domingo, 3 de maio de 2009

Depois admiram-se


Há quem se indigne por Luís Filipe Menezes continuar a ter opinião e a comentar os factos da vida política nacional e da interna do PSD. Para alguns comentadores e dirigentes ele devia remeter-se ao silêncio, especialmente quando insiste de forma irritante em demonstrar as incoerências de muitos actores da vida pública, desde dirigentes do PSD até comentadores e jornalistas.

Na última semana o PS e o PSD, em tempo recorde, alteraram os limites dos donativos em dinheiro vivo para os partidos políticos, passando de 22 500 euros para mais de um milhão e duzentos mil euros. Eu nem concordo com limites de doações a partidos políticos, entendo que cada deve poder dar o que quiser, mas sempre identificado, sempre com meios de prova, sempre por cheque, para que se saiba exactamente quem deu e quanto deu.

Mas este post nem tem a ver com essa matéria, que considero muito grave e numa zona demasiado cinzenta para o meu gosto, prefiro coisas mais transparentes. Se assim fosse haveria menos suspeitas no caso Freeport, mas adiante.

O que quero recordar é que há aproximadamente um ano atrás houve um burburinho impressionante no PSD, inclusivamente com uma tomada de posição crítica de 10 ex-secretários gerais porque Menezes queria permitir que dentro do partido os militantes pudessem pagar as suas quotas, que são de doze euros, em dinheiro e não obrigatoriamente por cheque, multibanco ou transferência. Agora ninguém disse nada, os tais 10 ex-secretários gerais assobiaram para o lado e os comentadores esqueceram-se desta "pequena" alteração. E estamos na tal azáfama de saber quem é o paladino do combate à corrupção, se não estivéssemos...

Ou seja, por doze miseráveis euros caiu o Carmo e a Trindade porque se estava a abrir a porta à corrupção e à lavagem de dinheiro, por um milhão de euros está tudo bem e até pode ser em notas de 500 por causa do volume.

Depois como é que querem que Luís Filipe Menezes esteja calado????

1 comentário:

Anónimo disse...

... era caso para mais um "Luís Filipe" perguntar:
_"... e o burro sou eu???"