
Nos últimos dias muita tinta tem corrido sobre a possibilidade de o próximo orçamento de estado não ser aprovado.
Sócrates diz que se demite, o Presidente que tal não lhe passa pela cabeça e um conjunto de pseudo sábios alertam para as funestas consequências internacionais de uma crise politica no país, em especial os custos do financiamento internacional, o já famoso rating da República que, apesar de termos orçamento no corrente ano, não pára de se agravar, dada a má governação que nos flagela.
É óbvio para todos que será preferível termos um orçamento de estado aprovado para 2011, mas não um qualquer orçamento como alguns idiotas da nossa praça tentam fazer crer.
Nesta matéria estou totalmente em consonância com Pedro Passos Coelho. O acordo feito em Maio deste ano já previa um aumento de impostos para 2011 e previa também uma redução da despesa, em parcelas iguais. A verdade é que a primeira parte está a ser atingida, porque os portugueses cumprem e pagam os seus impostos, mas a segundo não, porque o Governo não cumpre e não reduz o desperdício do estado, nem faz as reformas necessárias para cortar a despesa.
Como em tudo na vida, há momentos para transigir, mas outros há em que é necessário dizer não e com este incompetente governo é altura de dizer basta. Não podemos admitir novos aumentos de impostos e por duas razões fundamentais:
Primeiro, não é uma solução sustentável quando o problema é a despesa e não as receitas do estado. De pouco servirá um novo aumento de impostos para 2011 se não se controlar a despesa, apenas resultará na necessidade de mais um novo aumento de impostos para 2012. Isso não é solução, de pouco serve atacar os sintomas se não atacarmos a origem da doença.
Segundo, a carga fiscal que as famílias e as empresas aguentam já está além dos limites, significa isto que novos impostos vão resultar em percas de receita e num estrangulamento absoluto da economia, afundando definitivamente o país na maior crise económica e social das últimas décadas. Tudo o que é demais é prejudicial.
Neste momento tudo está nas mãos do Governo e do Primeiro Ministro, ou cumprem aquilo com se comprometeram com o PSD e com os portugueses, reduzindo a despesa do estado e têm um orçamento, ou reconhecem a sua incompetência e mantêm as propostas de subida de impostos e o orçamento correrá o risco de ser chumbado.
Em todo o caso, dada a gritante incapacidade do Governo, o facto de não haver um novo orçamento poderá até não ser muito má notícia, é que pelo menos não podem continuar a aumentar a despesa do estado e a estrangular-nos com impostos...