quarta-feira, 26 de agosto de 2009

And the award goes to...

Hoje vi os telejornais da noite. Confesso que é coisa que não faço durante muito tempo, porque, normalmente, ou passam os primeiros dez minutos com noticias sem qualquer importância ou a explorar uma desgraça qualquer. Uma das desgraças que os nossos jornalistas gostam muito de explorar é a douta opinião de alguns portugueses que gostam muito de, pelo menos uma vez na vida, falarem para a TV, brindando-nos com os seus notáveis pontos de vista. Sempre ouvi dizer que a miséria não se leva para a rua e não estou a falar de miséria económica, entenda-se. Creio que as nossas televisões deviam poupar-nos um pouco e não difundir toda e qualquer asneira que seja dita para a câmara.
Nos dez minutos em que andei a fazer zaping entre canais, fiquei a saber duas coisas memoráveis e que francamente era mais feliz quando não as sabia. A primeira é que quem andou aos tiros na Quinta da Princesa foi a polícia consigo própria e até se atirou uns cocktails molotov, segundo a conhecedora e isenta opinião de uma moradora. A segunda foi de um senhor que afirmou com o peso que os provérbios populares sempre emprestam às afirmações, que "depois de casa roubada, trancas à porta", a propósito da inspecção que está a ser feita nas praias do Algarve depois da derrocada na Praia Maria Luísa. Mas não havia lá um aviso para que as pessoas não se pusessem debaixo da arriba? É obviamente uma tragédia o que sucedeu, mas só me recorda quantas vezes vi a bandeira vermelha na praia e as pessoas a nadar como se não fosse com elas e não me parece que encontrar um bode expiatório, infelizmente, possa já remediar alguma coisa, mais valia que em lugar de se andar a tentar culpar instituições ou serviços, esta desgraça servisse de exemplo para que os portugueses comecem a aprender a respeitar os avisos de perigo.

Pronto, depois passei para um canal de filmes, porque realidades destas deixam-me com uma imensa necessidade de me alienar completamente e não sabia a quem dar o prémio...se calhar se tenho aguentado mais uns minutos haveria novos e poderosos candidatos.

terça-feira, 25 de agosto de 2009

União...de facto.

A nossa sociedade, tal como qualquer outra, tem regras. Temos direitos e deveres de acordo com essas regras e em especial para se adquirirem determinados direitos há que exercer determinados procedimentos.
Se eu quiser ter isenção de IMI tenho de o solicitar, se o não fizer não tenho essa isenção. As pessoas com um determinado grau de deficiência têm benefícios no IRS, eu, felizmente, não tenho e como estas poderia enunciar umas dezenas de situações em que uma determinada situação ou condição determina tratamentos diferentes perante as Leis que nos regem.
O mesmo se aplica ao casamento, quem vive em comum e quiser usufruir de alguns benefícios deve declarar isso perante o estado e essa declaração chama-se casamento. Obviamente as pessoas têm o direito de casar ou não, mas não têm o direito de exigir o mesmo tratamento que os que casam, não o fazendo, do mesmo modo que se eu me recusar a pedir a isenção de IMI não tenho o direito de a exigir.
A questão fundamental aqui é um complexo de esquerda absurdo. Um complexo contra a instituição casamento, que neste contexto nada tem de ideológico-religioso, mas é simplesmente uma declaração de economia e vida comum perante o estado. Portanto, parece-me muito mais simples e correcto legalizar de vez os casamentos homossexuais do que andar aqui a encontrar uma figura híbrida e uma forma encapotada de garantir iguais direitos aos que cumprem os preceitos legais e aos que não cumprem.
O problema é que essa tal esquerda complexada não tem a coragem de abordar a questão do casamento entre pessoas do mesmo sexo, em especial em vésperas de eleições e portanto acabam por vir piscar o olho a esse eleitorado com alterações à Lei que a páginas tanto acabam por desvirtuar os princípios que a mesma Lei reconhece para dar benefícios aos casados.
Pela minha parte acabava de vez com a história das uniões de facto, legalizava o casamento homossexual e punha fim a este absurdo de uma vez por todas.

sábado, 15 de agosto de 2009

Silly Season

Francamente só José Sócrates me fazia colocar ainda mais um post antes de me ausentar a banhos pró Algarve.

Fiquei estupefacto quando vi um novo outdoor de camapnha do PS a dizer" Aumentámos o salário mínimo". Que eu me recorde todos os Governos, todos os anos, actualizam o salário mínimo.

O salário mínimo aumenta todos os anos e todos os governos o fizeram, logo não é nenhuma façanha, nem acto digno de nota, para estar a apregoar numa camapanha nacional. Bem sei que estamos naquela altura do ano em que as pessoas tentam desligar da triste realidade deste país e até pode haver quem, distraído pelo espirito da estação estival, ao olhar para o outdoor fique bem impressionado...em especial se em sintonia com a época também tiver mandado o respectivo cérebro de férias.

Compreendo que Sócrates não encontre outra coisa positiva que possa dizer que fez, mas este outodoor é absolutamente ridículo até mesmo para a "silly season" e denota bem a dificuldade que ele tem para encontrar alguma de que se possa orgulhar em quatro anos de governação.

sexta-feira, 14 de agosto de 2009

O cúmulo do absurdo!

Como muitos portugueses empenhados nos processo eleitorais tenho tido de lidar com as consequências da famosa Lei da Parvidade, quero dizer da Paridade. Francamente, quem pariu uma coisa destas bem que podia não ter sido parido e dai não viria mal nenhum ao mundo!
É um autêntico insulto que alguém tenha de ir num determinado lugar apenas porque é homem ou mulher, independentemente das suas qualificações ou da sua competência, ainda para mais num país onde a classe política não tem franca necessidade de melhorar a sua qualidade.
Esta mal-parida Lei não estimula, nem ajuda " a velhinha a atravessar a rua", obriga a pobre senhora a ter de o fazer, quer queira, quer não sob pena de mais ninguém poder atravessar a rua.
A participação política não se faz por decreto, não é por Lei que se incentivam as pessoas a ter uma actividade política, é com bons exemplos e com medidas que permitam ultrapassar as dificuldades daqueles que querem participar, mas não podem. Esta Lei, pelo contrário, é de tal forma absurda que o que cria são situações confrangedoras para as pessoas, em especial para aquelas que pretendia ajudar.
Nos partidos políticos sempre houve lutas pelos lugares e não imagino pior ofensa do que alguém ouvir que vai num determinado lugar porque é homem ou mulher e não pelo seu mérito ou valor. Para cúmulo, muito provavelmente muitas acusações dessas serão verdade. Será que quem criou esta aberração de Lei não pensou na dignidade das pessoas? Ou os fins justificam os meios?
Se os melhores três candidatos a um qualquer órgão são homens ou mulheres porque é que não podem ir seguidos? Porque é que se tem de meter alguém ao meio para "bem parecer"? Que hipocrisia! Já ouvi falar de situações em que pessoas vão simplesmente desistir após a eleição para dar lugar a quem vem a seguir. Não seria mais honesto apresentar logo aqueles que vão efectivamente exercer as funções? Não acabará isto por afastar ainda mais as pessoas da política?
Esta Lei é mesmo típica do actual estado socialista: Temos de ter sucesso escolar, por isso aldraba-se o sistema baixando o nível de exigência em lugar de melhorar o ensino, temos de baixar o desemprego aldrabam-se as listas retirando quem está em formação ou colocado em programas ocupacionais, que não são empregos nem de perto, nem de longe, temos de ter mais mulheres na política, aldraba-se o sistema obrigando as pessoas a participar, nem que seja apenas para que permitir que aqueles que se sentem motivados o possam fazer. Falso sucesso em toda a linha.
Já agora ainda gostava de saber se os homossexuais, devem ser contabilizados no género constante do documento de identificação oficial ou conforme opinião do próprio?
Pronto já desabafei, já posso ir de férias acalmar a irritação que este e outros absurdos que proliferam por este país me provocam.
Nota Importante: procurei uma imagem para ilustrar este post mas não encontrei nenhuma suficientemente absurda em toda a net.

quarta-feira, 5 de agosto de 2009

A Noite das Facas Longas...

Há dias e noites assim...em 24 horas põe-se em risco tudo o que se conseguiu com meses de esforço.

sexta-feira, 31 de julho de 2009

Sem palavras...

Fiquei a saber que se fosse um presidiário, para além de viver à conta dos impostos que outros pagam após ter cometido crimes contra essa mesma sociedade que me sustentaria, pagaria pelo serviço Meo aproximadamente 10% do que qualquer outro cidadão cumpridor da lei.

Já tinha ouvido dizer que o crime compensa, mas nunca pensei que este país chegasse ao absurdo de institucionalizar a expressão.

Isto lembra-me uma velha anedota, que se contava no tempo da outra senhora. O Ministro da Educação acabava de sair do gabinete de Oliveira Salazar e encontra o Ministro da Administração Interna que ia a entrar. Pergunta-lhe ao que vai e o Ministro da Administração Interna diz-lhe que vai pedir dinheiro para por televisões nas prisões, ao que o Ministro da Educação lhe diz: - Nem te estafes, acabei de lhe pedir o mesmo para as escolas e ele mandou-me passear. Apesar disso o Ministro da Administração Interna entra no gabinete e sai de lá uns minutos depois com um grande sorriso e diz ao colega: - Já está, aceitou e autorizou a despesa. Indignado, o Ministro da Educação volta e entrar no gabinete e manifesta o seu descontentamento a Salazar: - Parece impossível, Senhor Presidente do Conselho, nega às crianças o que depois vai dar aos criminosos! Salazar responde-lhe: - Ouve lá, então tu achas que se isto der a volta que nos mandam para a escola???

Que mais se pode dizer????

quinta-feira, 30 de julho de 2009

Outra Vez????



Acompanhei com toda a atenção a apresentação do Programa do PS para os próximos quatro anos.

José Sócrates voltou a prometer este mundo e o outro, como se não tivesse (des)governado este país nos últimos quatro anos e não fosse o principal responsável pelo lamentável estado a que este país chegou. Confesso que a única imagem que me veio à cabeça foi a do vendedor de banha de cobra a seguir o manual de bem enganar o próximo!

Com a desfaçatez que o caracteriza, Sócrates fez de conta que nada tem a ver com o passado e com o presente de Portugal, tentou passar uma esponja sobre as promessas não cumpridas e sobre as anunciadas reformas que em nada melhoraram este país, pelo contrário, causaram graves desigualdades, aumentaram a pobreza, o desemprego e a injustiça social.

Não posso deixar de fazer uma simples pergunta: Se José Sócrates tem tantas e tão boas propostas, porque é que não as colocou já em prática? Não é ele Primeiro Ministro com maioria parlamentar? Pelos vistos as boas propostas apenas existem no universo das promessas, quando passadas à prática resultam nos desastres que infelizmente temos o azar de conhecer e experimentar na pele.

Espero sinceramente é que este senhor nada tenha a ver com futuro de Portugal, ou não teremos grande futuro!

sábado, 18 de julho de 2009

A Diferença...


Embora respeite e muito o trabalho feito por Alberto João Jardim enquanto Presidente do Governo Regional da Madeira, em especial a forma como tem sabido defender os interesses da Madeira e potenciar o seu desenvolvimento, confesso que não sou propriamente fã do seu modo de dizer as coisas.

Mais uma vez, nesta questão da proibição de partidos com ideologias fascistas consagrada na constituição, Alberto João Jardim conseguiu criar uma polémica que deu enorme visibilidade a um texto, uma proposta de revisão constitucional, que se não fora isso, passaria quase incógnito à esmagadora maioria dos portugueses.

É claro que a Jardim nunca lhe passou pela cabeça ilegalizar o PCP, mas ao seu estilo soube aproveitar o que sabia de antemão serem as reacções ao texto, ao propor que à ideologia fascista se juntasse a comunista. É paradoxal que tenham sido os seus principais adversários quem na realidade lhe fez o jogo e deu enorme projecção a declarações nitidamente armadilhadas e que ele, ao fim do dia, depois da notoriedade adquirida, esvaziou bem ao seu estilo. Mas o tempo de antena já fora conseguido e ele foi a noticia do dia.

E se é verdade que em Portugal apenas tivemos como experiência de ditadura a ideologia fascista, como Miguel Sousa Tavares fez questão de recordar, noutros países da Europa e do mundo essa experiência alarga-se à ideologia comunista, como Miguel Sousa Tavares fez questão de omitir, o que não significa que todos os partidos comunistas prossigam fins ditatoriais, em especial os europeus.

Logo Jardim tem razão ao dizer que o que a Constituição deve proibir são as ditaduras, sejam de esquerda ou de direita. Por outro lado Miguel Sousa Tavares saiu tremido desta fotografia, a sua necessidade de criticar Jardim, de estar sempre contra ele, vai o extremo de lhe toldar o intelecto e de o levar a fazer figura de imbecil ao defender que porque só tivemos uma ditadura de direita a constituição nada deve dizer quanto às de esquerda... Realmente Sousa Tavares ainda tem de comer muito pão para chegar aos calcanhares de Jardim e mais uma vez acabou por lhe seguir o jogo.


sexta-feira, 10 de julho de 2009

Os Idiótes


Nestas alturas de campanhas eleitorais e de preparação de listas surge com maior fulgor uma espécie em franca expansão e que são aqueles "que não querem saber de política". São pessoas muito sérias e honestas que preferem criticar os que se apresentam aos actos eleitorais, acusando-os de "quererem tacho" em lugar de se concorrerem eles, já que se consideram tão sérios e honestos garantindo assim, seguramente, que os lugares de intervenção pública ficariam bem entregues.

Mas não, estes cidadãos, que são sérios e honestos, não estão para perder um minuto do seu tempo em defesa do interesse colectivo e da coisa pública, antes preferem criticar e vilipendiar os outros, definidos como menos sérios e menos honestos, que sacrificam o seu tempo, muitas vezes as suas famílias, a sua vida, para intervir na sociedade, transformá-la e melhorá-la.

É pena que cidadãos tão exemplares guardem as suas virtudes para si próprios e não as coloquem ao serviço da sociedade, que se limitem a criticar os outros que têm a coragem de se expor e tentar resolver os problemas que nos afectam.

O mais notável ainda destes cidadãos, sérios e honestos, é que fazem com a maior facilidade e com toda a certeza juízos de intenção. Para eles quem se mete em política é porque tem interesses obscuros. Talvez não seja boa política medirmos os outros pelas nossas próprias bitolas, talvez não seja muito ajuizado considerarmos que o nos faria ter uma determinada atitude é exactamente o que faz os outros tomá-la. Talvez não seja muito sério e honesto apenas criticar e nada fazer para contribuir para a mudança, talvez não seja muito sério e honesto acusar os outros com base no nosso próprio quadro motivacional.

Na antiga Grécia, o berço da democracia, as pessoas que não tinham intervenção pública, que não intervinham nos assuntos do estado, da cidade, da sociedade, que não se interessavam por política, eram chamados de "idiótes", o que deu origem à nossa palavra "idiota". Curioso não é?

quinta-feira, 2 de julho de 2009

O Gesto...


Já houve um ministro que caiu por contar uma anedota, desta vez foi por um gesto.

O gesto é grave e é feio, mas pior do que isso é o clima que permitiu ao ministro estar à vontade para fazer tal gesto.

Em anteriores legislaturas o quase exclusivo de alguns episódios de falta de nível e de arrogância era de Francisco Louçã, que armado em detentor exclusivo da honestidade e da verticalidade atirava "lama para a ventoinha" tentando sujar todas as outras forças políticas, como se o Bloco de Esquerda não tivesse mais do evidentes e suficientes "telhados de vidro" para Louçã estar calado nessas matérias. Mas Louçã, na sua arrogância, ignorava essas fraquezas e punha em causa a honestidade e as intenções de toda a gente, como de resto continua a fazer.

Nesta legislatura surge uma novidade e é o "animal feroz" José Sócrates e o seu governo por arrastamento, que ajudaram Louçã a baixar definitivamente o nível do debate político. Se no passado havia algum pudor em mentir descaradamente, nestes últimos quatro anos o governo fê-lo insistentemente no parlamento e ao país, o que levou a que a utilização da ofensa pessoal e de termos menos dignificantes como "mentiroso" passasse a ser um lugar comum na nossa Assembleia.

É neste clima de completa falta de nível e de respeito que surge o gesto polémico de Manuel Pinho, confirmando que é altura de mudar a sério os protagonistas da nossa política e que o estilo trauliteiro de Louçã, Sócrates e companhia tem de ser definitivamente afastado do Parlamento, sob pena de achincalharmos a sede da democracia em Portugal e de transformar o debate político num concurso de baixaria e de "verborreia" em lugar de se discutir o que realmente interessa ao país.

É por estas e por outras que cada vez mais defendo a eleição uninominal dos deputados em lugar de listas onde uns são eleitos à boleia de outros, sem responsabilização directa ou sequer indirecta, das figuras que fazem no Parlamento. A Assembleia da República tem de ser um lugar de debate sério e elevado onde qualquer deputado ou governante se sinta envergonhado de faltar à verdade, mas esse nível de exigência tem de começar a ser imposto por todos nós, eleitores.

sexta-feira, 19 de junho de 2009

Toys...



Por acaso ainda não tinha tornada pública a minha posição sobre o tão falado TGV.

Creio que para já é uma obra perfeitamente dispensável e que há outros modos bem mais eficientes para gastar o dinheiro e que tragam realmente algo de positivo para a economia nacional.

Mas começando pelo TGV, para mim a única ligação que faz sentido é Lisboa - Madrid, tudo o resto é ficção, senão vejamos: O Alfa Pendular leva duas horas e quarenta minutos para ir de Lisboa ao Porto e ainda pára em três estações, se o não fizesse ganharia facilmente uma meia hora ou mais neste percurso, o TGV leva uma hora e um quarto, logo ir gastar mail de 4 mil milhões de euros para encurtar a distância em aproximadamente uma hora parece-me um luxo de que não precisamos já para não falar da duvidosa viabilidade económica da coisa, pois o bilhete não deve ser exactamente o mesmo preço do Alfa...

A mesma lógica se aplica à linha Porto - Vigo, os tempos de viagem que estamos em presença não justificam investimentos destes num país que baixou quase 30% as suas exportações nos primeiros três meses deste ano, haverá de certeza outras opções para investir estas verbas, dinamizar a economia e criar postos de trabalho ou até investir na Educação, Saúde, Justiça, enfim em qualquer área de serviços públicos que bem necessitam de investimentos e de melhorias. Em último caso até poderíamos usar esse dinheiro para baixar os malfadados impostos que nos asfixiam há vários anos. Esta fixação com o TGV mais parece uma criancice, um capricho do menino Sócrates a querer deixar uma marca indelével da sua governação no país. Não é preciso já vai deixar muitas e negras sem ser necessário esturrar mais dinheiro inutilmente.

Parece-me bem mais importante aumentar as taxas de comparticipação para o investimento empresarial, quer no tocante a empresas de exportação, quer para as que operam fundamentalmente no mercado nacional e cujos produtos e serviços podem impedir importações, sendo que todas elas podem criar postos de trabalho, do que investir em linhas de alta velocidade que serão usados por muito poucos e cujos benefícios directos e imediatos levantam enormes interrogações.

José Manuel Durão Barroso conseguiu o apoio dos 27 Chefes de Estado e Governo da UE para um segundo mandato à frente da Comissão Europeia.

Como português tenho orgulho que ele tenha conseguido esse reconhecimento, que de alguma forma é também o reconhecimento de que um pequeno país como Portugal, afinal, não se mede apenas pela extensão do seu território ou pelo número da sua população, pode medir-se pela competência e pela qualidade dos seus cidadãos.

Este é um facto que deveria dar-nos alguns palpites sobre a forma com o devemos encarar a nossa, apesar de tudo, ainda recente aventura europeia. Depois de termos construído um império pela coragem e pelo arrojo dos nossos navegadores, passámos por períodos de tempo em que a nossa influência no mundo regrediu até à completa insignificância. Hoje voltamos a ter cidadãos portugueses em lugares de destaque no seio de várias instituições Europeias e Mundiais. Não foram escolhidos por sermos influentes, foram-no pela suas características pessoais e por terem conseguido ganhar o respeito dos outros, sem os estigmas que quem representa uma das grandes nações tem sempre de enfrentar no contexto geo-político mundial. A nossa pequena dimensão consubstancia-se aqui numa vantagem que pode ser aproveitada assim consigamos produzir cidadãos com qualidade e com competências. Este é o nosso novo desafio, chama-se educação e francamente estamos a perdê-lo com o facilitismo, com a falta de rigor e de exigência.

Esta bem pode ser a nossa única hipótese, nos próximos séculos, de recuperar influência no mundo e construir a prosperidade que queremos para Portugal, mas para isso vamos ter de deixar de brincar aos sistemas de ensino e de fazer uma reforma todos os anos. No final não contam os números, contam as competências verdadeiramente adquiridas e tal valor é válido desde o universo profissional, empresarial, passando pelos serviços públicos até ao geo-estratégico europeu e mundial.

Ou conseguimos criar um sistema de ensino que gere cidadãos de elevada qualidade e potencial, ou não passaremos da mediocridade intelectual e técnica que já nos começa a afogar.

De nada serve ser saudosista, já não temos de marchar contra os canhões e o amor e uma cabana só já satisfaz os primeiros 3 meses pelo que é bom que nos compenetremos que a nossa era é a da inteligência, da preparação técnica e da universalidade, onde o mais importante recurso, hoje e doravante, é o conhecimento,

domingo, 7 de junho de 2009

As sondagens...

As eleições europeias tiveram o resultado que eu esperava e aqui deixei vaticinado. Apesar das sondagens dizerem que o PS ia ganhar a voz das pessoas na rua dizia o contrário e por mais que os fazedores de sondagens se esforçassem por arrefecer a contestação, o povo falou com clareza.

Desta vez tivemos uma novidade. Usando os mesmos critérios que resultaram em falhas clamorosas quanto às sondagens divulgadas durante as últimas semanas sobre as europeias, foram apresentadas sondagens sobre as legislativas que dizem o mesmo que diziam sobre as europeias, isto é que o PS irá ganhar.

É curioso que se tenham realizado pela primeira vez sondagens sobre as eleições seguintes antes das imediatas, se não acreditasse na verticalidade das empresas que realizam estas sondagens diria que mais parece um favor ao PS, isto é perdem estas mas vão ganhar as próximas.

Em qualquer caso a verdade é que os critérios de distribuição de indecisos tendem a favorecer quem ganhou as últimas eleições similares, isto é no caso das legislativas as sondagens que distribuem indecisos tendem a favorecer o PS e dada a diferença de votação em 2005 esse "favorecimento" pode significar um erro enorme, tal como acontecem neste caso. Para quem está menos familiarizado com as técnicas de sondagens, o que sucede é que quando os eleitores que respondem à sondagem se dizem indecisos, no final esse número de indecisos é distribuído, em determinada percentagem e de acordo com a abstenção verificada nas eleições homologas anteriores, pelos partidos cujo resultado se pretende estimar. Ora esta divisão é feita de acordo com os resultados obtidos por esses partidos nessas mesmas eleições anteriores.

O erro das sondagens em relação às Europeias pode precisamente vir destas contas que se aplicam nas sondagens, nas europeias de 2004 o PS teve 44%, logo isso teve uma influência na distribuição de indecisos muito forte e deu durante as semanas mais recentes resultados de sondagens em que o PS ganhava, mas a verdade é que as urnas disseram que os indecisos não se distribuíram de acordo com os resultados de 2004, mas sim de acordo com a consciência de cada eleitor.

Em resumo, as sondagens para as legislativas que dizem que o PS irá ganhar valem tanto quanto valiam as sondagens que diziam que o PS ganharia as Europeias.

segunda-feira, 18 de maio de 2009

Opssss....

Vital Moreira está a ficar muito nervoso. Percebo o porquê! Arrisca-se a averbar a primeira derrota socialista do ano. Mas isso não devia surpreendê-lo, tendo em conta a desastrosa governação do PS, até aqueles que apesar de tudo ainda preferem Sócrates a Ferreira Leite, e são cada vez menos, não perderão a ocasião de dar um chuto no PS nas eleições europeias e não haverá agressões que o salvem. Já agora porque razão nas campanhas eleitorais só os candidatos do PS são agredidos? Será por acaso? Mais parece que procuram activamente levar uns encontrões para se vitimizarem...

Bom, adiante, tal como a maior parte das pessoas, Vital Moreira, ao sentir o piso escorregadio e chão fugir-lhe debaixo dos pés começa a disparar em todas as direcções, mas, também como de costume, a coisa saiu-lhe mal.

Primeiro tentou apelar ao eleitores socialistas dizendo que para ganhar as Legislativas tinham de ganhar as europeias. Erro crasso, mesmo os eleitores tradicionalmente socialistas sabem que este é um mau governo e estão fartos de Sócrates, logo mesmo muitos daqueles que possam considerar até votar nele nas Legislativas, por não acreditarem nas alternativas, dificilmente vão resistir a dar-lhe o famoso cartão amarelo nas Europeias para ver se, pelo menos, o homem se torna menos arrogante.

Depois veio dizer que Portugal está a resistir à crise graças ao Governo. Asneira e da grossa, Portugal está a resistir menos à crise que os restantes países da União e por isso nos afastamos cada vez mais da média europeia e isso é por incompetência do Governo. Por outro lado dizer uma barbaridade destas, tipo "considerem-se felizes porque podia ser pior", quando todos os dias fecham empresas e há mais gente no desemprego é mesmo estar a pedir aos gritos uma resposta eleitoral de que não vai gostar certamente.

Por último, mas não menos grave veio a acusação de que os restantes partidos não têm pessoas conhecidas nas listas de candidatos ao Parlamento Europeu. Para além de elitista, snobe e arrogante, este comentário encerra em si mesmo uma contradição e é que o Dr. Vital Moreira não é a pessoa mais conhecida ou popular de Portugal ( lamento ser eu a informá-lo, mas...), logo se a competência se mede pela popularidade o PS deveria ter convidado o Luís Figo ou o Cristiano Ronaldo e para os restantes lugares da listas haverá de certeza muitos desportistas, artistas, actores, etc, que são as pessoas mais populares e conhecidas. Nesta hierarquização de popularidade, o Dr. Vital Moreira não teria qualquer hipótese de aparecer na lista, nem que tivesse cem candidatos. Este comentário foi a cereja em cima do bolo e confirma o desespero de Vital Moreira que, pode ser que me engane, mas ainda vai dar azo a mais uns quantos disparates até ao dia das eleições.

Tudo isto acontece porque Vital Moreira aceitou o desafio de ser cabeça de lista com base nas sondagens para as Legislativas e esqueceu-se, se é que alguma vez soube, que os Portugueses separam perfeitamente as eleições e muitas vezes só em cima do acontecimento pensam e decidem mesmo o que vão fazer, em quem vão votar, logo sondagens para outras eleições e a 6 ou 7 meses de distância são um fraco indicador para tomar decisões.

domingo, 3 de maio de 2009

Depois admiram-se


Há quem se indigne por Luís Filipe Menezes continuar a ter opinião e a comentar os factos da vida política nacional e da interna do PSD. Para alguns comentadores e dirigentes ele devia remeter-se ao silêncio, especialmente quando insiste de forma irritante em demonstrar as incoerências de muitos actores da vida pública, desde dirigentes do PSD até comentadores e jornalistas.

Na última semana o PS e o PSD, em tempo recorde, alteraram os limites dos donativos em dinheiro vivo para os partidos políticos, passando de 22 500 euros para mais de um milhão e duzentos mil euros. Eu nem concordo com limites de doações a partidos políticos, entendo que cada deve poder dar o que quiser, mas sempre identificado, sempre com meios de prova, sempre por cheque, para que se saiba exactamente quem deu e quanto deu.

Mas este post nem tem a ver com essa matéria, que considero muito grave e numa zona demasiado cinzenta para o meu gosto, prefiro coisas mais transparentes. Se assim fosse haveria menos suspeitas no caso Freeport, mas adiante.

O que quero recordar é que há aproximadamente um ano atrás houve um burburinho impressionante no PSD, inclusivamente com uma tomada de posição crítica de 10 ex-secretários gerais porque Menezes queria permitir que dentro do partido os militantes pudessem pagar as suas quotas, que são de doze euros, em dinheiro e não obrigatoriamente por cheque, multibanco ou transferência. Agora ninguém disse nada, os tais 10 ex-secretários gerais assobiaram para o lado e os comentadores esqueceram-se desta "pequena" alteração. E estamos na tal azáfama de saber quem é o paladino do combate à corrupção, se não estivéssemos...

Ou seja, por doze miseráveis euros caiu o Carmo e a Trindade porque se estava a abrir a porta à corrupção e à lavagem de dinheiro, por um milhão de euros está tudo bem e até pode ser em notas de 500 por causa do volume.

Depois como é que querem que Luís Filipe Menezes esteja calado????

sexta-feira, 1 de maio de 2009

Os silêncios...



Com a paciência que costumo ter, para dar e vender, tenho vindo a analisar os produtos de campanha eleitoral do PSD que começam a ser afixados um pouco por todo o país.

Não posso deixar de estranhar o silêncio do coro que há uns tempos atrás fez um autêntico levantamento de rancho quando Luís Filipe Menezes apresentou uma imagem de campanha com um fundo azul em lugar de laranja. Onde estão as senhoras e os senhores, militantes, dirigentes, jornalistas, analistas e outros "istas" que nem vale a pena referir, que diziam que se estava a querer mudar o símbolo do partido só porque a imagem de fundo dos cartazes era azul, quando neste momento nem o símbolo do PSD aparece nos cartazes? Ficaram mudos ou acham que isto favorece o PS e portanto está tudo bem? Se calhar ficaram inteligentes subitamente a aprenderam a distinguir um layout de campanha da simbologia institucional.

Seja como for, os actuais cartazes não me parecem muito felizes , quer na imagem, quer no conteúdo, se fosse comigo nunca tinham visto a luz do dia, mas como eu sou dos que se engana e tem muitas vezes dúvidas, aguardemos para ver os resultados.

quinta-feira, 30 de abril de 2009

H um N zero


Só para que conste já estou a ficar farto da saloiice criada à volta da gripe suína. Vai acontecer tal qual como a gripe aviária em que Portugal deve ter sido o país do mundo com mais falsos alarmes por habitante e sem um único caso real. Cada vez que um pássaro morria, lá se enchiam as televisões e os jornais de grandes alarmes e alaridos.

Agora já vamos pelo mesmo caminho, todos os dias há alguém em observação por ser uma caso suspeito, provavelmente devido a ter sintomas respiratórios mais fortes que o normal ou por conhecer alguém que conhece alguém que pensou em ir ao México e a seguir lá vem mais alguém do governo ou da saúde dar uma conferência de imprensa a informar a comunicação social da grande novidade. Horas depois esvazia-se o balão, afinal era uma gripe comum e Portugal respira de alívio embora, por falta de máscara, ponha a mão na boca por precaução.

Como anda tudo tão preocupado à procura do vírus h1n1, aqui fica uma foto do mesmo, pode ser que o encontrem a fazer compras no Chiado ou pela cor talvez lá para os lados de Alvalade ;)


domingo, 26 de abril de 2009

Da Corrupção e de outras campanhas...



Este folhetim do combate à corrupção já começa a ser ridículo e a abrir ou a evidenciar brechas numa altura em que tal é muito complicado, em particular no PSD onde francamente há quem perdesse uma boa ocasião para estar calado, ou, de uma vez por todas, para aprender onde deve falar e onde não deve. Apesar de até concordar com Rui Rio quanto à azáfama de ultima hora para mostrar quem é mais anti-corrupção, a verdade é que o Primeiro Vice-presidente do PSD tem de saber que há locais e momentos onde pode e deve dizer tudo e há outros em que deve estar calado.

Em primeiro lugar o enriquecimento só é ilícito se for obtido por meios ilícitos, logo por meios já puníveis pelo nosso sistema penal, portanto ou há crime ou não há crime, não vale a pena andar aqui a inventar o que já foi inventado. Consequentemente se alguém arranjou uma fortuna por meios ilegais terá de responder perante a justiça pela utilização desses meios e perante o fisco por não ter declarado os rendimentos.

Não é com a inversão do ónus da prova que se combate a corrupção. Quem acusa tem de provar, ninguém tem de provar ser honesto ou inocente, essa é uma presunção em qualquer estado de direito digno desse nome e se começamos a ceder espaço quanto às liberdades e garantias individuais, qualquer dia começamos a admitir um estado policial noutras matérias e acreditem que haverá sempre excelentes motivos e justificações repletas de boas intenções, daquelas com que o inferno está cheio.

Não se resolve a corrupção com a limitação ou a perca de garantias e liberdades individuais nem é admissível que a ineficácia da investigação seja suprida pondo em causa tais liberdades, para combater a corrupção há que reforçar as capacidades e os meios de investigação e tornar transparentes os processos de decisão aos mais diferentes níveis da administração. O problema é que estas medidas iriam tirar poder aos "donos dos quintais" que deixariam de poder fazer "jeitos" e portanto mais vale agravar penas e impostos para os muito poucos que tenham o azar de vir a ser apanhados. Afinal alguém tem de ser sacrificado em nome das aparências.

Tudo o resto é ano eleitoral, dentro e fora dos partidos, se é que me entendem...

quarta-feira, 22 de abril de 2009

A Teoria da Conspiração




Não vou aqui comentar a entrevista de José Sócrates, apenas reforcei a firme satisfação de nunca ter votado na criatura!

Igual a si próprio usou e abusou da demagogia negando as realidade e justificando o injustificável. Neste particular foi especialmente notável a sugestão de que o caso Freeport nasceu de um conluio entre dirigentes do PSD e inspectores da Polícia Judiciária.

Sabemos que já começou a campanha eleitoral mas ofender a inteligência dos portugueses já me parece demais e intolerável. Não sei, mas quero saber, como todos os portugueses, se realmente José Sócrates está implicado neste caso, agora, sugerir que tudo não passa de uma conspiração interna PSD/PJ com os dados e os factos que tem sido públicos resultantes da investigação das autoridades inglesas parece-me o cúmulo da desfaçatez e uma forma de se vitimizar e simultaneamente atacar em todas as frentes tal como uma fera assediada quando percebe que não tem por onde escapar.

Esta foi uma enorme demonstração de fraqueza, talvez das mais evidentes que Sócrates mostrou até hoje. Estou curioso para onde irá evoluir este assunto, será que o passo seguinte é denunciar uma conspiração PSD/PJ/Governo Inglês?

segunda-feira, 20 de abril de 2009

O Desafio




Já há algum tempo que não escrevo por aqui. A vontade e a inspiração não têm sido muitas e mesmo quando alguma surge, há assuntos mais urgentes a tratar e lá vou adiando o post.

Tenho seguido com atenção, como seria de esperar, a constituição da Lista do PSD para as Eleições Europeias, embora saiba a pouca importância que a esmagadora maioria do eleitorado lhes dá e a pouca consciência global da influência do Parlamento Europeu no nosso futuro colectivo.

Devo dizer que mal conheço Paulo Rangel, como resto a esmagadora maioria dos portugueses, mas isso não é motivo para o depreciar, no mínimo respeito e admiro a coragem em aceitar um desafio como este, num momento decisivo, num combate desigual, onde as coisas tanto lhe podem correr bem sem que seja consequência de mérito seu, como lhe podem correr mal apesar dos seus méritos.

Ou muito me engano, ou, como habitualmente, vai discutir-se tudo nas Europeias, menos a Europa e isso causa grandes dificuldades a quem queria debater e transmitir uma mensagem ligada ao contexto eleitoral. Isto porque se é verdade que os analistas e os jornalistas vão estar atentos ao que os candidatos digam sobre a Europa e daí irão tirar conclusões e criticar ou elogiar, os eleitores por seu lado estão muito mais preocupados com a situação nacional e será a essa mensagem que vão estar atentos.

Portanto, quem quiser ganhar votos terá aqui um grande problema, ou fala para os analistas e pode ter boas críticas, mas os eleitores não se irão rever no seu discurso ou fala para os eleitores e os analistas vão acusá-lo de não ter ideias sobre a Europa, o que lhe vai causar perca de votos. O sucesso estará no equilíbrio entre estes dois alvos e não é um equilíbrio fácil, por isso não invejo Rangel, mas espero que ele consiga, até porque é mais ou menos público que foi uma aposta pessoal de Manuela Ferreira Leite e ela não sairá incólume do resultado que ele obtiver, seja em que sentido for, tendo de seguida de disputar umas eleições Legislativas decisivas para ela e apesar de ser também público que não a apoiei nas eleições internas do PSD, não me resta a menor dúvida que será muito melhor governante que Sócrates e portanto nem preciso de olhar para o cartão de militante para desejar que ela vença as Legislativas.