
Por acaso ainda não tinha tornada pública a minha posição sobre o tão falado TGV.
Creio que para já é uma obra perfeitamente dispensável e que há outros modos bem mais eficientes para gastar o dinheiro e que tragam realmente algo de positivo para a economia nacional.
Mas começando pelo TGV, para mim a única ligação que faz sentido é Lisboa - Madrid, tudo o resto é ficção, senão vejamos: O Alfa Pendular leva duas horas e quarenta minutos para ir de Lisboa ao Porto e ainda pára em três estações, se o não fizesse ganharia facilmente uma meia hora ou mais neste percurso, o TGV leva uma hora e um quarto, logo ir gastar mail de 4 mil milhões de euros para encurtar a distância em aproximadamente uma hora parece-me um luxo de que não precisamos já para não falar da duvidosa viabilidade económica da coisa, pois o bilhete não deve ser exactamente o mesmo preço do Alfa...
A mesma lógica se aplica à linha Porto - Vigo, os tempos de viagem que estamos em presença não justificam investimentos destes num país que baixou quase 30% as suas exportações nos primeiros três meses deste ano, haverá de certeza outras opções para investir estas verbas, dinamizar a economia e criar postos de trabalho ou até investir na Educação, Saúde, Justiça, enfim em qualquer área de serviços públicos que bem necessitam de investimentos e de melhorias. Em último caso até poderíamos usar esse dinheiro para baixar os malfadados impostos que nos asfixiam há vários anos. Esta fixação com o TGV mais parece uma criancice, um capricho do menino Sócrates a querer deixar uma marca indelével da sua governação no país. Não é preciso já vai deixar muitas e negras sem ser necessário esturrar mais dinheiro inutilmente.
Parece-me bem mais importante aumentar as taxas de comparticipação para o investimento empresarial, quer no tocante a empresas de exportação, quer para as que operam fundamentalmente no mercado nacional e cujos produtos e serviços podem impedir importações, sendo que todas elas podem criar postos de trabalho, do que investir em linhas de alta velocidade que serão usados por muito poucos e cujos benefícios directos e imediatos levantam enormes interrogações.