quinta-feira, 18 de agosto de 2011

Trancas à porta



Há muito tempo que não escrevia nada por estas bandas e recomeço informando que, após muito séria reflexão foi ficou assente que neste blogue o acordo ortográfico não será aplicado. Não sei se é necessário justificar, mas em qualquer caso o motivo é simples: Não vou aprender a escrever outra vez a língua da Camões para fazer favores a um grupo de pseudo-intelectuais que aprovaram uma reforma da língua completamente imbecil. E tenho dito.

Mas não é esse o assunto que aqui me trás, mas sim a possibilidade de introduzir um tecto máximo para o endividamento externo na constituição. Parece que é essa intenção do Governo e do meu ponto de vista faz todo o sentido.

Portugal tem estado muitas vezes, ao longo da sua história, sujeito aos desvarios de governantes menos competentes ou mesmo vergonhosamente incompetentes. Ora o papel da Constituição é precisamente defender as liberdades e garantias dos cidadãos. Protegê-los contra todas as ameaças, inclusivamente as que podem provir da acção daqueles que são eleitos para representar e governar o povo.

Nos nossos dias, as principais ameaças à soberania nacional não advêm de exércitos ou de potências militares externas, mas sim da situação económica do país face ao exterior, logo impedir desnortes no endividamento externo parece-me fundamental.
Conjugando esta medida, um tecto máximo para o défice externo, com um limite para o rácio de transformação dos bancos, isto é quanto os bancos podem emprestar em face dos seus depósitos, que se aponta para um máximo de 120%, pode efectivamente proteger o país de vir a ter de enfrentar situação como a que vivemos agora.

Diz um velho provérbio que quem não tem dinheiro, não tem vícios e portanto, temos de nos convencer que não podemos viver acima das nossas possibilidades, que não podemos gastar mais do que produzimos.

Como, infelizmente a nossa história recente demonstra, não é possível confiar no bom senso dos actores políticos e económicos para regular estas matérias, temos de pôr uma tranca constitucional embora, como habitualmente, a casa já tenha sido roubada, mas mais vale tarde que nunca.

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