sábado, 12 de janeiro de 2013

Quem não ouve cuidado...


Como faço normalmente ao Sábado de manhã, dou uma revisão geral pelas notícias da semana, pelos comentários e pelas opiniões. E hoje confesso que a minha alma ficou pasma!

Então não é que muita gente neste país, supostamente sem anomalia ou patologia que lhes impeça uma percepção mediana da realidade achava que que o corte dos 4 mil milhões seria uma coisa de curto prazo, tipo um ano ou dois?!

A sério, fiquei muito preocupado que haja tanta gente que ainda não percebeu a situação do país. Como é que é se pode considerar possível um país gastar continuamente mais do que produz? Até na economia doméstica, todos sabemos que não podemos gastar anos a fio mais do que ganhamos, chega uma altura que ninguém nos empresta mais, que foi o que aconteceu a Portugal.

Este estado de negação de muitos concidadãos nossos é deveras grave. Tão mais grave quanto é alimentado por opiniões, de políticos ou jornalistas ou ainda por indivíduos apenas interessados em preservar o seu bolso, que vêm constantemente, ou em ocasiões especiais, contestando a austeridade, afirmando que há outros caminhos, mas não dizem qual é esse caminho, quais as medidas que permitem os mesmos resultados com efeitos menos penalizadores.

A culpa também é dos Governos anteriores, quase todos eles habituaram os portugueses a que era possível aumentar o bem-estar social, os nossos padrões de vida, recorrendo a empréstimos, gastando para além daquilo que produzíamos e agora, quando se diz que temos de gastar menos e de reduzir a despesa rapidamente, os portugueses sentem-se “injustiçados por um pai rico”, que lhes foi alimentando as vontades e agora, de um momento para o outro, lhes diz que já não há dinheiro.

O corte dos 4 mil milhões tem de ser permanente. Quando o país equilibrar as suas contas o primeiro que terá de fazer não é aumentar a despesa de novo, nem fazer mais dívida, é reduzir os impostos para permitir o crescimento e só depois do país estar num ciclo de crescimento será possível aumentar a despesa mas de forma cautelosa e equilibrada, nunca através do aumento do endividamento externo, senão voltaremos a passar pelo que estamos a passar agora e que espero que nos fique de lição a todos para na hora de escolhermos quem nos governa termos mais cuidado e não embarcarmos em facilitismos de vendedores de banha de cobra, porque como diz o provérbio, “Quem não ouve cuidado, ouve coitado”!

E foi o que nos aconteceu.

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