quarta-feira, 24 de dezembro de 2008

FELIZ NATAL



Enquanto as mensagens me deixam respirar um pouco e já sem saber a quem respondi, a quem enviei mensagem, a quem não enviei e ainda a quem enviei duas vezes a mensagem de Boas Festas, venho desejar a todos, aqui, um Santo e Feliz Natal, pois independentemente do credo de cada um, a simbologia de paz, de tolerância e amor ao próximo é universal nesta altura.

Fica também um poema de David Mourão-Ferreira, escrito para o Natal do ano em que nasci.

Vai nascer esta noite à meia-noite em ponto
num sótão num porão numa cave inundada
Vai nascer esta noite à meia-noite em ponto
dentro de um foguetão reduzido a sucata
Vai nascer esta noite à meia-noite em ponto
numa casa de Hanói ontem bombardeada

Vai nascer esta noite à meia-noite em ponto
num presépio de lama e de sangue e de cisco
Vai nascer esta noite à meia-noite em ponto
para ter amanhã a suspeita que existe
Vai nascer esta noite à meia-noite em ponto
tem no ano dois mil a idade de Cristo

Vai nascer esta noite à meia-noite em ponto
vê-lo-emos depois de chicote no templo
Vai nascer esta noite à meia-noite em ponto
e anda já um terror no látego do vento
Vai nascer esta noite à meia-noite em ponto
para nos pedir contas do nosso tempo

David Mourão-Ferreira, Lira de bolso

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