sábado, 30 de outubro de 2010

Sentido de Estado



Quem, como eu, conhece Pedro Passos Coelho há mais de vinte e cinco anos e acompanhou de muito perto sua actividade política percebe bem a sua postura enquanto Presidente do PSD.

Quando foi eleito, Pedro Passos não viu uma simples oportunidade de ser Primeiro-ministro, viu sim, essencialmente, uma oportunidade de influenciar desde logo o futuro de Portugal de acordo com as suas convicções.

Desde o PEC II, em Abril, até agora à questão do Orçamento de Estado, Pedro Passos Coelho nunca adoptou as posturas que a estratégia política calculista mais aconselharia e que era de não se comprometer com qualquer que fosse o caminho escolhido pelo Governo. Tal postura teria sido fácil, quer por o Governo nunca revelar o verdadeiro estado das contas publicas, quer, agora, com a consensualização nacional de que é preferível aprovar um mau orçamento do que viver por duodécimos. Em qualquer caso, a abstenção do PSD, sem negociações, teria sido facilmente justificada e politicamente bastante cómoda.

Mas não é esse o caminho de Pedro Passos Coelho. O que o motiva é como conseguir melhorar a vida das pessoas ou pelo menos evitar sacrifícios desnecessários aos portugueses, porque ao contrário do que sempre se tentou vender sobre ele, é alguém muito preocupado com as consequências sociais das medidas económicas, em especial em relação aos mais desprotegidos. Mesmo sabendo e reafirmando que este é um mau orçamento, fez tudo o ao seu alcance para minorar os terríveis efeitos sobre as famílias e sobre a economia.

O acordo que Pedro Passos autorizou, com eventual sacrifício político próprio, acabou de proteger a esmagadora maioria das famílias de uma autêntica sangria fiscal, que aumentaria exponencialmente a pobreza e diminuiria violentissimamente o rendimento disponível dos portugueses, desde as classes mais pobres até à classe média. Gostem ou não de Pedro Passos Coelho, vários milhões de portugueses ficaram hoje a dever-lhe muito.

Esta postura reforça a enorme confiança que já tinha em Pedro Passos Coelho. Se o líder da oposição demonstra tal sentido de estado, mesmo com prejuízo da sua imagem e sem calculismos em relação à sua futura eleição como Primeiro-ministro, essa é uma garantia de como será a sua postura enquanto governante, a postura que Portugal precisa e com urgência.

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