domingo, 31 de janeiro de 2010

Centenário




Próximo das Comemorações do Centenário da República começou a circular uma petição para que na Revisão Constitucional de presumivelmente poderá ser efectuada nesta Legislatura, se altere o texto do Art.º 288, que consagra o governo da nação como "uma forma republicana de governo" para "uma forma democrática de governo".

Devo dizer que por princípio sou republicano, considero que perante a Lei todos os cidadão devem nascer iguais, com iguais direitos e deveres, a natureza e a sociedade encarregam-se de providenciar as diferenças, inevitavelmente. Aliás, não creio que uma sociedade deve impor uma excessiva igualdade, apenas o deve fazer no campo das oportunidades, porque ao entrar no campo das opções e dos comportamentos, passa a cercear as liberdades individuais e torna-se ditadura. Mas esse é outro assunto, para outro post.

Neste caso coloca-se uma questão. É mais democrático que a nossa constituição imponha o regime republicano ou que permita outros regimes democráticos, como, assim à primeira vista, a Monarquia Constitucional?

Não vou entrar aqui na discussão do direito de escolha de quem representa o Estado versus a especialização para o exercício dessas funções. Essa matéria só teria razão de ser perante um referendo sobre o regime, mas esse referendo não pode ser feito porque é inconstitucional.

Como já disse, sou por princípio republicano porque acredito na liberdade de escolha, mas essa liberdade de escolha não incluirá também a escolha do regime em que vivemos?

Alguém, cujo nome não me quero lembrar neste momento, disse uma vez algo parecido com isto: "Posso não concordar com o que dizes, mas estou disposto a morrer pelo direito que tens a dizê-lo". De alguma forma sinto-me um pouco nessa situação. Posso concordar ou não com uma Monarquia, mas concordo indiscutivelmente que temos o direito, se for caso disso, a dizer que sim ou que não.

sábado, 23 de janeiro de 2010

¿Porque no lo callan?



Deve ser da idade, mas pelo visto cada vez tenho menos paciência para imbecilidades. O idiota do ditador da Venezuela, aquela coisa inenarrável que dá pelo nome de Hugo Chávez, não contente em protestar por os Estados Unidos andarem a mandar "demasiados" militares para ajudar no Haiti, como se numa situação daquelas qualquer ajuda pudesse ser demasiada, vem agora, num claro acesso de insanidade aguda grave, insultar a inteligência do mundo ao afirmar que foram os americanos que provocaram o sismo???! Virgem Santíssima, que o homem é perigoso já toda a gente sabia, que o digam os seus opositores internos e as rádios e televisões que ele fechou por não o apoiarem, mas se está a ficar demente ainda agrava mais a situação. Então ele tem alguma dúvida que se os americanos pudessem provocar sismos ele estaria na primeira fila para ser um dos felizes contemplados?

Ainda a propósito da dimensão do contingente militar de ajuda norte-americana, houve algumas "réplicas" do disparate de Chávez, naturalmente de Evo Morales, que aspira a vir a ser como Chávez e coitado do povo boliviano se o deixar conseguir esse propósito, e, inacreditavelmente, vindas da França, onde creio que o Ministro da Cooperação de Sarkozy perdeu uma boa ocasião para manter a boca fechada, até porque, ao que se sabe, no Eliseu não há moscas.
Já agora, note-se que ao contrário destes cínicos, Cuba abriu o seu espaço aéreo aos aviões de ajuda dos EUA, excelente exemplo, que denota claramente uma genuína preocupação em ajudar as vitimas, deixando de lado as questões geo-políticas e que merecia ser valorizado com maior apoio da comunidade internacional ao Haiti, em lugar de desvarios ideológicos.

quinta-feira, 21 de janeiro de 2010

Já Chateiam!!!!



Bom, não era este o post que teria imaginado para começar o ano de 2010. Outros temas, outras matérias, mas a verdade é que o tempo não tem sido muito e a inspiração também não, pelo que fui deixando passar as oportunidades e os timmings adequados a cada potencial assunto.

O que se me oferece escrever hoje é que já estou farto das senhoras e dos senhores jornalistas e bloggers que andam há uma semana aos gritos por causa da condecoração a Pedro Santana Lopes e nada dizem sobre o desnorte da governação deste país...

Toda a gente sabe e quem não sabe fica a saber, que eu não morro de amores por Cavaco Silva, mas desta vez sou obrigado a concordar com ele, apenas e quando, disse que condecorar Santana Lopes era um acto de justiça. E passo a explicar porquê:

a) Foi um acto de justiça e de redenção pessoal pela falta de solidariedade do cidadão Cavaco Silva em relação ao líder do governo e do seu partido, quer por ter recusado a sua imagem no cartaz de campanha em 2005, quer pelo famoso artigo da "boa e da má moeda", já agora, diga-se de passagem, de rigor e enquadramento cientifico duvidoso.

b) Foi um acto de justiça e de redenção da instituição Presidência da República face ao vergonhoso comportamento do seu antecessor, cujo nome nem me merece escrever, em relação a Pedro Santana Lopes e sobre essa matéria já escrevi várias vezes o que penso.

c) Foi um acto de justiça em relação ao chefe do governo que apresentou, comparativamente, os melhores resultados na última década neste país.

d) Foi um acto de justiça por ser o único ex-Primeiro-ministro que ainda não tinha sido condecorado.

Portanto não percebo a indignação destas almas em relação a um simples acto de justiça. Será um simples complexo de inferioridade e antipatia irracional? É que ainda não li uma única razão objectiva para criticar a condecoração, apenas desagrado, mas sem qualquer explicação racional, sem um único e simples motivo lógico ou sequer válido.

Bom, talvez existam outros motivos, mas fica para outra altura dizer algumas coisas que sei...

Já agora, a fotografia é só para chatear ainda mais os descontentes ;)