sábado, 26 de março de 2011

Primeiras Notas

Tenho recebido algumas mensagens por ainda ter comentado os últimos desenvolvimentos políticos do nosso país. A verdade é que tenho estado a observar e a interpretar.

Sócrates fez o único que podia fazer. Tento percebido que o arrastar desta situação aliado à incapacidade do Governo de reduzir a despesa e às pressões da UE, levariam a que inevitavelmente tivesse de vir a pedir ajuda externa preferiu provocar já uma crise política em circunstâncias que lhe permitem voltar a candidatar-se do que cozer em fogo lento mais seis meses e depois perder essa oportunidade. Não se trata dos interesses do país, trata-se dos interesses de José Sócrates e dos seus amigos, com este processo Sócrates será deputado e os seus amigos também, daqui a seis meses o panorama poderia ser diferente. Aliás é notório o nervosismo dos boys do PS, desde os conhecidos aos anónimos, bem expresso nos comentários postados na net às diversas notícias sobre o desenrolar da crise, onde invariavelmente ameaçam com os malefícios do FMI e tentam criar o medo de novos aumentos de impostos e até do corte do 13º mês, como no tempo de Mário Soares. Tudo não passa de desespero.

Do outro lado, Pedro Passos Coelho, também não teve grandes hipótese de escolha. Nunca admitiria o PEC IV, quer por razões formais, quer por razões de conteúdo, mas essencialmente por ser a prova irrefutável da incompetência do Governo e de que a consolidação orçamental indispensável para Portugal superar esta crise não estava a ser feita. O tempo ideal para Passos Coelho seria daqui a seis meses, com Sócrates já completamente "carbonizado", mas ao contrário de Sócrates, Pedro Passos colocou os interesses de Portugal em primeiro lugar e assumiu o risco de vir a Governar num período extremadamente complexo e onde terá de tomar medidas muito difíceis.

Pedro Passos sabe, como todos sabemos, que quando chegar ao Governo terá muitas e desagradáveis surpresas em relação à real situação do país e das contas públicas e, mais uma vez e com risco para ele próprio, decidiu dizer a verdade aos portugueses e não jurar que não vai mexer na carga fiscal, embora só o tenha admitido em situação limite e de calamidade nacional. Pedro Passos sabe e disse muito bem que a receita fiscal não sobe na exacta medida da carga fiscal porque esta provoca redução da actividade económica e portanto não sairemos desta crise aumentando impostos, sairemos desta crise produzindo mais e dinamizando a economia, o que implica também aumento do consumo interno, por redução do desemprego e redução da carga fiscal.

Para já fico por aqui, embora haja mais uns aspectos colaterais sobre os quais escreverei depois, nomeadamente as reacções nacionais e internacionais, mas esse será outro post.

1 comentário:

Alfredo Martins Guedes - Entroncamento disse...

PENSAMENTOS POLÍTICOS

( O PEC 4, OS RATOS E OS NAVIOS )

“A notória falta de ética e de estofo democrático hoje patenteadas pelos governantes socialistas foram demasiado evidentes e reprováveis no decorrer deste debate parlamentar sobre o famigerado PEC 4! As imagens televisivas sobre o tema foram esclarecedoras e implacáveis! Quais ratos abandonando o navio num mar tormentoso, também elas nos mostraram Sócrates e Teixeira dos Santos fugindo apressadamente pela porta dos fundos da sala do Parlamento, deixando apenas e só ao ministro Lacão a inglória tarefa de contabilizar os estragos do previsível naufrágio governamental!
Mas, pela hábil forma como os restantes governantes também se foram esgueirando do referido debate, fica-nos a nítida impressão de que todos eles estavam bem treinados para uma emergência deste calibre! Pelos vistos não será sem razão que a sede do PS é no largo do Rato?!

Boa tarde. Mais democracia