segunda-feira, 20 de abril de 2009

O Desafio




Já há algum tempo que não escrevo por aqui. A vontade e a inspiração não têm sido muitas e mesmo quando alguma surge, há assuntos mais urgentes a tratar e lá vou adiando o post.

Tenho seguido com atenção, como seria de esperar, a constituição da Lista do PSD para as Eleições Europeias, embora saiba a pouca importância que a esmagadora maioria do eleitorado lhes dá e a pouca consciência global da influência do Parlamento Europeu no nosso futuro colectivo.

Devo dizer que mal conheço Paulo Rangel, como resto a esmagadora maioria dos portugueses, mas isso não é motivo para o depreciar, no mínimo respeito e admiro a coragem em aceitar um desafio como este, num momento decisivo, num combate desigual, onde as coisas tanto lhe podem correr bem sem que seja consequência de mérito seu, como lhe podem correr mal apesar dos seus méritos.

Ou muito me engano, ou, como habitualmente, vai discutir-se tudo nas Europeias, menos a Europa e isso causa grandes dificuldades a quem queria debater e transmitir uma mensagem ligada ao contexto eleitoral. Isto porque se é verdade que os analistas e os jornalistas vão estar atentos ao que os candidatos digam sobre a Europa e daí irão tirar conclusões e criticar ou elogiar, os eleitores por seu lado estão muito mais preocupados com a situação nacional e será a essa mensagem que vão estar atentos.

Portanto, quem quiser ganhar votos terá aqui um grande problema, ou fala para os analistas e pode ter boas críticas, mas os eleitores não se irão rever no seu discurso ou fala para os eleitores e os analistas vão acusá-lo de não ter ideias sobre a Europa, o que lhe vai causar perca de votos. O sucesso estará no equilíbrio entre estes dois alvos e não é um equilíbrio fácil, por isso não invejo Rangel, mas espero que ele consiga, até porque é mais ou menos público que foi uma aposta pessoal de Manuela Ferreira Leite e ela não sairá incólume do resultado que ele obtiver, seja em que sentido for, tendo de seguida de disputar umas eleições Legislativas decisivas para ela e apesar de ser também público que não a apoiei nas eleições internas do PSD, não me resta a menor dúvida que será muito melhor governante que Sócrates e portanto nem preciso de olhar para o cartão de militante para desejar que ela vença as Legislativas.



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