terça-feira, 28 de setembro de 2010

O Drama



Nos últimos dias muita tinta tem corrido sobre a possibilidade de o próximo orçamento de estado não ser aprovado.

Sócrates diz que se demite, o Presidente que tal não lhe passa pela cabeça e um conjunto de pseudo sábios alertam para as funestas consequências internacionais de uma crise politica no país, em especial os custos do financiamento internacional, o já famoso rating da República que, apesar de termos orçamento no corrente ano, não pára de se agravar, dada a má governação que nos flagela.

É óbvio para todos que será preferível termos um orçamento de estado aprovado para 2011, mas não um qualquer orçamento como alguns idiotas da nossa praça tentam fazer crer.

Nesta matéria estou totalmente em consonância com Pedro Passos Coelho. O acordo feito em Maio deste ano já previa um aumento de impostos para 2011 e previa também uma redução da despesa, em parcelas iguais. A verdade é que a primeira parte está a ser atingida, porque os portugueses cumprem e pagam os seus impostos, mas a segundo não, porque o Governo não cumpre e não reduz o desperdício do estado, nem faz as reformas necessárias para cortar a despesa.

Como em tudo na vida, há momentos para transigir, mas outros há em que é necessário dizer não e com este incompetente governo é altura de dizer basta. Não podemos admitir novos aumentos de impostos e por duas razões fundamentais:
Primeiro, não é uma solução sustentável quando o problema é a despesa e não as receitas do estado. De pouco servirá um novo aumento de impostos para 2011 se não se controlar a despesa, apenas resultará na necessidade de mais um novo aumento de impostos para 2012. Isso não é solução, de pouco serve atacar os sintomas se não atacarmos a origem da doença.
Segundo, a carga fiscal que as famílias e as empresas aguentam já está além dos limites, significa isto que novos impostos vão resultar em percas de receita e num estrangulamento absoluto da economia, afundando definitivamente o país na maior crise económica e social das últimas décadas. Tudo o que é demais é prejudicial.

Neste momento tudo está nas mãos do Governo e do Primeiro Ministro, ou cumprem aquilo com se comprometeram com o PSD e com os portugueses, reduzindo a despesa do estado e têm um orçamento, ou reconhecem a sua incompetência e mantêm as propostas de subida de impostos e o orçamento correrá o risco de ser chumbado.

Em todo o caso, dada a gritante incapacidade do Governo, o facto de não haver um novo orçamento poderá até não ser muito má notícia, é que pelo menos não podem continuar a aumentar a despesa do estado e a estrangular-nos com impostos...

2 comentários:

Alfredo Martins Guedes - Entroncamento disse...

ORÇAMENTO DE ESTADO 2011 – Alfredo Martins Guedes

Também acompanho de perto este assunto. Ao longo deste tempo só tenho visto notícias escritas e palradores televisivos pertencentes às hostes socialistas a exigirem responsabilidade aos outros partidos, no que toca à aprovação do Orçamento de Estado para o próximo ano. Estes senhores têm até a lata de nos falar duma certa maneira como que se eles próprios nada tivessem a ver com o tema. A responsabilidade é sempre dos outros.

É claro que os socialistas também sabem que não é um caso de vida ou de morte se não existir consenso partidário e não houver aprovação do referido documento. Daquilo que actualmente se está vendo da parte deste executivo, dá mesmo a impressão que é ele o primeiro a não pretender essa aprovação. Caso contrário, já teria apresentado propostas credíveis à oposição, onde lhe deveria explicar a redução da enorme e vergonhosa despesa Pública, factor essencial para o desejado acordo! Contudo, também se sabe que não é a primeira vez nem será a última que um governo se vê forçado a governar o país pelo sistema dos chamados duodécimos. É até um sistema mais racional e prudente, sobretudo quando se trate de governos altamente despesistas e incompetentes, como é o caso presente!

A tal respeito, ao abrir o Sapo de ontem, deparei ali mesmo com uma notícia em manchete, facto que me deixou algo satisfeito. Era o primeiro-ministro dizendo que se demitiria, caso o dito Orçamento não fosse aprovado! Mas que notícia mais boa ele acaba de dar aos portugueses! Onde estará o problema se ele se demitir? Haverá coisa mais nociva para Portugal do que ser governado por esta gente sem qualquer credibilidade aqui e além fronteiras? Pena é que este tipo de notícia não passa apenas de um simples “fogo-de-palha”! Apenas serve de pura “chantagem” política! Para milhões de portugueses que já estão pelos cabelos com estes PM e o seu séquito, seria esta uma notícia demasiado boa para ser verdadeira!

Os meus cumprimentos

Amílcar Bengla Mourão disse...

Obrigado pelo seu comentário. Finalmente alguém veio com bom senso dizer que é melhor não ter orçamento do que ter um mau orçamento e quem o disse foi João Salgueiro.