sábado, 4 de junho de 2011

A reflexão

Manda a Lei e a tradição que façamos um dia de reflexão antes de votar. Um dia sem a pressão das campanhas eleitorais, das notícias, das sondagens. E creio que Portugal bem precisa de esse dia, de parar, de pensar e de decidir.

Durante o período de campanha eleitoral não escrevi anda neste blogue. Propositadamente.
Participei quanto me foi possível, obviamente na campanha do meu partido, o PSD, para que conste caso alguém que leia este blogue seja distraído e o não tenha percebido por posts anteriores ;).

E a verdade é que durante todo este tempo fui consolidando a minha própria reflexão. Independentemente das razões partidárias, procuro sempre justificar as opções do coração com a razão, é a minha forma de ser, isso deixa-me mais tranquilo quando o consigo porque aprendi que só faz sentido estar na política se colocarmos sempre e acima de tudo os interesses do país e das pessoas. E continuo acreditar nisso.

Desta vez tenho a consciência o mais tranquila possível. Não tenho a mais leve sombra de dúvida que a minha opção de voto é a mais correcta para Portugal.

Quase 800 mil desempregados, a maior dívida externa em 100 anos, as maiores reduções nos apoios sociais, na saúde e na educação de que há memória, seriam razões suficientes para justificar o despedimento por indecente e má figura deste governo. Mas há mais. A mentira, o engano, a falta de palavra que caracterizam a actuação política de José Sócrates são mais razões que vêm acrescer à plena justificação da necessidade de mudança, de rumo e de actores.

O pior é que ainda há mais. Este governo apregoa a sua incompetência como uma vitória. Diz José Sócrates que endividou o país para fazer face à crise como todos os outros países da Europa, mas os outros estão a sair da crise, enquanto Portugal será o único a continuar em recessão em 2012. Haverá melhor prova da incompetência do Governo?

Depois, há mínimos de verticalidade, de verdade e de honestidade que não se podem deixar de garantir por muita demagogia que se aceite na política e este governo baixou desse patamar, baixou a um nível de comportamento, de discurso e de imagem que não são compatíveis com as exigências de uma democracia moderna. Os portugueses não podem ser tratados como burros, como estúpidos, como alguém a quem se pode insultar a inteligência com simples exercícios de retórica. Embora alguns o mereçam, é certo.

Merecem ser tratados assim aqueles que mesmo vendo os apoios sociais, as comparticipações na saúde e na Educação serem reduzidos todos os dias ainda acreditam que votar em José Sócrates é defender o Estado Social.

Merecem ser tratados dessa foram aqueles que mesmo vendo o desemprego, o emprego precário e os falsos recibos verdes crescer a um ritmo assustador, ainda acreditam que votar em José Sócrates é defender o direito ao emprego e à estabilidade laboral.

Merecem ser tratados desse modo todos aqueles que se sentem mais seguros com uma constituição que diz apenas que a saúde é tendencialmente gratuita, cada vez menos mostra a realidade, em lugar de dizer que a ninguém podem ser negados cuidados de saúde por razões económicas.

Merecem esse tratamento aqueles que depois de 6 anos sem crescimento económico visível e com um desnorte financeiro nunca visto neste país, ainda acreditam que José Sócrates vai tirar Portugal do buraco em que ele próprio o meteu e que se recusa a reconhecer que o fez, afirmando que vai continuar no mesmo caminho.

E mais, muito mais haveria para dizer quando a fazer fé nas sondagens ainda há 30% de portugueses que merecem a falta de respeito e a desgovernação com que José Sócrates nos brinda diariamente há seis anos.

Esta é a minha reflexão, e como já afirmei, não tenho qualquer dúvida que a opção de votar em Pedro Passos Coelho não é apenas por razões de amizade pessoal e partidária, é mesmo sustentada por razões inquestionáveis de interesse nacional.

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