terça-feira, 17 de fevereiro de 2009

Por 30 Dinheiros

Por vezes metemos-nos em guerras que não são nossas, pelo simples facto de podermos ajudar os outros. Eu caio muitas vezes nesta tentação, deve ser algo patológico, uma necessidade de ajudar mesmo com prejuízos próprios, mesmo contra o que a inteligência me aconselha como sendo o melhor para os meus interesses pessoais.
Talvez seja uma questão de princípios, talvez seja porque as injustiças me tiram do sério e me revoltam, em particular quando derivam de abusos de poder.

E foi assim que há uns anos me meti em mais uma guerra, para ajudar algumas pessoas amigas e outras que nem conhecia. Fiel aos meus princípios fui sempre solidário com aqueles que comigo embarcaram nesta nau, convicto de que aqueles que seriam os principais beneficiários desta luta se mantinham também firmes nas suas posições, mas enganei-me. Eu sou dos que se engana muitas vezes ao julgar o carácter dos outros e verifiquei que afinal, quando olhei para trás e precisava de ter os apoios necessários para terminar a guerra de uma vez por todas, uns trocos habilmente distribuídos ao longo do tempo e uma inconsciência sobre o que estava realmente em jogo tinham feito debandar a maioria das tropas, quando por sinal tinham sido elas próprias a fazer o levantamento de rancho.

Pela minha parte tenho a consciência tranquila, mas tenho pena, pelos poucos que tiveram a coragem de ficar e também pelos outros que não tiveram a lucidez de perceber que o que mudou entretanto foi em resultado dessa luta e que quando ela acabar, se não for vencida, tudo vai voltar ao mesmo, mas nessa altura podem é não encontrar quem esteja disposto a fazer essa guerra por eles.
Eu não estarei com certeza.
A mim todos têm a oportunidade de me trair, mas só o fazem uma vez.

Quem sabe se não haverá ainda justiça poética .

4 comentários:

Paulo Saraiva. disse...

Não sei de que falas, usas palavras muito fortes para caracterizar essa "patologia"
Como diz um amigo meu:
-É a vidinha! Por vezes tenho de lhe dar razão.Embora me custe muito.
Melhores dias virão.

Anónimo disse...

Segue o teu destino, Rega as tuas plantas, Ama as tuas rosas. O resto é a sombra De árvores alheias. A realidade Sempre é mais ou menos Do que nós queremos. Só nós somos sempre Iguais a nós próprios. Suave é viver só. Grande e nobre é sempre Viver simplesmente. Deixa a dor nas aras Como ex-voto aos deuses. Vê de longe a vida. Nunca a interrogues. Ela nada pode Dizer-te. A resposta Está além dos deuses. Mas serenamente Imita o Olimpo No teu coração. Os deuses são deuses Porque não se pensam.

o meu lado S O L A R!

Anónimo disse...

« Para ser grande, sê inteiro:
nada teu exagera ou exclui.
Sê tudo em cada coisa.
Põe quanto és no mínimo que fazes. »

meu lado L+U+N+A+R!

Amílcar Bengla Mourão disse...

Estou a ver que há anónimos que gostam de Fernando Pessoa... eu também.