sábado, 18 de julho de 2009

A Diferença...


Embora respeite e muito o trabalho feito por Alberto João Jardim enquanto Presidente do Governo Regional da Madeira, em especial a forma como tem sabido defender os interesses da Madeira e potenciar o seu desenvolvimento, confesso que não sou propriamente fã do seu modo de dizer as coisas.

Mais uma vez, nesta questão da proibição de partidos com ideologias fascistas consagrada na constituição, Alberto João Jardim conseguiu criar uma polémica que deu enorme visibilidade a um texto, uma proposta de revisão constitucional, que se não fora isso, passaria quase incógnito à esmagadora maioria dos portugueses.

É claro que a Jardim nunca lhe passou pela cabeça ilegalizar o PCP, mas ao seu estilo soube aproveitar o que sabia de antemão serem as reacções ao texto, ao propor que à ideologia fascista se juntasse a comunista. É paradoxal que tenham sido os seus principais adversários quem na realidade lhe fez o jogo e deu enorme projecção a declarações nitidamente armadilhadas e que ele, ao fim do dia, depois da notoriedade adquirida, esvaziou bem ao seu estilo. Mas o tempo de antena já fora conseguido e ele foi a noticia do dia.

E se é verdade que em Portugal apenas tivemos como experiência de ditadura a ideologia fascista, como Miguel Sousa Tavares fez questão de recordar, noutros países da Europa e do mundo essa experiência alarga-se à ideologia comunista, como Miguel Sousa Tavares fez questão de omitir, o que não significa que todos os partidos comunistas prossigam fins ditatoriais, em especial os europeus.

Logo Jardim tem razão ao dizer que o que a Constituição deve proibir são as ditaduras, sejam de esquerda ou de direita. Por outro lado Miguel Sousa Tavares saiu tremido desta fotografia, a sua necessidade de criticar Jardim, de estar sempre contra ele, vai o extremo de lhe toldar o intelecto e de o levar a fazer figura de imbecil ao defender que porque só tivemos uma ditadura de direita a constituição nada deve dizer quanto às de esquerda... Realmente Sousa Tavares ainda tem de comer muito pão para chegar aos calcanhares de Jardim e mais uma vez acabou por lhe seguir o jogo.


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