estão a mudar neste concelho e os eleitores irão cada vez mais fazer um voto consciente e diferenciado com base nas expectativas em relação às capacidades pessoais dos candidatos e não apenas com base na força política que os apresenta. É um caminho ainda por trilhar, mas que já começa a ser percorrido.

Daqui as umas horas confirmar-se-ão, ou não, as minhas expectativas, deixo apenas um vaticínio e que é que não haverá grande diferença entre os dois partidos que forem os mais votados.

terça-feira, 6 de outubro de 2009

Recordando...




Já há algum tempo que não referia isto, mas pelos vistos tenho de voltar a fazê-lo:

Não se publicam comentários anónimos.

Se alguém tem alguma coisa a dizer sobre o que se escreve neste blog ou sobre um qualquer outro assunto, já não exijo clareza nas ideias ou sequer que os comentários sejam inteligíveis, alguns pretendem simplesmente ofender gratuitamente, há falta de argumentos racionais ou sequer emocionais, mas exijo coragem e honestidade, isto é a identificação de quem faz o comentário.

Todos os outros vão directamente para o caixote do lixo, lugar onde pertencem por natureza e normalmente por substância.

Se eu criei este Blog com o meu nome e minha cara, ninguém esconde o seu atrás do anonimato nestas páginas. Quem não gostar...azar!


quarta-feira, 30 de setembro de 2009

Estratégias...



Francamente Cavaco Silva foi igual a si próprio.

Não percebi se afinal houve ou não houve, ou há, suspeitas de escutas por parte do Governo à Presidência da República.

Não percebi se afinal Fernando Lima foi mudado de funções por ter contactado jornalistas ou por ter dito que o fazia em nome do Presidente e se Cavaco Silva tem dúvidas quanto à veracidade do email então porque é que trocou Fernando Lima de lugar? Se não houve "crime", como ele bem focou, então porque houve castigo?

Que diabo é que a vulnerabilidade do sistema de emails da Presidência tem a ver com o assunto das escutas?

Como raios é que colar Cavaco Silva ao PSD favorecia o PS, se ele tinha uma imagem muito positiva?

Tudo o que percebi é que Cavaco Silva está a tentar emendar a mão para ser reeleito de novo, convencido ainda da história de que os portugueses não põem "os ovos todos no mesmo cesto", não se importando de quem atropela no caminho como sempre fez. Abrindo mais um ponto de conflito institucional, assume-se como "líder da oposição" ao governo e abre um leque de 65% de eleitorado que se opôs à reeleição de Sócrates, sendo que este não vai ter a vida fácil nos próximos meses e tudo o que conseguirá é ir perdendo popularidade à medida que for governando, popularidade que Cavaco irá ganhando na mesma proporção, garantindo assim a sua reeleição.

Aquela história de dizer que o PS o queria colar ao PSD é para apaziguar os ânimos exaltados no PSD, dando a entender que afinal até tentou contrariar a estratégia do PS... será que o senhor acha que somos todos irremediavelmente estúpidos? Podemos parecer...mas....

terça-feira, 22 de setembro de 2009

Esclarecedor...



Como toda a gente sabe o desemprego cresce a olhos vistos neste país de Sócrates, de tal modo que nem o tradicional emprego sazonal de Verão conseguiu mascarar o crescimento desse flagelo social.

Todos ouvimos o Sr. Primeiro-ministro, José Sócrates, afirmar que o desemprego é uma das suas principais preocupações, aliás já era em 2005, mas os 150 mil postos de trabalho que prometeu criar acabaram por engrossar os números do desemprego.

Mas como estava a dizer, Sócrates vem anunciar que um seu novo governo teria como prioridade o combate ao desemprego e o primeiro exemplo de como irá fazer isso saiu este mês e é a Portaria 985/2009 que veio alterar o sistema da apoio à criação de empresas e do próprio emprego por desempregados e jovens à procura do primeiro emprego.

O resultado é que acabou com a maior parte dos apoios que existiam para criação do próprio emprego e de outros postos de trabalho. Para que se compare e se entenda, um projecto que no regime de apoio anterior tinha aproximadamente 20 mil euros de apoio, agora, com sorte, tem 5 mil e o restante só por empréstimo bancário.

Estamos entendidos quanto ao modo como José Sócrates pensa combater o desemprego. Mais uma vez há uma diferença diametral entre o que Sócrates diz e o que Sócrates faz.

Alô????



O caso das alegadas escutas telefónicas está a marcar a actualidade destes últimos dias e a demissão do mais antigo e tido como fiel assessor de Cavaco Silva por parte deste veio criar um autêntico furacão político nas agitadas águas da campanha eleitoral.

A demissão de Fernando Lima veio dar credibilidade ao email que o referenciava como a fonte da informação, mas não clarifica algumas questões de fundo, bem mais importantes.

Não clarifica se a suspeita de escutas telefónicas por parte do Governo à Presidência da República é partilhada pelo Presidente e se foi este ou não que mandou Fernando Lima falar com o jornalista. A demissão pode ter sido pelo simples facto de Fernando Lima ter referenciado que estava a falar com o jornalista a pedido do Presidente ou até pelo ainda mais simples facto de o nome de Fernando Lima ter vindo a público.

Em qualquer caso, os indícios e os silêncios de Cavaco Silva indicam que a questão das escutas é levada a sério na Presidência, porque a existência da suspeita nunca foi desmentida e esse seria o modo de acabar com este assunto logo à nascença. A partir daqui não se compreende o silêncio de Cavaco Silva após demitir o seu assessor. Se nada tem feito para não perturbar o clima de campanha eleitoral, ainda se admitia, mas após ter demitido Fernando Lima o silêncio não se compreende e já de anda serve porque a tempestade está lançada e agora cada qual interpreta os factos de acordo com os seus próprios interesses.

O PS diz que a demissão prova que a suspeita é falsa, mas está errado, se a suspeita não existisse o Presidente já teria dito que tal suspeita não era verdade e não que só falaria depois das eleições.

O PSD diz que o silêncio do Presidente prova que a suspeita é verdadeira, mas Cavaco Silva demitiu o homem que alegadamente tornou pública essa suspeita, retirando credibilidade à mesma.

Por situações menos graves, Cavaco Silva, já veio falar ao país, então porque espera o Presidente para clarificar este assunto? Ainda para mais quando estamos a escolher o próximo Governo e o assunto implica o actual Governo cujo Primeiro-ministro se recandidata, será correcto que os portugueses decidam sem ter toda a informação sobre um tema desta gravidade?

Segundo muitos analistas a decisão de Cavaco Silva só veio prejudicar o PSD e dar argumentos ao PS, que assim pode por em causa a veracidade da história das escutas, mas tal intenção não faria sentido quando o próprio Presidente disse não querer intrometer-se nas questões partidárias da campanha ou será que faz quando estamos a aproximar-nos de eleições Presidenciais?

A única forma de Cavaco Silva preservar a sua imagem é dizer o que tem a dizer antes das eleições, caso contrário 1995 voltará inevitavelmente à memória.

sábado, 19 de setembro de 2009

Só para que conste....

Não, não fui de férias outra vez embora já me pareça que não me faria mal nenhum. Tenho estado apenas ocupado com muitos assuntos de natureza pessoal e profissional.

Na próxima semana também vou andar muito ocupado a dar o meu humilde contributo para providenciar ao Sr. José Sócrates um bilhete de ida, sem volta, para um lugar qualquer muito longe daqui e livrar Portugal deste desastre com rodas que tem sido a (des)governação deste cavalheiro.

domingo, 6 de setembro de 2009

À moda de Chavez

Parece que as semelhanças entre Portugal e a Venezuela não se limitam ao uso do Magalhães nem às cores das camisas e das gravatas de José Sócrates e Hugo Chavez.

A recente decisão da Prisa, empresa que detém a TVI, de cancelar o Jornal Nacional de sexta-feia, apresentado por Manuela Moura Guedes lembra o silenciamento dos meios de comunicação social anti-chavez na Venezuela. Tanto mais quanto a Prisa se encontra em situação económica muito complicada menos sentido faz cancelar um dos programas de maior audiência da TVI e audiência é publicidade e é dinheiro. Portanto foi uma decisão economicamente irracional, logo, apenas outros motivos poderiam ter levado a essa decisão e todos suspeitamos que os repetidos comentários de José Sócrates, manifestando o seu desagrado por o Jornal Nacional da TVI não lhe prestar a usual vassalagem que os serviços informativos dos outros canais lhe prestam, dificilmente terão sido alheios à decisão de silenciar Manuela Moura Guedes.

Argumentam alguns fervorosos defensores de Sócrates que seria estúpido ele ter algo que ver com essa decisão, após ter feito as declarações que fez, dado que seria naturalmente o primeiro suspeito, mas não creio que este seja um argumento que se sustente após alguma reflexão.

Estamos em campanha eleitoral. Uma campanha em que José Sócrates não se sente nada à vontade após 4 anos e meio de falhanços governativos, suspeitas de corrupção e mil promessas não cumpridas, num clima de contestação social ao governo como não se via desde há décadas.

Sócrates sabe bem que neste caso tudo nunca passará de suspeitas, não acredito que alguma vez se possa provar que foi ele ou não , directa ou indirectamente, quem fez pressão para acabar com o Jornal Nacional, pelo que entre essa suspeita não passível de ser provada e ter um espaço informativo todas as sextas-feiras até às eleições que não se coíbe de expor as suspeitas do caso Freeport e de o atacar directamente, parece ter melhores hipóteses enfrentando a primeira acusação.
Acresce ainda, que no particular do caso Freeport, dentro de pouco tempo haverá novidades decorrentes da visita dos investigadores portugueses a Inglaterra e mantendo-se a linha de investigação dos ingleses, muito provavelmente na véspera das legislativas, Sócrates corria o risco de se ver de novo posto em causa sem dó nem piedade no Jornal Nacional, portanto mais vale não arriscar por aí, porque em relação ao resto sabe que tem as costas quentes, como se tem visto e provado, até a Procuradoria-Geral da Republica tem emitido comunicados que depois as investigações da TVI vêm afirmar não serem exactos e omitirem factos quanto ao envolvimento de dirigentes socialista próximos de Sócrates nas investigações.

Em resumo, pesando os prós e os contras, o cancelamento do Jornal Nacional e o afastamento de Manuela Moura Guedes favoreceria José Sócrates e à partida seria o menos mau para ele, só que os portugueses estão já tão fartos da criatura que a esmagadora maioria das pessoas já não lhe dá o beneficio que poderia deixar a dúvida se foi ele ou não que fez pressão para acabar com Jornal Nacional. Para os portugueses Sócrates é culpado e ponto final.

quarta-feira, 26 de agosto de 2009

And the award goes to...

Hoje vi os telejornais da noite. Confesso que é coisa que não faço durante muito tempo, porque, normalmente, ou passam os primeiros dez minutos com noticias sem qualquer importância ou a explorar uma desgraça qualquer. Uma das desgraças que os nossos jornalistas gostam muito de explorar é a douta opinião de alguns portugueses que gostam muito de, pelo menos uma vez na vida, falarem para a TV, brindando-nos com os seus notáveis pontos de vista. Sempre ouvi dizer que a miséria não se leva para a rua e não estou a falar de miséria económica, entenda-se. Creio que as nossas televisões deviam poupar-nos um pouco e não difundir toda e qualquer asneira que seja dita para a câmara.
Nos dez minutos em que andei a fazer zaping entre canais, fiquei a saber duas coisas memoráveis e que francamente era mais feliz quando não as sabia. A primeira é que quem andou aos tiros na Quinta da Princesa foi a polícia consigo própria e até se atirou uns cocktails molotov, segundo a conhecedora e isenta opinião de uma moradora. A segunda foi de um senhor que afirmou com o peso que os provérbios populares sempre emprestam às afirmações, que "depois de casa roubada, trancas à porta", a propósito da inspecção que está a ser feita nas praias do Algarve depois da derrocada na Praia Maria Luísa. Mas não havia lá um aviso para que as pessoas não se pusessem debaixo da arriba? É obviamente uma tragédia o que sucedeu, mas só me recorda quantas vezes vi a bandeira vermelha na praia e as pessoas a nadar como se não fosse com elas e não me parece que encontrar um bode expiatório, infelizmente, possa já remediar alguma coisa, mais valia que em lugar de se andar a tentar culpar instituições ou serviços, esta desgraça servisse de exemplo para que os portugueses comecem a aprender a respeitar os avisos de perigo.

Pronto, depois passei para um canal de filmes, porque realidades destas deixam-me com uma imensa necessidade de me alienar completamente e não sabia a quem dar o prémio...se calhar se tenho aguentado mais uns minutos haveria novos e poderosos candidatos.

terça-feira, 25 de agosto de 2009

União...de facto.

A nossa sociedade, tal como qualquer outra, tem regras. Temos direitos e deveres de acordo com essas regras e em especial para se adquirirem determinados direitos há que exercer determinados procedimentos.
Se eu quiser ter isenção de IMI tenho de o solicitar, se o não fizer não tenho essa isenção. As pessoas com um determinado grau de deficiência têm benefícios no IRS, eu, felizmente, não tenho e como estas poderia enunciar umas dezenas de situações em que uma determinada situação ou condição determina tratamentos diferentes perante as Leis que nos regem.
O mesmo se aplica ao casamento, quem vive em comum e quiser usufruir de alguns benefícios deve declarar isso perante o estado e essa declaração chama-se casamento. Obviamente as pessoas têm o direito de casar ou não, mas não têm o direito de exigir o mesmo tratamento que os que casam, não o fazendo, do mesmo modo que se eu me recusar a pedir a isenção de IMI não tenho o direito de a exigir.
A questão fundamental aqui é um complexo de esquerda absurdo. Um complexo contra a instituição casamento, que neste contexto nada tem de ideológico-religioso, mas é simplesmente uma declaração de economia e vida comum perante o estado. Portanto, parece-me muito mais simples e correcto legalizar de vez os casamentos homossexuais do que andar aqui a encontrar uma figura híbrida e uma forma encapotada de garantir iguais direitos aos que cumprem os preceitos legais e aos que não cumprem.
O problema é que essa tal esquerda complexada não tem a coragem de abordar a questão do casamento entre pessoas do mesmo sexo, em especial em vésperas de eleições e portanto acabam por vir piscar o olho a esse eleitorado com alterações à Lei que a páginas tanto acabam por desvirtuar os princípios que a mesma Lei reconhece para dar benefícios aos casados.
Pela minha parte acabava de vez com a história das uniões de facto, legalizava o casamento homossexual e punha fim a este absurdo de uma vez por todas.

sábado, 15 de agosto de 2009

Silly Season

Francamente só José Sócrates me fazia colocar ainda mais um post antes de me ausentar a banhos pró Algarve.

Fiquei estupefacto quando vi um novo outdoor de camapnha do PS a dizer" Aumentámos o salário mínimo". Que eu me recorde todos os Governos, todos os anos, actualizam o salário mínimo.

O salário mínimo aumenta todos os anos e todos os governos o fizeram, logo não é nenhuma façanha, nem acto digno de nota, para estar a apregoar numa camapanha nacional. Bem sei que estamos naquela altura do ano em que as pessoas tentam desligar da triste realidade deste país e até pode haver quem, distraído pelo espirito da estação estival, ao olhar para o outdoor fique bem impressionado...em especial se em sintonia com a época também tiver mandado o respectivo cérebro de férias.

Compreendo que Sócrates não encontre outra coisa positiva que possa dizer que fez, mas este outodoor é absolutamente ridículo até mesmo para a "silly season" e denota bem a dificuldade que ele tem para encontrar alguma de que se possa orgulhar em quatro anos de governação.

sexta-feira, 14 de agosto de 2009

O cúmulo do absurdo!

Como muitos portugueses empenhados nos processo eleitorais tenho tido de lidar com as consequências da famosa Lei da Parvidade, quero dizer da Paridade. Francamente, quem pariu uma coisa destas bem que podia não ter sido parido e dai não viria mal nenhum ao mundo!
É um autêntico insulto que alguém tenha de ir num determinado lugar apenas porque é homem ou mulher, independentemente das suas qualificações ou da sua competência, ainda para mais num país onde a classe política não tem franca necessidade de melhorar a sua qualidade.
Esta mal-parida Lei não estimula, nem ajuda " a velhinha a atravessar a rua", obriga a pobre senhora a ter de o fazer, quer queira, quer não sob pena de mais ninguém poder atravessar a rua.
A participação política não se faz por decreto, não é por Lei que se incentivam as pessoas a ter uma actividade política, é com bons exemplos e com medidas que permitam ultrapassar as dificuldades daqueles que querem participar, mas não podem. Esta Lei, pelo contrário, é de tal forma absurda que o que cria são situações confrangedoras para as pessoas, em especial para aquelas que pretendia ajudar.
Nos partidos políticos sempre houve lutas pelos lugares e não imagino pior ofensa do que alguém ouvir que vai num determinado lugar porque é homem ou mulher e não pelo seu mérito ou valor. Para cúmulo, muito provavelmente muitas acusações dessas serão verdade. Será que quem criou esta aberração de Lei não pensou na dignidade das pessoas? Ou os fins justificam os meios?
Se os melhores três candidatos a um qualquer órgão são homens ou mulheres porque é que não podem ir seguidos? Porque é que se tem de meter alguém ao meio para "bem parecer"? Que hipocrisia! Já ouvi falar de situações em que pessoas vão simplesmente desistir após a eleição para dar lugar a quem vem a seguir. Não seria mais honesto apresentar logo aqueles que vão efectivamente exercer as funções? Não acabará isto por afastar ainda mais as pessoas da política?
Esta Lei é mesmo típica do actual estado socialista: Temos de ter sucesso escolar, por isso aldraba-se o sistema baixando o nível de exigência em lugar de melhorar o ensino, temos de baixar o desemprego aldrabam-se as listas retirando quem está em formação ou colocado em programas ocupacionais, que não são empregos nem de perto, nem de longe, temos de ter mais mulheres na política, aldraba-se o sistema obrigando as pessoas a participar, nem que seja apenas para que permitir que aqueles que se sentem motivados o possam fazer. Falso sucesso em toda a linha.
Já agora ainda gostava de saber se os homossexuais, devem ser contabilizados no género constante do documento de identificação oficial ou conforme opinião do próprio?
Pronto já desabafei, já posso ir de férias acalmar a irritação que este e outros absurdos que proliferam por este país me provocam.
Nota Importante: procurei uma imagem para ilustrar este post mas não encontrei nenhuma suficientemente absurda em toda a net.

quarta-feira, 5 de agosto de 2009

A Noite das Facas Longas...

Há dias e noites assim...em 24 horas põe-se em risco tudo o que se conseguiu com meses de esforço.

sexta-feira, 31 de julho de 2009

Sem palavras...

Fiquei a saber que se fosse um presidiário, para além de viver à conta dos impostos que outros pagam após ter cometido crimes contra essa mesma sociedade que me sustentaria, pagaria pelo serviço Meo aproximadamente 10% do que qualquer outro cidadão cumpridor da lei.

Já tinha ouvido dizer que o crime compensa, mas nunca pensei que este país chegasse ao absurdo de institucionalizar a expressão.

Isto lembra-me uma velha anedota, que se contava no tempo da outra senhora. O Ministro da Educação acabava de sair do gabinete de Oliveira Salazar e encontra o Ministro da Administração Interna que ia a entrar. Pergunta-lhe ao que vai e o Ministro da Administração Interna diz-lhe que vai pedir dinheiro para por televisões nas prisões, ao que o Ministro da Educação lhe diz: - Nem te estafes, acabei de lhe pedir o mesmo para as escolas e ele mandou-me passear. Apesar disso o Ministro da Administração Interna entra no gabinete e sai de lá uns minutos depois com um grande sorriso e diz ao colega: - Já está, aceitou e autorizou a despesa. Indignado, o Ministro da Educação volta e entrar no gabinete e manifesta o seu descontentamento a Salazar: - Parece impossível, Senhor Presidente do Conselho, nega às crianças o que depois vai dar aos criminosos! Salazar responde-lhe: - Ouve lá, então tu achas que se isto der a volta que nos mandam para a escola???

Que mais se pode dizer????

quinta-feira, 30 de julho de 2009

Outra Vez????



Acompanhei com toda a atenção a apresentação do Programa do PS para os próximos quatro anos.

José Sócrates voltou a prometer este mundo e o outro, como se não tivesse (des)governado este país nos últimos quatro anos e não fosse o principal responsável pelo lamentável estado a que este país chegou. Confesso que a única imagem que me veio à cabeça foi a do vendedor de banha de cobra a seguir o manual de bem enganar o próximo!

Com a desfaçatez que o caracteriza, Sócrates fez de conta que nada tem a ver com o passado e com o presente de Portugal, tentou passar uma esponja sobre as promessas não cumpridas e sobre as anunciadas reformas que em nada melhoraram este país, pelo contrário, causaram graves desigualdades, aumentaram a pobreza, o desemprego e a injustiça social.

Não posso deixar de fazer uma simples pergunta: Se José Sócrates tem tantas e tão boas propostas, porque é que não as colocou já em prática? Não é ele Primeiro Ministro com maioria parlamentar? Pelos vistos as boas propostas apenas existem no universo das promessas, quando passadas à prática resultam nos desastres que infelizmente temos o azar de conhecer e experimentar na pele.

Espero sinceramente é que este senhor nada tenha a ver com futuro de Portugal, ou não teremos grande futuro!

sábado, 18 de julho de 2009

A Diferença...


Embora respeite e muito o trabalho feito por Alberto João Jardim enquanto Presidente do Governo Regional da Madeira, em especial a forma como tem sabido defender os interesses da Madeira e potenciar o seu desenvolvimento, confesso que não sou propriamente fã do seu modo de dizer as coisas.

Mais uma vez, nesta questão da proibição de partidos com ideologias fascistas consagrada na constituição, Alberto João Jardim conseguiu criar uma polémica que deu enorme visibilidade a um texto, uma proposta de revisão constitucional, que se não fora isso, passaria quase incógnito à esmagadora maioria dos portugueses.

É claro que a Jardim nunca lhe passou pela cabeça ilegalizar o PCP, mas ao seu estilo soube aproveitar o que sabia de antemão serem as reacções ao texto, ao propor que à ideologia fascista se juntasse a comunista. É paradoxal que tenham sido os seus principais adversários quem na realidade lhe fez o jogo e deu enorme projecção a declarações nitidamente armadilhadas e que ele, ao fim do dia, depois da notoriedade adquirida, esvaziou bem ao seu estilo. Mas o tempo de antena já fora conseguido e ele foi a noticia do dia.

E se é verdade que em Portugal apenas tivemos como experiência de ditadura a ideologia fascista, como Miguel Sousa Tavares fez questão de recordar, noutros países da Europa e do mundo essa experiência alarga-se à ideologia comunista, como Miguel Sousa Tavares fez questão de omitir, o que não significa que todos os partidos comunistas prossigam fins ditatoriais, em especial os europeus.

Logo Jardim tem razão ao dizer que o que a Constituição deve proibir são as ditaduras, sejam de esquerda ou de direita. Por outro lado Miguel Sousa Tavares saiu tremido desta fotografia, a sua necessidade de criticar Jardim, de estar sempre contra ele, vai o extremo de lhe toldar o intelecto e de o levar a fazer figura de imbecil ao defender que porque só tivemos uma ditadura de direita a constituição nada deve dizer quanto às de esquerda... Realmente Sousa Tavares ainda tem de comer muito pão para chegar aos calcanhares de Jardim e mais uma vez acabou por lhe seguir o jogo.


sexta-feira, 10 de julho de 2009

Os Idiótes


Nestas alturas de campanhas eleitorais e de preparação de listas surge com maior fulgor uma espécie em franca expansão e que são aqueles "que não querem saber de política". São pessoas muito sérias e honestas que preferem criticar os que se apresentam aos actos eleitorais, acusando-os de "quererem tacho" em lugar de se concorrerem eles, já que se consideram tão sérios e honestos garantindo assim, seguramente, que os lugares de intervenção pública ficariam bem entregues.

Mas não, estes cidadãos, que são sérios e honestos, não estão para perder um minuto do seu tempo em defesa do interesse colectivo e da coisa pública, antes preferem criticar e vilipendiar os outros, definidos como menos sérios e menos honestos, que sacrificam o seu tempo, muitas vezes as suas famílias, a sua vida, para intervir na sociedade, transformá-la e melhorá-la.

É pena que cidadãos tão exemplares guardem as suas virtudes para si próprios e não as coloquem ao serviço da sociedade, que se limitem a criticar os outros que têm a coragem de se expor e tentar resolver os problemas que nos afectam.

O mais notável ainda destes cidadãos, sérios e honestos, é que fazem com a maior facilidade e com toda a certeza juízos de intenção. Para eles quem se mete em política é porque tem interesses obscuros. Talvez não seja boa política medirmos os outros pelas nossas próprias bitolas, talvez não seja muito ajuizado considerarmos que o nos faria ter uma determinada atitude é exactamente o que faz os outros tomá-la. Talvez não seja muito sério e honesto apenas criticar e nada fazer para contribuir para a mudança, talvez não seja muito sério e honesto acusar os outros com base no nosso próprio quadro motivacional.

Na antiga Grécia, o berço da democracia, as pessoas que não tinham intervenção pública, que não intervinham nos assuntos do estado, da cidade, da sociedade, que não se interessavam por política, eram chamados de "idiótes", o que deu origem à nossa palavra "idiota". Curioso não é?

quinta-feira, 2 de julho de 2009

O Gesto...


Já houve um ministro que caiu por contar uma anedota, desta vez foi por um gesto.

O gesto é grave e é feio, mas pior do que isso é o clima que permitiu ao ministro estar à vontade para fazer tal gesto.

Em anteriores legislaturas o quase exclusivo de alguns episódios de falta de nível e de arrogância era de Francisco Louçã, que armado em detentor exclusivo da honestidade e da verticalidade atirava "lama para a ventoinha" tentando sujar todas as outras forças políticas, como se o Bloco de Esquerda não tivesse mais do evidentes e suficientes "telhados de vidro" para Louçã estar calado nessas matérias. Mas Louçã, na sua arrogância, ignorava essas fraquezas e punha em causa a honestidade e as intenções de toda a gente, como de resto continua a fazer.

Nesta legislatura surge uma novidade e é o "animal feroz" José Sócrates e o seu governo por arrastamento, que ajudaram Louçã a baixar definitivamente o nível do debate político. Se no passado havia algum pudor em mentir descaradamente, nestes últimos quatro anos o governo fê-lo insistentemente no parlamento e ao país, o que levou a que a utilização da ofensa pessoal e de termos menos dignificantes como "mentiroso" passasse a ser um lugar comum na nossa Assembleia.

É neste clima de completa falta de nível e de respeito que surge o gesto polémico de Manuel Pinho, confirmando que é altura de mudar a sério os protagonistas da nossa política e que o estilo trauliteiro de Louçã, Sócrates e companhia tem de ser definitivamente afastado do Parlamento, sob pena de achincalharmos a sede da democracia em Portugal e de transformar o debate político num concurso de baixaria e de "verborreia" em lugar de se discutir o que realmente interessa ao país.

É por estas e por outras que cada vez mais defendo a eleição uninominal dos deputados em lugar de listas onde uns são eleitos à boleia de outros, sem responsabilização directa ou sequer indirecta, das figuras que fazem no Parlamento. A Assembleia da República tem de ser um lugar de debate sério e elevado onde qualquer deputado ou governante se sinta envergonhado de faltar à verdade, mas esse nível de exigência tem de começar a ser imposto por todos nós, eleitores.

sexta-feira, 19 de junho de 2009

Toys...



Por acaso ainda não tinha tornada pública a minha posição sobre o tão falado TGV.

Creio que para já é uma obra perfeitamente dispensável e que há outros modos bem mais eficientes para gastar o dinheiro e que tragam realmente algo de positivo para a economia nacional.

Mas começando pelo TGV, para mim a única ligação que faz sentido é Lisboa - Madrid, tudo o resto é ficção, senão vejamos: O Alfa Pendular leva duas horas e quarenta minutos para ir de Lisboa ao Porto e ainda pára em três estações, se o não fizesse ganharia facilmente uma meia hora ou mais neste percurso, o TGV leva uma hora e um quarto, logo ir gastar mail de 4 mil milhões de euros para encurtar a distância em aproximadamente uma hora parece-me um luxo de que não precisamos já para não falar da duvidosa viabilidade económica da coisa, pois o bilhete não deve ser exactamente o mesmo preço do Alfa...

A mesma lógica se aplica à linha Porto - Vigo, os tempos de viagem que estamos em presença não justificam investimentos destes num país que baixou quase 30% as suas exportações nos primeiros três meses deste ano, haverá de certeza outras opções para investir estas verbas, dinamizar a economia e criar postos de trabalho ou até investir na Educação, Saúde, Justiça, enfim em qualquer área de serviços públicos que bem necessitam de investimentos e de melhorias. Em último caso até poderíamos usar esse dinheiro para baixar os malfadados impostos que nos asfixiam há vários anos. Esta fixação com o TGV mais parece uma criancice, um capricho do menino Sócrates a querer deixar uma marca indelével da sua governação no país. Não é preciso já vai deixar muitas e negras sem ser necessário esturrar mais dinheiro inutilmente.

Parece-me bem mais importante aumentar as taxas de comparticipação para o investimento empresarial, quer no tocante a empresas de exportação, quer para as que operam fundamentalmente no mercado nacional e cujos produtos e serviços podem impedir importações, sendo que todas elas podem criar postos de trabalho, do que investir em linhas de alta velocidade que serão usados por muito poucos e cujos benefícios directos e imediatos levantam enormes interrogações.

José Manuel Durão Barroso conseguiu o apoio dos 27 Chefes de Estado e Governo da UE para um segundo mandato à frente da Comissão Europeia.

Como português tenho orgulho que ele tenha conseguido esse reconhecimento, que de alguma forma é também o reconhecimento de que um pequeno país como Portugal, afinal, não se mede apenas pela extensão do seu território ou pelo número da sua população, pode medir-se pela competência e pela qualidade dos seus cidadãos.

Este é um facto que deveria dar-nos alguns palpites sobre a forma com o devemos encarar a nossa, apesar de tudo, ainda recente aventura europeia. Depois de termos construído um império pela coragem e pelo arrojo dos nossos navegadores, passámos por períodos de tempo em que a nossa influência no mundo regrediu até à completa insignificância. Hoje voltamos a ter cidadãos portugueses em lugares de destaque no seio de várias instituições Europeias e Mundiais. Não foram escolhidos por sermos influentes, foram-no pela suas características pessoais e por terem conseguido ganhar o respeito dos outros, sem os estigmas que quem representa uma das grandes nações tem sempre de enfrentar no contexto geo-político mundial. A nossa pequena dimensão consubstancia-se aqui numa vantagem que pode ser aproveitada assim consigamos produzir cidadãos com qualidade e com competências. Este é o nosso novo desafio, chama-se educação e francamente estamos a perdê-lo com o facilitismo, com a falta de rigor e de exigência.

Esta bem pode ser a nossa única hipótese, nos próximos séculos, de recuperar influência no mundo e construir a prosperidade que queremos para Portugal, mas para isso vamos ter de deixar de brincar aos sistemas de ensino e de fazer uma reforma todos os anos. No final não contam os números, contam as competências verdadeiramente adquiridas e tal valor é válido desde o universo profissional, empresarial, passando pelos serviços públicos até ao geo-estratégico europeu e mundial.

Ou conseguimos criar um sistema de ensino que gere cidadãos de elevada qualidade e potencial, ou não passaremos da mediocridade intelectual e técnica que já nos começa a afogar.

De nada serve ser saudosista, já não temos de marchar contra os canhões e o amor e uma cabana só já satisfaz os primeiros 3 meses pelo que é bom que nos compenetremos que a nossa era é a da inteligência, da preparação técnica e da universalidade, onde o mais importante recurso, hoje e doravante, é o conhecimento,

domingo, 7 de junho de 2009

As sondagens...

As eleições europeias tiveram o resultado que eu esperava e aqui deixei vaticinado. Apesar das sondagens dizerem que o PS ia ganhar a voz das pessoas na rua dizia o contrário e por mais que os fazedores de sondagens se esforçassem por arrefecer a contestação, o povo falou com clareza.

Desta vez tivemos uma novidade. Usando os mesmos critérios que resultaram em falhas clamorosas quanto às sondagens divulgadas durante as últimas semanas sobre as europeias, foram apresentadas sondagens sobre as legislativas que dizem o mesmo que diziam sobre as europeias, isto é que o PS irá ganhar.

É curioso que se tenham realizado pela primeira vez sondagens sobre as eleições seguintes antes das imediatas, se não acreditasse na verticalidade das empresas que realizam estas sondagens diria que mais parece um favor ao PS, isto é perdem estas mas vão ganhar as próximas.

Em qualquer caso a verdade é que os critérios de distribuição de indecisos tendem a favorecer quem ganhou as últimas eleições similares, isto é no caso das legislativas as sondagens que distribuem indecisos tendem a favorecer o PS e dada a diferença de votação em 2005 esse "favorecimento" pode significar um erro enorme, tal como acontecem neste caso. Para quem está menos familiarizado com as técnicas de sondagens, o que sucede é que quando os eleitores que respondem à sondagem se dizem indecisos, no final esse número de indecisos é distribuído, em determinada percentagem e de acordo com a abstenção verificada nas eleições homologas anteriores, pelos partidos cujo resultado se pretende estimar. Ora esta divisão é feita de acordo com os resultados obtidos por esses partidos nessas mesmas eleições anteriores.

O erro das sondagens em relação às Europeias pode precisamente vir destas contas que se aplicam nas sondagens, nas europeias de 2004 o PS teve 44%, logo isso teve uma influência na distribuição de indecisos muito forte e deu durante as semanas mais recentes resultados de sondagens em que o PS ganhava, mas a verdade é que as urnas disseram que os indecisos não se distribuíram de acordo com os resultados de 2004, mas sim de acordo com a consciência de cada eleitor.

Em resumo, as sondagens para as legislativas que dizem que o PS irá ganhar valem tanto quanto valiam as sondagens que diziam que o PS ganharia as Europeias.

segunda-feira, 18 de maio de 2009

Opssss....

Vital Moreira está a ficar muito nervoso. Percebo o porquê! Arrisca-se a averbar a primeira derrota socialista do ano. Mas isso não devia surpreendê-lo, tendo em conta a desastrosa governação do PS, até aqueles que apesar de tudo ainda preferem Sócrates a Ferreira Leite, e são cada vez menos, não perderão a ocasião de dar um chuto no PS nas eleições europeias e não haverá agressões que o salvem. Já agora porque razão nas campanhas eleitorais só os candidatos do PS são agredidos? Será por acaso? Mais parece que procuram activamente levar uns encontrões para se vitimizarem...

Bom, adiante, tal como a maior parte das pessoas, Vital Moreira, ao sentir o piso escorregadio e chão fugir-lhe debaixo dos pés começa a disparar em todas as direcções, mas, também como de costume, a coisa saiu-lhe mal.

Primeiro tentou apelar ao eleitores socialistas dizendo que para ganhar as Legislativas tinham de ganhar as europeias. Erro crasso, mesmo os eleitores tradicionalmente socialistas sabem que este é um mau governo e estão fartos de Sócrates, logo mesmo muitos daqueles que possam considerar até votar nele nas Legislativas, por não acreditarem nas alternativas, dificilmente vão resistir a dar-lhe o famoso cartão amarelo nas Europeias para ver se, pelo menos, o homem se torna menos arrogante.

Depois veio dizer que Portugal está a resistir à crise graças ao Governo. Asneira e da grossa, Portugal está a resistir menos à crise que os restantes países da União e por isso nos afastamos cada vez mais da média europeia e isso é por incompetência do Governo. Por outro lado dizer uma barbaridade destas, tipo "considerem-se felizes porque podia ser pior", quando todos os dias fecham empresas e há mais gente no desemprego é mesmo estar a pedir aos gritos uma resposta eleitoral de que não vai gostar certamente.

Por último, mas não menos grave veio a acusação de que os restantes partidos não têm pessoas conhecidas nas listas de candidatos ao Parlamento Europeu. Para além de elitista, snobe e arrogante, este comentário encerra em si mesmo uma contradição e é que o Dr. Vital Moreira não é a pessoa mais conhecida ou popular de Portugal ( lamento ser eu a informá-lo, mas...), logo se a competência se mede pela popularidade o PS deveria ter convidado o Luís Figo ou o Cristiano Ronaldo e para os restantes lugares da listas haverá de certeza muitos desportistas, artistas, actores, etc, que são as pessoas mais populares e conhecidas. Nesta hierarquização de popularidade, o Dr. Vital Moreira não teria qualquer hipótese de aparecer na lista, nem que tivesse cem candidatos. Este comentário foi a cereja em cima do bolo e confirma o desespero de Vital Moreira que, pode ser que me engane, mas ainda vai dar azo a mais uns quantos disparates até ao dia das eleições.

Tudo isto acontece porque Vital Moreira aceitou o desafio de ser cabeça de lista com base nas sondagens para as Legislativas e esqueceu-se, se é que alguma vez soube, que os Portugueses separam perfeitamente as eleições e muitas vezes só em cima do acontecimento pensam e decidem mesmo o que vão fazer, em quem vão votar, logo sondagens para outras eleições e a 6 ou 7 meses de distância são um fraco indicador para tomar decisões.

domingo, 3 de maio de 2009

Depois admiram-se


Há quem se indigne por Luís Filipe Menezes continuar a ter opinião e a comentar os factos da vida política nacional e da interna do PSD. Para alguns comentadores e dirigentes ele devia remeter-se ao silêncio, especialmente quando insiste de forma irritante em demonstrar as incoerências de muitos actores da vida pública, desde dirigentes do PSD até comentadores e jornalistas.

Na última semana o PS e o PSD, em tempo recorde, alteraram os limites dos donativos em dinheiro vivo para os partidos políticos, passando de 22 500 euros para mais de um milhão e duzentos mil euros. Eu nem concordo com limites de doações a partidos políticos, entendo que cada deve poder dar o que quiser, mas sempre identificado, sempre com meios de prova, sempre por cheque, para que se saiba exactamente quem deu e quanto deu.

Mas este post nem tem a ver com essa matéria, que considero muito grave e numa zona demasiado cinzenta para o meu gosto, prefiro coisas mais transparentes. Se assim fosse haveria menos suspeitas no caso Freeport, mas adiante.

O que quero recordar é que há aproximadamente um ano atrás houve um burburinho impressionante no PSD, inclusivamente com uma tomada de posição crítica de 10 ex-secretários gerais porque Menezes queria permitir que dentro do partido os militantes pudessem pagar as suas quotas, que são de doze euros, em dinheiro e não obrigatoriamente por cheque, multibanco ou transferência. Agora ninguém disse nada, os tais 10 ex-secretários gerais assobiaram para o lado e os comentadores esqueceram-se desta "pequena" alteração. E estamos na tal azáfama de saber quem é o paladino do combate à corrupção, se não estivéssemos...

Ou seja, por doze miseráveis euros caiu o Carmo e a Trindade porque se estava a abrir a porta à corrupção e à lavagem de dinheiro, por um milhão de euros está tudo bem e até pode ser em notas de 500 por causa do volume.

Depois como é que querem que Luís Filipe Menezes esteja calado????

sexta-feira, 1 de maio de 2009

Os silêncios...



Com a paciência que costumo ter, para dar e vender, tenho vindo a analisar os produtos de campanha eleitoral do PSD que começam a ser afixados um pouco por todo o país.

Não posso deixar de estranhar o silêncio do coro que há uns tempos atrás fez um autêntico levantamento de rancho quando Luís Filipe Menezes apresentou uma imagem de campanha com um fundo azul em lugar de laranja. Onde estão as senhoras e os senhores, militantes, dirigentes, jornalistas, analistas e outros "istas" que nem vale a pena referir, que diziam que se estava a querer mudar o símbolo do partido só porque a imagem de fundo dos cartazes era azul, quando neste momento nem o símbolo do PSD aparece nos cartazes? Ficaram mudos ou acham que isto favorece o PS e portanto está tudo bem? Se calhar ficaram inteligentes subitamente a aprenderam a distinguir um layout de campanha da simbologia institucional.

Seja como for, os actuais cartazes não me parecem muito felizes , quer na imagem, quer no conteúdo, se fosse comigo nunca tinham visto a luz do dia, mas como eu sou dos que se engana e tem muitas vezes dúvidas, aguardemos para ver os resultados.

quinta-feira, 30 de abril de 2009

H um N zero


Só para que conste já estou a ficar farto da saloiice criada à volta da gripe suína. Vai acontecer tal qual como a gripe aviária em que Portugal deve ter sido o país do mundo com mais falsos alarmes por habitante e sem um único caso real. Cada vez que um pássaro morria, lá se enchiam as televisões e os jornais de grandes alarmes e alaridos.

Agora já vamos pelo mesmo caminho, todos os dias há alguém em observação por ser uma caso suspeito, provavelmente devido a ter sintomas respiratórios mais fortes que o normal ou por conhecer alguém que conhece alguém que pensou em ir ao México e a seguir lá vem mais alguém do governo ou da saúde dar uma conferência de imprensa a informar a comunicação social da grande novidade. Horas depois esvazia-se o balão, afinal era uma gripe comum e Portugal respira de alívio embora, por falta de máscara, ponha a mão na boca por precaução.

Como anda tudo tão preocupado à procura do vírus h1n1, aqui fica uma foto do mesmo, pode ser que o encontrem a fazer compras no Chiado ou pela cor talvez lá para os lados de Alvalade ;)


domingo, 26 de abril de 2009

Da Corrupção e de outras campanhas...



Este folhetim do combate à corrupção já começa a ser ridículo e a abrir ou a evidenciar brechas numa altura em que tal é muito complicado, em particular no PSD onde francamente há quem perdesse uma boa ocasião para estar calado, ou, de uma vez por todas, para aprender onde deve falar e onde não deve. Apesar de até concordar com Rui Rio quanto à azáfama de ultima hora para mostrar quem é mais anti-corrupção, a verdade é que o Primeiro Vice-presidente do PSD tem de saber que há locais e momentos onde pode e deve dizer tudo e há outros em que deve estar calado.

Em primeiro lugar o enriquecimento só é ilícito se for obtido por meios ilícitos, logo por meios já puníveis pelo nosso sistema penal, portanto ou há crime ou não há crime, não vale a pena andar aqui a inventar o que já foi inventado. Consequentemente se alguém arranjou uma fortuna por meios ilegais terá de responder perante a justiça pela utilização desses meios e perante o fisco por não ter declarado os rendimentos.

Não é com a inversão do ónus da prova que se combate a corrupção. Quem acusa tem de provar, ninguém tem de provar ser honesto ou inocente, essa é uma presunção em qualquer estado de direito digno desse nome e se começamos a ceder espaço quanto às liberdades e garantias individuais, qualquer dia começamos a admitir um estado policial noutras matérias e acreditem que haverá sempre excelentes motivos e justificações repletas de boas intenções, daquelas com que o inferno está cheio.

Não se resolve a corrupção com a limitação ou a perca de garantias e liberdades individuais nem é admissível que a ineficácia da investigação seja suprida pondo em causa tais liberdades, para combater a corrupção há que reforçar as capacidades e os meios de investigação e tornar transparentes os processos de decisão aos mais diferentes níveis da administração. O problema é que estas medidas iriam tirar poder aos "donos dos quintais" que deixariam de poder fazer "jeitos" e portanto mais vale agravar penas e impostos para os muito poucos que tenham o azar de vir a ser apanhados. Afinal alguém tem de ser sacrificado em nome das aparências.

Tudo o resto é ano eleitoral, dentro e fora dos partidos, se é que me entendem...

quarta-feira, 22 de abril de 2009

A Teoria da Conspiração




Não vou aqui comentar a entrevista de José Sócrates, apenas reforcei a firme satisfação de nunca ter votado na criatura!

Igual a si próprio usou e abusou da demagogia negando as realidade e justificando o injustificável. Neste particular foi especialmente notável a sugestão de que o caso Freeport nasceu de um conluio entre dirigentes do PSD e inspectores da Polícia Judiciária.

Sabemos que já começou a campanha eleitoral mas ofender a inteligência dos portugueses já me parece demais e intolerável. Não sei, mas quero saber, como todos os portugueses, se realmente José Sócrates está implicado neste caso, agora, sugerir que tudo não passa de uma conspiração interna PSD/PJ com os dados e os factos que tem sido públicos resultantes da investigação das autoridades inglesas parece-me o cúmulo da desfaçatez e uma forma de se vitimizar e simultaneamente atacar em todas as frentes tal como uma fera assediada quando percebe que não tem por onde escapar.

Esta foi uma enorme demonstração de fraqueza, talvez das mais evidentes que Sócrates mostrou até hoje. Estou curioso para onde irá evoluir este assunto, será que o passo seguinte é denunciar uma conspiração PSD/PJ/Governo Inglês?

segunda-feira, 20 de abril de 2009

O Desafio




Já há algum tempo que não escrevo por aqui. A vontade e a inspiração não têm sido muitas e mesmo quando alguma surge, há assuntos mais urgentes a tratar e lá vou adiando o post.

Tenho seguido com atenção, como seria de esperar, a constituição da Lista do PSD para as Eleições Europeias, embora saiba a pouca importância que a esmagadora maioria do eleitorado lhes dá e a pouca consciência global da influência do Parlamento Europeu no nosso futuro colectivo.

Devo dizer que mal conheço Paulo Rangel, como resto a esmagadora maioria dos portugueses, mas isso não é motivo para o depreciar, no mínimo respeito e admiro a coragem em aceitar um desafio como este, num momento decisivo, num combate desigual, onde as coisas tanto lhe podem correr bem sem que seja consequência de mérito seu, como lhe podem correr mal apesar dos seus méritos.

Ou muito me engano, ou, como habitualmente, vai discutir-se tudo nas Europeias, menos a Europa e isso causa grandes dificuldades a quem queria debater e transmitir uma mensagem ligada ao contexto eleitoral. Isto porque se é verdade que os analistas e os jornalistas vão estar atentos ao que os candidatos digam sobre a Europa e daí irão tirar conclusões e criticar ou elogiar, os eleitores por seu lado estão muito mais preocupados com a situação nacional e será a essa mensagem que vão estar atentos.

Portanto, quem quiser ganhar votos terá aqui um grande problema, ou fala para os analistas e pode ter boas críticas, mas os eleitores não se irão rever no seu discurso ou fala para os eleitores e os analistas vão acusá-lo de não ter ideias sobre a Europa, o que lhe vai causar perca de votos. O sucesso estará no equilíbrio entre estes dois alvos e não é um equilíbrio fácil, por isso não invejo Rangel, mas espero que ele consiga, até porque é mais ou menos público que foi uma aposta pessoal de Manuela Ferreira Leite e ela não sairá incólume do resultado que ele obtiver, seja em que sentido for, tendo de seguida de disputar umas eleições Legislativas decisivas para ela e apesar de ser também público que não a apoiei nas eleições internas do PSD, não me resta a menor dúvida que será muito melhor governante que Sócrates e portanto nem preciso de olhar para o cartão de militante para desejar que ela vença as Legislativas.



terça-feira, 31 de março de 2009

They maked my day

Talvez inspirados pelo Doutoramento Honoris Causa a José Mourinho, parece que o IEFP abriu um curso de jogadores de futebol com equivalência ao 9º Ano de Escolaridade.

Confesso que como as coisas andam só uma destas me fazia rir.

Veremos o que vem a seguir, jogador de andebol com equivalência ao 6º ano ( não é para discriminar, mas em média ganham menos que os de futebol) ou jogador de Golf com equivalência ao 12º? Para completar o leque e para os talentos menos predispostos à actividade física, poderíamos também criar um curso de Bisca ou de Sueca com equivalência ao 4º Ano. Já agora porque não umas pós-graduações em Xadrez ou um curso técnico-profissional de dominó?

A imaginação desta gente não deixa de me surpreender, realmente este país começa a ser anedótico!

sexta-feira, 27 de março de 2009

Decisões...




Não, não posso dizer que me tenha voltado a inspiração ou sequer tenha alguma coisa que me apeteça escrever por aqui, simplesmente estou a preencher um vazio de 16 dias em que tenho tido muito mais em que pensar, um vazio talvez demasiado preenchido com decisões por tomar, com escolhas por fazer, com caminhos por seguir.

Há alturas assim na vida, em que o facto de se ter de tomar várias decisões é o principal obstáculo a tomar uma decisão e há algumas que têm implicações a longo prazo, ou pelo menos deveriam ter.

Enfim, dias melhores virão...espero.

quarta-feira, 11 de março de 2009

Vazio

Diz-se que o universo odeia o vazio, que não suporta a falta de ocupação do espaço, mas por vezes cria-se um vazio e não há como o preencher escrevendo...normalmente quando não podemos escrever sobre o que queremos, quando não podemos escrever o que gostaríamos de escrever, quando não podemos dizer o que gostaríamos de dizer.

Por vezes é tempo do silêncio se fazer ouvir ocupando esse vazio com o seu ruído ensurdecedor. Enfim, por vezes...há coisas tão pessoais que se tornam realmente intransmissíveis.

quinta-feira, 5 de março de 2009

Irreverências...

Desde há uns tempos a esta parte está muito em voga tentar esconder a banalidade de carácter com comportamentos menos ortodoxos que permitam atribuir ao individuo traços de uma personalidade interessante, distinta, por vezes rude e mal educada, contestatária e superior às normas sociais vigentes, auto-suficiente, idiossincrática, etc.
Chamam-lhe irreverência. Eu chamo-lhe idiotice.

Visões...


Se há coisa que me irrita é quando a pobreza de espírito se arroga em ares superioridade, facto que normalmente vem associado à ausência de qualquer visão de um futuro além das 48 horas seguintes.

Este tipo de mentes são muito rápidas a tirar conclusões, normalmente erradas e baseadas apenas no seu próprio quadro motivacional, incapazes de perceber que a sorte não existe e que dá muito trabalho tê-la.

No Xadrez, são aqueles que comprometem o jogo todo apenas para comer um peão que está aparentemente mais desamparado, mas cujo movimento de captura irá desequilibrar a estratégia do jogo a favor do adversário. Do outro lado do tabuleiro está alguém que soube sacrificar uma peça menor para conseguir vencer o jogo, não um idiota sem miolos que apenas vê o óbvio que lhe entra pelos olhos dentro e que tem a tendência de subestimar os outros porque a bitola é o seu próprio umbigo e a sua própria e limitada inteligência.

Apesar de se considerar inteligente, quem só vê o que a luz lhe mostra, vai sempre ficar à mercê das ilusões de óptica...

sexta-feira, 27 de fevereiro de 2009

A Causa das Coisas



Foi criado um blog, http://moura2009.blogspot.com/, por sinal muito arrumadinho e sério, sem permitir controvérsias, onde se pode opinar sobre quem seria o melhor candidato a Presidente da Câmara de Moura que os partidos políticos poderiam apresentar nas próximas eleições.

Há poucos dias, um amigo veio todo entusiasmado dizer-me que, no caso do PSD, o meu nome era "esmagadoramente" o mais votado e perguntar-me se eu não estava contente. Eu já tinha visto o blog até porque me tinham deixado um comentário sobre o assunto e limitei-me a fazer-lhe uma pergunta: "Pois é, só resta saber se quem votou em mim são eleitores dispostos a votar no PSD se eu fosse o candidato ou são eleitores já definidos de outros partidos, é que isso determina a interpretação a fazer."

Ele ficou pensativo. Eu também.

sábado, 21 de fevereiro de 2009

Carnaval

Até gosto, mas para que conste, prefiro este




a este


Se me abstrair dos evidentes atributos da intérprete, claro.

Can, Must and Have To


Foi noticiado em vários órgãos de comunicação social que o Eurostat veio confirmar o que já todos sabíamos, mas agora é um organismo independente a confirmar que desde 2005 o rendimento médio dos portugueses tem vindo a afastar-se do rendimento médio da União Europeia, o que significa que temos vindo a ficar comparativamente mais pobres. Este é um assunto em que o Governo não se pode desculpar com a crise internacional, porque essa afectou todos os países da União, logo o descalabro português em relação aos restantes estados membros é culpa exclusiva de José Sócrates e do seu Governo.

No mesmo caminho vai o desemprego. Em 2005 Santana Lopes deixa a Sócrates um país com uma taxa de desemprego inferior à média da União Europeia, Sócrates em quatro anos consegue que a taxa de desemprego já ultrapasse em 0,7% a média dos restantes países membros. Também aqui a crise internacional não é desculpa, pelos mesmos motivos, o culpado é este governo.

A noticia que aqui referi dizia que apesar de tudo há um ponto positivo e é que a produtividade média dos portugueses subiu 2%. Interpretação errónea do jornalista! A produtividade é, simplificadamente, a divisão do PIB pelo número de trabalhadores, logo sempre que o desemprego sobe, como o PIB não depende directamente e exclusivamente do nível de emprego, a produtividade sobe, não porque se esteja a produzir mais, não porque a produção seja mais eficiente, mas porque o denominador da divisão, o número de trabalhadores, diminui mais que o numerador, o PIB. Quantos menos os trabalhadores, maior a produtividade. O verdadeiro aumento de produtividade só se dá em situações de manutenção ou crescimento do número de empregados.

Portanto tudo afinal são más noticias, pelo que, nesta matéria e para este senhor é fundamental modificar a mundialmente famosa frase do Presidente Obama, já não chega Yes, We Can, tem de ser Yes, We Must, and Yes, We Have To

terça-feira, 17 de fevereiro de 2009

Por 30 Dinheiros

Por vezes metemos-nos em guerras que não são nossas, pelo simples facto de podermos ajudar os outros. Eu caio muitas vezes nesta tentação, deve ser algo patológico, uma necessidade de ajudar mesmo com prejuízos próprios, mesmo contra o que a inteligência me aconselha como sendo o melhor para os meus interesses pessoais.
Talvez seja uma questão de princípios, talvez seja porque as injustiças me tiram do sério e me revoltam, em particular quando derivam de abusos de poder.

E foi assim que há uns anos me meti em mais uma guerra, para ajudar algumas pessoas amigas e outras que nem conhecia. Fiel aos meus princípios fui sempre solidário com aqueles que comigo embarcaram nesta nau, convicto de que aqueles que seriam os principais beneficiários desta luta se mantinham também firmes nas suas posições, mas enganei-me. Eu sou dos que se engana muitas vezes ao julgar o carácter dos outros e verifiquei que afinal, quando olhei para trás e precisava de ter os apoios necessários para terminar a guerra de uma vez por todas, uns trocos habilmente distribuídos ao longo do tempo e uma inconsciência sobre o que estava realmente em jogo tinham feito debandar a maioria das tropas, quando por sinal tinham sido elas próprias a fazer o levantamento de rancho.

Pela minha parte tenho a consciência tranquila, mas tenho pena, pelos poucos que tiveram a coragem de ficar e também pelos outros que não tiveram a lucidez de perceber que o que mudou entretanto foi em resultado dessa luta e que quando ela acabar, se não for vencida, tudo vai voltar ao mesmo, mas nessa altura podem é não encontrar quem esteja disposto a fazer essa guerra por eles.
Eu não estarei com certeza.
A mim todos têm a oportunidade de me trair, mas só o fazem uma vez.

Quem sabe se não haverá ainda justiça poética .

quarta-feira, 11 de fevereiro de 2009

A Insustentável teimosia do ser


Há pessoas cuja principal convicção é a de estão certos e são os donos da verdade e da razão. Normalmente são péssimos estrategas e ainda piores executantes dado que são incapazes de perceber quando é altura de mudar de rumo.

São pessoas que vão sempre até ao fim, orgulhosamente olhando de frente o abismo, indiferentes à sua aproximação porque estão certos de que têm razão. Não, não são corajosos, apenas cegos e obstinados, normalmente é preciso muita mais coragem para mudar, para reconhecer que se errou e mudar o caminho. Também não são seguros, a sua teimosia é a forma de esconder, de ultrapassar, a sua profunda insegurança, têm dificuldade em lidar com críticas e limitam-se a repetir aquilo que sempre disseram para se auto-convencer de que estão certos e mostrar que são consistentes e verticais, que têm convicções.

Este tipo de personalidades também não aprende com erros, mesmo depois de cair no abismo encontram justificações para o ocorrido atribuindo sempre a responsabilidade a terceiros, foram sempre os outros que falharam, porque eles são infalíveis, eles têm razão e voltam, se tiverem essa ocasião, a percorrer exactamente o mesmo caminho.

No mundo da política existe uma concentração anormal deste tipo de personalidades e por vezes alguns deles conseguem atingir, aos mais diversos níveis, posições de algum destaque que lhes permitem impor o seu caminho. É aqui que as coisas se tornam mais complicadas, porque arrastam os outros consigo, arrastam projectos, arrastam oportunidades para o abismo para onde invariavelmente caminham. São personalidades que nunca vão perceber que em política mais vale cair em graça que ser engraçado, isto é, quando os eleitores não simpatizam connosco, seja por que motivo for e seja esse motivo justificado ou não, de pouco ou nada vale espernear, de pouco ou nada vale insistir, é como o charme, ou se tem ou não se tem, não se compra, não se adquire.

Indiferentes a qualquer crítica ou sugestão, venha de apoiantes ou de adversários, indiferentes a quaisquer indicadores actuais ou passados, os detentores da verdade suprema continuam firmes e hirtos no alto das suas convicções a caminhar para o penhasco onde vão inevitavelmente e por culpa própria tombar.

Neste ano eleitoral teremos ocasião de apreciar a actuação de alguns deles, quer ao nível nacional, quer também aos níveis regional e local. Para quem goste analisar este tipo de situação será um ano muito promissor.
Eu, pela minha parte, tenho uns quantos debaixo de olho.