sexta-feira, 19 de junho de 2009


José Manuel Durão Barroso conseguiu o apoio dos 27 Chefes de Estado e Governo da UE para um segundo mandato à frente da Comissão Europeia.

Como português tenho orgulho que ele tenha conseguido esse reconhecimento, que de alguma forma é também o reconhecimento de que um pequeno país como Portugal, afinal, não se mede apenas pela extensão do seu território ou pelo número da sua população, pode medir-se pela competência e pela qualidade dos seus cidadãos.

Este é um facto que deveria dar-nos alguns palpites sobre a forma com o devemos encarar a nossa, apesar de tudo, ainda recente aventura europeia. Depois de termos construído um império pela coragem e pelo arrojo dos nossos navegadores, passámos por períodos de tempo em que a nossa influência no mundo regrediu até à completa insignificância. Hoje voltamos a ter cidadãos portugueses em lugares de destaque no seio de várias instituições Europeias e Mundiais. Não foram escolhidos por sermos influentes, foram-no pela suas características pessoais e por terem conseguido ganhar o respeito dos outros, sem os estigmas que quem representa uma das grandes nações tem sempre de enfrentar no contexto geo-político mundial. A nossa pequena dimensão consubstancia-se aqui numa vantagem que pode ser aproveitada assim consigamos produzir cidadãos com qualidade e com competências. Este é o nosso novo desafio, chama-se educação e francamente estamos a perdê-lo com o facilitismo, com a falta de rigor e de exigência.

Esta bem pode ser a nossa única hipótese, nos próximos séculos, de recuperar influência no mundo e construir a prosperidade que queremos para Portugal, mas para isso vamos ter de deixar de brincar aos sistemas de ensino e de fazer uma reforma todos os anos. No final não contam os números, contam as competências verdadeiramente adquiridas e tal valor é válido desde o universo profissional, empresarial, passando pelos serviços públicos até ao geo-estratégico europeu e mundial.

Ou conseguimos criar um sistema de ensino que gere cidadãos de elevada qualidade e potencial, ou não passaremos da mediocridade intelectual e técnica que já nos começa a afogar.

De nada serve ser saudosista, já não temos de marchar contra os canhões e o amor e uma cabana só já satisfaz os primeiros 3 meses pelo que é bom que nos compenetremos que a nossa era é a da inteligência, da preparação técnica e da universalidade, onde o mais importante recurso, hoje e doravante, é o conhecimento,

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