quinta-feira, 29 de janeiro de 2009

FREEPORTGATE III

Esta situação cada vez se percebe menos e cada vez se notam mais contradições.
O Primeiro-ministro veio a público dizer o que já tinha dito sem trazer nada de novo ou de clarificação, limitou-se a acusar forças ocultas de estarem a conspirar contra ele, mas não disse quem são essas forças ocultas, serão as autoridades inglesas? serão os diversos órgãos de comunicação social que fizeram um complot contra ele? Quem? Mais dúvidas e mais incertezas.
Depois o Procurador Geral de República veio dizer que não há arguidos nem suspeitos e que não há dados concretos novos para além dos que já havia desde 2005. Então em 2005 já se sabia sobre o alegado envolvimento do tio e do primo de José Sócrates? Em 2005 a policia inglesa já tinha pedido acesso às contas de José Sócrates?
Ao fim da tarde a Directora do Departamento Central de Investigação e Acção Penal veio dizer duas coisas espantosas, a primeira que a polícia inglesa não efectuou escutas em Portugal, também ninguém tinha afirmado isso, logo não se percebe a necessidade desta afirmação e a segunda e essa sim entrando em contradição com o Procurador Geral é que, não havendo arguidos até ao momento, todos os envolvidos no processo de legalização do Freeport são suspeitos.
Afinal há ou não há suspeitos? Afinal as autoridades inglesas identificam suspeitos ou não? Afinal é ou não é verdade que o departamento anti-corrupção da justiça britânica pediu acesso às contas bancárias de José Sócrates? Afinal é ou não é verdade que existe a famosa gravação em que José Sócrates é implicado no caso?
Afinal são ou não são verdades as afirmações que quase todos os órgãos de comunicação social tem escrito sobre a carta rogatória e as afirmações contidas nela? Se são falsas porque é que não foram desmentidas pelo Procurador-geral ou pela Directora do DCIAP?
Creio que o Procurador-geral e a Directora do DCIAP têm de ser mais claros, porque as garantias de que não há arguidos, ou que não havia suspeitos, mas afinal parece que todos são suspeitos, já não asseguram anda, ainda nos lembramos do caso Casa Pia, em que passados quinze dias de se garantir que não havia arguidos nem estavam sob suspeita fizeram-se várias prisões preventivas dessas mesmas pessoas que não estavam a ser investigadas quinze dias antes.
Correndo o risco de fazer a mesma figura do Primeiro-ministro, volto a repetir que o que está em causa é o bom nome de Portugal, quem está em causa é o chefe do Governo e que no final não podem subsistir dúvidas a ninguém sobre a verdade neste caso, seja ela qual for. E depressa!

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